domingo, dezembro 31, 2006

Parece que sei tudo o que se passa comigo, mas não sei sobre tudo o que se passa comigo, bom leit@r. Por isso, fico, às vezes, sem vir em meu blog.
Quando eu afundo, não venho.
Sobre estar no fundo ou sobre estar à superfície ainda estamos a pensar sobre como matar nossos ratos.
Ontem, pude ouvir-lhes mais uma briga, mas dessa vez, brigando em círculos dentro da fenda, eles, os ratos, afundados na refrega, de súbito, escapuliram do buraco e voaram na superfície do ar sob o teto de amianto de nossa área.
Que nojento!
Pedro veio com a vassoura e bateu com ela no telhado fazendo muito barulho para assustá-los. Eles tinham caído no chão e, sumidos sob os entulhos que mamãe mantém sob a mesa, foram embora.
Vejam onde foi:

sábado, dezembro 30, 2006

Zenilda veio fazer faxina hoje.
Falamos sobre a dificuldade de acabar com os ratos.
Terei de mudar de estratégia, nada ta dando certo.
Eu disse pro Pedro:
- Esses ratos têm a ver com meu livro, só pode.
- Eles só apareceram agora?- ele perguntou pra Zenilda.
- Sim, eles só vieram agora- Zenilda falou.
- Vamos acabar com eles- eu disse.

Então, Zenilda comtinuou a faxina, fui tirar um cochilo de final de ano e Pedro foi ver televisão com mamãe, na sala.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Então, bom leit@r, fui nadar.
Estávamos nadando apenas eu e Augusto.
Era um professor substituto e o treino foi bem interessante, porque saímos um pouco do padrão de treinos a que estamos acostumados.
A água estava deliciosa e o professor novo deu-me uns toques interessantes.
Por exemplo, disse-me que estou nadando com os dedos das mãos muito abertos e que eu os fechasse para ver se me sinto melhor. Então, fechei-os.
Não os encostei uns aos outros, mas mantive-os um pouco mais aproximados.
Curti a novidade de nadar de um modo diferente.
Ainda terei de reparar melhor se faz diferença, talvez...

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Não ficamos em nossa área, no Natal!
A vizinha de baixo nos chamou pra comer churrasco em sua casa, então, descemos e ficamos com a família. Os filhos todos acasalados e cheios de bebês estavam muito felizes por estarem juntos. Os bebês estavam todos felizes também.
Eu e mamãe ficamos na sala, conversando.
Minha mãe tinha colocado seus colares de bolas de plástico, seu vestido azul, seu sapatinho de lona preta e descemos. Ela ficou refestelada no sofá muito imponentemente e falava com segurança, mas por monossílabos, ta se ligando, bom
leit@r?
Fiquei num outro sofá vendo televisão e tomando vinho que eu mesmo levei, desci com ele.
Dona Maria, a vizinha, disse que veio da Paraíba, daquela cidade do forró, se não me engano o nome é Campina Grande. Quando perguntei porque vieram pra Niterói, ela disse rápido:
- Porque lá não tinha água e aqui tem água à vontade!

sábado, dezembro 23, 2006

Comprei uns envelopes com pastilhas rosas pra matar os ratos.
Não estou acertando com nenhuma das táticas que tenho usado até agora para fulminá-los. Mamãe disse que as rolinhas, desconfiadas de algo errado, sumiram. Chegamos mesmo a matar algumas delas, descuidados com os remédios para ratos, deixamos que elas comessem e se envenenassem.
O chumbinho que eu e Pedro compramos num clima absolutamente clandestino, como se estivéssemos a comprar cocaína, veio malhado. Estou desconfiado de que aquele pozinho seja grafite moído e não veneno. Os ratos não morrem, continuam a visitar nossa área na noite.
Quando salpiquei o chumbinho sobre os pedaços de queijo, tive a idéia louca de experimentar, para ver se era mesmo veneno. Se eu experimentasse e fosse chumbinho genuíno, meus bons
leit@res teriam se livrado desse blogueiro entediado, mas não experimentei e estou aqui na tentativa de ainda fulminá-los antes do Natal. Por isso é que não sabendo que seja chumbinho de verdade, comprei as pastilhas rosas. Essas não são clandestinas...
Ficaremos eu e mamãe na varanda para ver o Natal passar.
Hou hou hou...

