sexta-feira, março 21, 2025

 

Uma felicidade enorme ver meu trabalho ser chancelado na capital, especialmente, no centro coletivo Thelema, que fica no meio de Vitória.

No evento o Thelema compartilhou os pedacinhos dele nos stories e me mandou essa foto, do momento em que participei da reunião, cantando-declamando a Girafa, voz e violão:

 

Girafa
(luis capucho)

 

Eu não entendo as coisas exatamente como elas são
Mas o meu pequeno entendimento delas
Não me impede de alguma compreensão
Eu sinto meu pensamento a se movimentar
E a me fazer sentir entre as costelas
A presença da girafa se acaso estou no zoológico
Paralisado diante dela
Mas daí a entender a girafa em toda sua plenitude de girafa vai uma distância
Bem mais do que a existente entre o meu pequeno tamanho que segura minha cabeça
em seu alto
E a altura gigantesca do pescoço da girafa com a cabeça dela lá em cima

Igual desentendimento acontece todos os dias comigo e mamãe
Sentadinhos na nossa sala

Vendo novelas, filmes, jornais
Que não entendemos tudo.




 

sábado, março 15, 2025

 



Tou fazendo parte, com a canção Escova de Dentes de um trabalho nadaverista, coletivo de artistas compositores capixabas, o qual, disco tem o afetivo nome de CORGO. O mote foi gravar no celular, voz e violão, assim, doméstico, cru, pra compartilhar no spotify com vocês, youtube com vocês, Apple com vocês, Deezer com vocês. Olhem, ouvem, sentem...

1. Babs - Borbulhas

2. Barulho Estranho - Mesma Água

3. Luís Capucho - Escova de Dentes

4. Willian Lago - Como se Fosse Feliz

5. Abou Mourad - Planta Carnivora

6. Zé do Poço - Sentado no Toco

7. Tony Zax - Funk do Morro do Salgueiro

8. Alice - Adeus Indecisão

9. Barulho Estranho - Tá Chovendo Meu Bem

https://open.spotify.com/intl-pt/album/2ywSJ9wth0xQmzr0DPfvTa?si=qzKP5EXwRXOaPg77F5SVEw

sábado, janeiro 25, 2025

 

Este ano, o Poema Maldito completará 10 anos. É um disco voz e violão de quando recomecei conseguir ser suave, outra vez, nas canções. Fiz com o Felipe Castro, no Pé Pequeno, um bairro colado ao meu, aqui, em Niterói. Tinha sido uma ideia do Leo Rivera e não sei se correspondeu ao que ele tinha pensado como disco. Ficou bonito, low profile, lo-fi, caseiro.

A foto da contra-capa é do Pedro Spagnol, de quando toquei em Campinas, no sítio do Cabeto. E acho que foi quando conheci o Vitor Wutzki. A segunda foto é a capa, que Felipe tirou no fundo da casa.

Quem tiver interesse em adquirir um, fala comigo no direct.





segunda-feira, janeiro 06, 2025

"Eu quero ser sua Mãe" - luís capucho com a Sutil Modelo Novo (Redoma de...

Eu e Felipe Abou e Guilherme Vieira tocamos “Eu quero ser sua mãe” com a Sutil Modelo Novo, em 14 de dezembro de 2024, no Redoma para o lançamento de seu primeiro álbum: “a teoria de q td vai dar certo no final”.

 A Sutil é Guilherme Vieira (baixo, guitarra e voz), João Terra (bateria e voz), Pedro Nigro (guitarra, voz e baixo) e Theo Necyk (trompete, teclas, baixo, guitarra e voz).