sexta-feira, dezembro 22, 2006
















Agora, pela manhã, mamãe viu vestígios de ratos andarem em nossa varanda na madrugada. Pedro chegará dia 26 e disse que vai me ajudar na investida contra os bichanos. Está um calor abafado e, novamente, seu Afonso virá ajeitar a descarga. Ontem, comprei o material...
Também pedi a seu Afonso que consertasse o nosso banco, que uso para almoçar, sentando-me na mesa.
Tirei fotos lindas do Pedro. Vejam essa:










quinta-feira, dezembro 21, 2006

Seu Afonso vem aqui em casa agora pela manhã para trocarmos nossa caixa de descarga. Fiquei remediando, remediando, mas não teve jeito. Tenho de trocar.
Apareceram mais ratos, coloquei chumbinho. Eles comeram. Não consegui acertar com a ratoeira, por isso não usei.
Esses ratos devem estar indiciando sucesso para meu livro Rato, que sairá pela Editora Rocco, espero, no primeiro semestre de 2007.
Ontem, meio que assisti a uma briga deles no vão entre o teto e a parede.
Da briga, apenas ouvia os guinchos e via os rabos nojentos moverem-se pendidos de um lado para o outro da fenda, na troca de lugares que faziam brigando em círculo dentro da brecha apertada. Foi uma sensação de horror que me fez na hora voltar à idéia do chumbinho, idéia que eu já tinha abandonado. Preparei o queijo com o remédio e coloquei no lugar que costumam descer para a varanda. Na madrugada, antes que as rolinhas chegassem, fui retirar o queijo envenenado.
Comeram...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Hoje iremos ter um almoço de final de ano, nós da piscina! A gente que treina na piscina no horário de 12:30 h, nem se fala. Ficamos entretidos na raia em que estamos a nadar e não falamos com os outros. É engraçado um ambiente social assim, cada um na sua.
Nós, os rapazes, nos socializamos mais, quando chegamos no banheiro. O Celso, por exemplo, só me dá seu “oi”, quando me vê no banheiro, como se somente ali tivesse papo pra mim. Na piscina, nem me olha...rs...que engraçado.
Quanto às mulheres, algumas fazem bico de charme e impossível é supor alguma conversa, nem mesmo um boa tarde. Mulher é foda, acha que o homem ta sempre sacando ela...rs.
Então, o professor Bernardo chamou pra esse almoço hoje, porque ele curte a nossa turma.
Se a nossa turma é assim, cada um na sua e é simpática, imagina as outras, bom leit@r...

terça-feira, dezembro 19, 2006

Nessa casa onde vivemos nossa rotina, nesse vale, eu e mamãe, nesse nosso bairro, tanta coisa acontece e conturba nossa alma mansa, que nós, que temos a nós mesmos, e perturbados pela vida louca, ainda assim, conseguimos nos manter erguidos, aprumados, em meio ao caos que nos abate. Mamãe disse:
- Desde que você chegou, que não come direito. Imagina, Luís, se você ficar doente,
escorreremos pelo ralo, porque você sabe a situação de sua mãe, estou um caco! Sua mãe já está no final, meu filho!- então, eu chorei um pouco e comi o máximo que pude da comida sem graça. E disse:
- Se tranqüiliza. Não ficarei doente, comi um pouco.
Depois fomos pro médico.
Mamãe fez consulta de rotina. Pegou os calmantes....

segunda-feira, dezembro 18, 2006


O Shiraga colocou o desenho de meu disco na foto comigo, simone Carvalho e Li Dias, essa foto que fizemos em Santa Rita do Passa Quatro, quando fui ver o Pedro.
Ficou muito legal, vejam.
Hoje fui fazer exame de cd4, se não me engano, as células que defendem meu organismo da invasão do HIV.
Então, na próxima consulta, pela contagem que se fizer delas, a médica decidirá se volto a tomar o coquetel. Estou confiante de que elas não desceram muito, porque tenho me sentido bem.
Bom, preguiça é normal!
E calor dá preguiça. E minha casa é muito quente...

sábado, dezembro 16, 2006

Fui numa loja no Largo do Marrão e comprei uma ratoeira! Estou um pouco grilado de como armar a bichana, mas vou armar na lógica. Zenilda disse:
- O que você vai fazer com o rato, Luís?
- Vou pegar na ratoeira e, depois, jogo no lixo!
- Não, você vai ter de chamar alguém pra te ajudar- ela falou como se eu estivesse
pronto pra matar um boi.
- Não, Zenilda, eu tiro da ratoeira e coloco no lixo, pow!
- Mas ele vai ta vivo, Luís! Você precisa de alguém pra te ajudar!- novamente ela
falou como se tratasse de um boi...rs.
Então, eu cheio de repulsa, imaginei que eu vou ter que matar o bichano saído todo quebrado da ratoeira, mas vivo! Acho que vou precisar de alguém, sim...rs. Que merda!
- Quem?

- Eu mesmo mato, pow!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Fui ao mercado unicamente para comprar o veneno que matasse o rato. Não tou mais confiando no chumbinho, o rato já sacou, bom leit@r.
Então, à medida que ia me adentrando pelos corredores entre as prateleiras de produtos, fui me distraindo, me distraindo, achei umas coisas que não tinha achado antes, tipo, álcool, comprei um pão, fui andando e me esqueci do veneno, pow.
Hoje comprarei.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Kali achou melhor que façamos um clipezinho, em seu banheiro, com nossa música nova e coloquemos no You Tube para os leit@res curtirem.
Nossa música nova ficou linda! Kali deu uma arrumada na letra, vejam:

O Castelo
(kali C e Luis Capucho)

Sou solitário como um castelo perdido
na noite, na floresta
como as ruínas de uma cidade milenar
no trono de meu banheiro eu faço amor comigo mesmo
faço amor comigo mesmo

Os candelabros
Os lírios no brejo
As curvas das dobras
As sombras e os claros
E os meus cabelos, meus cabelos, meus cabelos, meus cabelos, meus dedos e cabelos
No trono de meu banheiro faço amor comigo mesmo
Faço amor comigo mesmo
Faço amor comigo mesmo

Em brasas explosivas
Que estalam, que tremem
Cintilam
Em meus nervos que ardem
E os meus cabelos, meus cabelos, meus cabelos meus cabelos, meus cabelos, meus dedos e cabelos
No trono de meu banheiro faço amor comigo mesmo
Faço amor comigo mesmo
Faço amor comigo mesmo