 

Eu Quero Ser Sua Mãe

Luís Capucho

 

Eu quero ser sua mãe

Feito ela ser tão bom

Feito ela ser macio

Feito mamãe ser o seu prumo

Eu quero ser sua mãe

Te fazer vestir a camisa

Te fazer calçar os chinelos

E não esquecer do guarda-chuva

Quando vai chover

Vou pentear os seus cabelos

Eu vou cortar as suas unhas

Quero te pegar no colo, te colocar na cama

Eu quero ser sua mãe

Vou te dar muito carinho

Brincar no teu corpo pelado

 

Te lambuzar com o meu doce e ficar matando as baratas

Que venham te comer

Te lambuzar com meu doce e ficar matando as formigas

Que venham te comer

Te lambuzar com meu doce e ficar matando as baratas

Que venham te comer.

domingo, dezembro 29, 2024

luís capucho - Formigueiro (viola do Cassiano Jesus)

O Cassiano Jesus é do Dinastia Zé, banda do ES com que toquei uma vez no Festival Velho Bandido, em Cachoeiro do Itapemirim e que, depois, num desdobramento dela, outra vez, na Lapa, aqui no Rio de Janeiro.

Moramos a quantos mil quilômetros de distância? ... então, faz quantos meses, lhe pedi que pusesse um som na Formigueiro e me mandei tocando, voz e violão, sentado aqui na sala. Se poderia colocar um som nela e me mandar de volta.

Durante esse tempo ele mandou versões de desenhos melódicos, versões com instrumentos diferentes e não é que estivessem ruins, mas ou ele ou eu, tínhamos algum porém, até quando me falou que estava com uma viola caipira.

E ficou essa versão.

Ele disse:

“Esse foi um processo longo e eu acho que ele se deu em cada detalhe, desde as conversas e entendimentos que a gente vai sacando daí, de muita escuta do bruto e das inúmeras versões dela que tem, de muita internalização: e ouvir, e ouvir, e ouvir, e depois de muito ouvir tentar achar no teclado uma base que foi internalizada. Depois disso transferi pra guitarra e já começou uma outra base mais simples, disso já fiz outras coisas e imaginei um samba; nisso eu passei pelo processo da caixinha de fósforo e enxuguei tudo, na minha cabeça existia ali um samba bem marginal mas que ficou inacabado quando o Luís falou da ideia que tem de suas músicas serem bem de viola caipira... A viola caipira é um instrumento que eu nunca toquei, peguei pra estudar um pouquinho o instrumento e tratei de procurar referências, tratei de ouvir Almir Sater, e lá pelas tantas após muito tempo consegui parar pra compôr uma linha pra acompanhar o Luís: fui tateando bem no escuro, estudando o que podia fazer e achando muito difícil porque além de não dominar bem a linguagem do instrumento também não conseguia achar algo que encaixasse, eu comecei ela na parte que muda da primeira pra segunda estrofe baseado no que havia feito no teclado nessa hora, daí fui achando caminhos mais palpáveis de coisas que já vim mais ou menos construindo na guitarra incrementando com algumas coisas mais peculiares da viola e intuindo bastante tanto em relação ao que já havia internalizado anteriormente quanto ao que foi surgindo ali com um instrumento inédito. Ficou isso aí.”

 

Formigueiro

( luís capucho)

 

           

Como todos sabem palavras existem não somente                            

Para iluminar as coisas, mas também

Pra dar movimento na cabeça, pra dar passagem no pensamento                       

Que desce ou sobe,

que vai a torto e a direito

Caminha, nada, pula, pulsa, cintila, brilha, enovela-se e sai

Pois saiba que sem nome o tempo não existe,                                              

as horas não voam nem se arrastam

Por isso, porque tenho nome é que no fundo eu não sou como uma árvore seca por                 

Dentro

Por isso é que eu não sou um troço morto, parado, preso                      

E ao contrário tenho como pássaros dentro

No fundo eu sou arejado e quase não termino

Para o formigueiro de palavras assim arder em mim e me alegrar

No fundo para me trazer espírito, pra me dar sentido

 

La la la la la la la la la la la la la

La la la la la la la la la la la la la

La la la la la la la la la la la la la

La la la la la la la la la la la la la