Sem ponte pra atravessar
Sem ponte pra atravessar
Sem ponte pra atravessar

terça-feira, dezembro 12, 2006

Vou tentar hoje ir na casa de Kali ouvir e aprender nossa música nova.
É uma música que fala de masturbação. Eu adoro que Kali tope fazer músicas com esses temas mais difíceis. É o caso de São Flores, uma música que fala de deuses com caralhos! Temos uma gravação dela ótima, com nossos violões batidos e uma guitarra meio hippie seguindo a trilha e desenhando coisas, enquanto a kali canta.
O Renan, um menino de Salvador que curte pesquisar sobre músicas e livros na internet me disse outro dia que essa música é fundamental pra ele, que ele precisa dela, de São Flores.
Eu também adoro!
Eu não sei o suficiente de Internet para disponibilizá-la pra os meus
leit@res, mas conversarei com Kali e faremos isso.
Falou!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Eu admiro pra caralho a minha mãe, o meu bom leit@r já sabe disso!
E mamãe é mesmo admirável!
Quando os seus olhos estão verdes e ela fica comigo sentada na mesa do café da manhã, falando de suas questões, ficar ali com ela, olhando a sua delicadeza é a coisa mais rica, mais bela, mais suave, mais doce que pode haver no mundo.
Então, quando eu me enrolo nas minhas emoções mais duras, quando eu começo a viajar por minhas emoções mais pesadas e parece que eu não vou mais conseguir carregar, é ela quem me adora e me consola.
Outra pessoa que não eu, não poderá ver a grandeza de mamãe senão na sua própria mãezinha. Sobre isso, o meu bom
leit@r também já sabe.
Por isso eu quero dar vivas.
Viva! Viva! Viva! Viva!

domingo, dezembro 10, 2006

Agora, apareceu um camundongo!
Mathilda disse pra eu ligar pra Comlurb que eles vêm dar um jeito.
Eu coloquei remédio ontem à noite e o telefone pra me despertar na madrugada, antes que as rolinhas viessem. Levantei e fui retirar a comida com o veneno, mas o ratinho, na minha opinião, percebe e não come a comida, bom
leit@r!
Tenho que mudar a tática, vou providenciar uma ratoeira.
Serão esses ratos prenúncio de sucesso para o meu novo livro? Pow, bem que poderia ser um anúncio de boas novas...
Eu me lembro que, em 2005, quando aquela rolinha fez o ninho no pau que sustenta o amianto que cobre nossa área, aquele ano foi muito legal, a rolinha prenunciou um ano feliz.
Possivelmente os ratos também são um aviso, ta se ligando?
Mas vou matar os bichanos com ratoeira!
Que ó!

sábado, dezembro 09, 2006

Norma esteve aqui em casa.
Dormiu aqui essa noite.
De manhã, quis que posássemos pras fotos e foi embora.
- É só pra eu matar a saudade! Não, Luís, assim você ta fazendo sombra em Dona
Luzia, senta do outro lado- ela disse e clicou. Depois posicionou-se onde eu estive, ao lado de mamãe e pediu que eu fotografasse. Fotografei.
Ela voltou pra Minas, depois irá mandar as fotos...
Dei-lhe de presente meus produtos artísticos. Norma é muito intuitiva, conversamos coisas interessantes. No fim, eu adorei, porque Norma disse, meio Papisa:
- Luís, você ainda terá dinheiro, mas tem que aceitar.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

As flores que enfeitam os postes de luz elétrica de minha rua foram retocadas. Ficaram melhor acabadas, mais definidas, as cores ficaram mais fortes e elas cintilam coloridas por toda a extensão de minha rua. Tenho saudades do Pedro que fotografou elas pra mim, para o meu bom leit@r.
Hoje, quando passei por elas, vindo da natação, avistadas pela janela do ônibus, lembrei-me do que o Hugo disse, que essas flores são em minha homenagem. E me senti homenageado. Agora, lembrando-me de Rubia, digo:
- Eh, vida boa!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Não me expliquei bem no post de ontem.
O que, ao final, eu quis dizer, é que a minha não percepção da importância de procurar pelo tapa-ouvidos perdido, era por eu estar desenturmado, devido a minha longa ausência, bom
leit@r!
Por outro lado, todas as coisas que vivi e todas as coisas que se descobriram pra mim, com a minha ausência na piscina por esse tempo, são tão mais importantes e deliciosas pra minha vida, muito mais deliciosas que o fato de entender o motivo porquê todos começaram a procurar pelo tapa-ouvidos sumido no fundo azul cristalino da piscina e, por isso, ter ficado alheio e achado estranho que eu não procurasse pelo troço perdido, não é importante, se ligou?
E, ainda, como voltei a minha assiduidade cotidiana, minha percepção do que acontecerá em nossos treinos, vai se ligar outra vez, e não me sentirei mais um peixe fora d’água, como ontem.
Dito isso, sinto-me melhor...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Fui nadar!
O pessoal todo estranhou que eu tivesse faltado por tanto tempo. Então, eu não expliquei direito o que me aconteceu, disse apenas que, de agora em diante, volto à disciplina rotineira. O Celso disse:
- Você não pode faltar, Luís. Você é o aluno mais antigo, é o nosso estímulo!
- Sim, não penso mais em faltar tanto assim- eu disse.
No meio da aula, um aluno novo perdeu, durante o treino, um troço de tapar os ouvidos para nadar. De repente, estavam todos os alunos na piscina procurando o negócio. Os alunos concentraram-se tanto na procura que não teve mais como eu nadar, porque eles atravessavam a minha frente, vindos de qualquer direção, a procurar o negócio. Eu me senti muito estranho em ser o único a não se envolver na procura. Eu não tava entendendo porque motivo o desaparecimento do troço tornou-se tão importante. E foi o Celso quem achou o negocinho. Era um negocinho mínimo, de plástico!
O novo aluno ficou feliz em reencontrar o seu tapa-ouvidos.
Então, recomecei a nadar, se ligou, bom leit@r?








terça-feira, dezembro 05, 2006




Estive em Sta Rita do Passa Quatro para o aniversário do Pedro.
Foi inacreditável: o Shiraga e a Círia foram me conhecer!
Estávamos escondidos da chuva no restinho de telhas da varanda da mãe do Pedro, olhando para a família dele fazendo karaoquê.
Eu bebia vinho, Shiraga e Círia cerveja.
É uma família cultural, nas festas, nós estávamos adorando e falando. O Shiraga é muito maior do que, virtualmente, pensei e a Círia muito mais bonita. Ficávamos trocando de lugar no agito da festa que teve de se espremer na varanda por causa da chuva.
De repente tudo parou e todos nós nos concentramos em torno a Telma que puxou o Pedro e começou a cantar pra ele, cantar e dançar. Era uma música que a Céu canta chamada Malemolência. Então a Telma dançava, meio moça do Faustão, e cantava:

“Menino bonito, menino bonito, ai
menino bonito, menino bonito, ai”

E puxou o Pedro que ficou dançando com ela. E ela tava tão sincera dançando e cantando, declarando seu amor pelo irmão e a festa inteira ligada, olhando, sacando, e tudo era tão bonito, a Céu, a música, os convidados e Telma dançando que o Pedro começou a chorar.
O Pedro começou a chorar dançando, bom
leit@r! Imagine o sentimento disso: chorar dançando! Foi tão bonito, bonito demais...e eles dançando:

“Menino bonito, menino bonito, ai
menino bonito, menino bonito, ai”

Quando acabou todos aplaudimos extasiados com a dança dos dois irmãos!
- Muito bom!- nos dissemos, sem palavras, uns aos outros.
E Círia foi cantar uma música que falava da chuva:
“Chove lá fora e aqui dentro lá lá lá lá lá lá lá lá”
E tia Bia disse:
- Que lindo!
No dia seguinte foi a vez de conhecer a Li e a Simone Carvalho.
Fizemos um som na casa da adorável Malu, amiga de Pedro. Tudo no máximo, assim, no último da beleza.
Li tirou foto, vou mostrar:


segunda-feira, dezembro 04, 2006

Estou voltando a tomar os remédios para o HIV.
Hoje, irei à médica e ela me dará as ratazanas para eu engolir todos os dias, outra vez. Certamente que o Pedro não vai gostar de eu estar dizendo assim, sentindo-me derrotado, meio com nojo das bichanas, com tristeza e medo...é que é uma merda ter que voltar com elas.
- São vitaminas, Luís- ele diz.
- É...

terça-feira, novembro 21, 2006

Estivemos, ontem, eu e Pedro, para ver o Cine Araribóia, festival de cinema universitário, no Cine Art UFF. Eram curtas que tinham a ver com a cultura negra, coincidindo com o dia de Zumbi.
Bia disse que colocou um saxofone na Expressão da Boca e que Raquel mixou super lindo os saxofones super lindos.
Kali C. fez uma música nova linda, comigo!
Eu tinha feito uma letra há um tempo e fiz outra há pouco.
Kali telefonou e disse ter feito a música. Pensei que era uma música da letra de pouco, mas ela cantou no telefone e era a letra mais antiga. É sobre masturbação.
Acho muito bacana que Kali não tenha problema algum com minhas letras e faz músicas lindas, simples e lindas!
A letra que fiz há pouco é sobre Nova Iguaçu e pedi pra kali que fizesse um funk..
- Vou tentar, se não conseguir, te devolvo- Kali disse.

“Dentre as muitas coisas maravilhosas que existem em Nova Iguaçu,
coisas minhas que o meu mundo interno fez crescer nas coisas que vi em Nova Iguaçu,
está o céu.
O extasiante branco e cinza das nuvens movendo-se no azul
sobre árvores e casas precárias
pessoas e crianças precárias
animais, riozinhos e colinas precárias
barraquinhas de lanche precárias, tudo
e o céu maravilhoso.
Mulheres e estradas precárias
barraquinhas de lanche precárias
banheiro público precário
cadeiras e policiamento precários
rodoviária limpa e precária, tudo
E o céu maravilhoso.”

domingo, novembro 19, 2006

Ainda estamos tentando dar um fim aos passeios noturnos da ratazana em nossa área.
Ela é muito esperta, a bichana.
Temos que tirar a comida, com o remédio para matá-la, antes que as rolinhas venham, no amanhecer, ciscar na canjiquinha. Por isso coloquei o relógio para despertar-me do sono às 4 da manhã. O bicho apitou e fui na área tirar a comida de veneno, quando, de repente, apareceram também mamãe e Pedro, interessados em saber da bichana, que, monstruosa, havia escapulido para o teto. Sim, bondoso
leit@r, ela, novamente, monstruosa, galgou para nosso teto e correu por toda a cumeeira sem que eles pudessem ver. Apenas eu vi o monstro, porque fui o primeiro a chegar. Juntos, tiramos a comida envenenada e, no lugar, retornamos com o pote de canjiquinha.
Depois disso, voltamos a dormir. E a área ficou livre para as rolinhas que, estranho, não vieram pela manhã..
- Elas voltarão! – Pedro disse.

sábado, novembro 18, 2006

Depois dos dias frios, como tem de ser, o calor abrasante de novembro, logo de manhã, chega em meu quarto.
Estamos às voltas com a ratazana na minha área. Não sei se ela comeu o veneno.
Hoje à noite, ficarei ligado em seus barulhos. Se não os ouvir é porque ela estará morta!
O gás acabou!
Dona Glorinha marcou almoço pra eu e Pedro às 12 h.
- No máximo 12:30 h- ela disse.
Vendi mais dois Cinemas Orlys para São Paulo!
Fomos a la playa, Itacoatiara e Itaipu.
Vou no correio...

sexta-feira, novembro 17, 2006

O Zeca Baleiro lançou por seu selo Sarava Discos um disco do Sergio Sampaio, meu conterrâneo de Cachoeiro do Itapemirim. Chama-se CRUEL e ele me mandou pelo correio junto com um outro disco que também lançou, com poemas que musicou de Hilda Hilst.
Tem um link para saber mais sobre o Sergio:
http://www.samba-choro.com.br/artistas/sergiosampaio

quarta-feira, novembro 15, 2006

Os dias nublados não dão trégua em Nikity! E, ontem, fez muito frio à noite.
Pedro fez uma canja, como se fôssemos pessoas de Sampa, estava uma delícia!
Naqueles dias, em que estivemos juntos em São Paulo, foi que vi o modo elaborado que os amigos de lá têm de estar na cozinha. Bia fez um carneiro! Renato fez um molho de morango para comer com a carne! Lúcia fez um quibe no forno e serviu vinho! E Pedro fez uma macarrão delicioso. Quando ficou noite, fez a canja.
Daqui a pouco iremos visitar a Claudia. Encontraremos Marília e continuaremos a ser como paulistanos. Faremos comida...

terça-feira, novembro 14, 2006

Pedro trouxe chuva para Nikity. Ficou ótimo para um romance!
Fiquei barbudo, vou raspar a barba...
Tiramos foto depois do jogo com Dona Glorinha. Vou mostrar:


segunda-feira, novembro 13, 2006

Tivemos dois ou três dias de inverno em pleno novembro, bons leit@res!
E, ontem, quando estivemos na Dona Glorinha jogando buraco, estava um frio, mas um frio tão gostoso que ela abriu as janelas para ele entrar e a gente curtir o bichano. Depois, ficamos jogando e comendo bolo de fubá mineiro, com café e leite. Chovia, lá fora!
A verdade é que Dona Glorinha não tem muito prazer em jogar comigo, porque perde. Mas gosta de mim mesmo assim, ta ligado?
Pedro, que tem um espírito superior, deixou-se perder e estava feliz. Tirou fotos dos gatos brancos, ouviu, falou e, no final, disse:
- Iremos voltar, sim, Dona Glorinha. Antes de eu ir, volto!

sábado, novembro 11, 2006

Ontem, eu e Pedro estivemos na casa de Kali C.
Ficamos tocando e cantando.
Kali está muito animada com seu disco, que irá chamar-se Você é Muito Lindo!
Pedro tirou fotos de minha área, de minha janela. Vou mostrar.
Esse é um dos lados do vale, onde estou. De minha janela vejo assim, e daí vêm, na madrugada, os latidos, os cantos de galo, os porcos gritando e, hoje, sábado, deverá vir o som longíquo de algum baile funk.
Aí está meu pobre vale, vejam!



sexta-feira, novembro 10, 2006

Dia de chuva, frio em Nikity City!
Uma ratazana enorme começou a freqüentar a canjiquinha que mamãe coloca para as rolinhas, em nossa área. Comprei chumbinho para matar e Zenilda deixou cair um pedrinha do veneno no chão, por isso uma das rolinhas amanheceu morta, embaixo da mesa.
Mamãe não quer continuar tentando matar a ratazana horrível, porque não quer matar suas rolinhas. Então, eu gritei:
- Mas é uma ratazana, mãe!
A ratazana desce do telhado para a mais alta prateleira da estante, onde é colocado o pote de canjiquinha e começa a fuçar por ali. Às vezes, desce ainda mais, pelas outras prateleiras, e embaixo, vasculha o chão da área com seu focinho nervoso. Isso acontece à noite, e se aparecemos na área com ela por lá, ela move-se muito rápida, no corpo horrível, e galga....galga? eu disse galga, do verbo galgar, transpor, ultrapassar? ... sim, bom
leit@r, é isso que estou dizendo. A ratazana galga de volta ao telhado, corre por toda a cumeeira e some para o alto da nossa casa, por uma fresta que ela encontra de encontro à parede.
Vamos matar, é uma ratazana!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Eu e Pedro iremos, logo mais à noite, num bar da Rua Sacadura Cabral, 155, onde Marcos Sacramento estará cantando sambas. O bar chama-se Trapiche e na vez em que o Valentim, de Brasília, esteve aqui em casa, iríamos lá, ouvir um pouco de chorinho, ao vivo, mas no meio de nossa confusão de sábado à noite, essas confusões em que entramos quando encontram-se mais de três pessoas juntas, a caminho do Trapiche, de repente, tomamos outro rumo e fomos parar, eu e Sacramento, no Buraco da Lacraia. Valentim foi pra Ilha do Governador...rs.
Finalmente, hoje, iremos no Trapiche!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Meu sobrinho é o Rodrigo, Shiraga! O Pedro veio de São Paulo, se ligou?
Hoje sairemos durante o dia pra eu lhe mostrar Nikity. Veremos as coisas mais ricas e as coisas mais pobres misturadas, assim, o brilho luxuoso das águas do mar da Guanabara e o lixo que vai dar na areia. Um dia desses vi uma raia voar da água e, rente a Pedra da Itapuca, mergulhar no mar outra vez. Claudia me disse que viu uma baleia com o filhote passeando em Itaipu.
Pedro curte ver as embarcações e tudo o mais construído a beira-mar.
Vai curtir a cidade...

terça-feira, novembro 07, 2006

O Pedro chegou!
Mamãe fez angu e jiló pra ele. Eu comprei um vinho, porque além do Pedro, o Sílvio, meu amigo do Pará, viria aqui para conversarmos hoje à noite. Mas não veio.
A festa funk de Rodrigo bombou. Ele telefonou pra dizer que recebeu 3 mil pessoas em sua festa. Está feliz e doente!
Disse que vai aparecer...rs....acho que deu adeus ao trabalho, assim, me anima, pois estava preocupado com meu sobrinho que não percebia a céu, as nuvens nem as estrelas, tudo.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Mamãe disse:
- Tem que comprar fubá e jiló pro Pedro, ta?
Essa noite, dormi em sua cama e ela veio dormir na sala, porque o homem que agora mora embaixo, fez aniversário, e sua família ficou rindo e conversando até altas horas embaixo de minha janela.
E, agora, pela manhã, depois de discutirmos, porque desconfio que mamãe empresta minhas roupas pro meu sobrinho e as roupas ficam inutilizadas, enlarguecem, perdem a pressão horizontal, se despregam, ficam velhas, por eu ser um homem pequeno, ta ligado, bom leit@r?
Pois, então, depois disso, de discutirmos, ela disse:
- Tem que comprar fubá e jiló pro Pedro, tá?

domingo, novembro 05, 2006

Estou em minha casa!
Os vizinhos do térreo fazem churrasco. Vou deitar e ficar ouvindo a festa. Mamãe ta linda, calorosa, macia, gostosona!
É isso!
Meu computer ainda ta mal. O Sidney disse que terá de trazer ferramentas para mexer no monitor, que perdeu a pressão horizontal, despregou, enlargueceu, ficou velho. Mas dá pra usar um pouco...

sábado, novembro 04, 2006

Eu e Claudia estamos, desde ontem, em Friburgo, na casa do Ciro. Temos ficado em seu apartamento conversando e rindo. Amanhã cedo, depois do café da manhã, voltaremos para Nikity e Claudia seguirá viagem até ao Rio, para Laranjeiras, onde mora.
Estivemos em Papucaia e conversando com Marilu, Claudia, João e Ciro, fiquei mudo. Não sou um bom conversador.
Em Papucaia, como os assuntos eram mais sérios, não ri muito, apenas ouvia, quieto. Mas aqui em Fiburgo, apenas nós três, sempre que pude achar um modo de rir do que se fala, puxei para esse viés engraçado das coisas e rimos bastante.
Meus amigos me deixaram estimulado, que bom.
Volto amanhã...

quarta-feira, novembro 01, 2006

Irei para Papucaia nesse feriado.
Meu bom
leit@r não pense que estou a ir para a festa funk de Rodrigo.
Mamãe quer que eu vá na festa dele, diz que vai bombar com o MC Sapão, mas eu e Claudia iremos para a casa de nossos amigos João e Marilu.
Depois, subiremos a serra e iremos para a casa do Ciro, em Friburgo.
Levarei meu violão. Penso que Claudia estranhará, mas ficará feliz em ver-me a sair outra vez com meu violão, mesmo que eu sinta que ela me preferisse tocando e cantando há mais de 10 anos atrás. Mas estou levando. Ela irá se acostumar.
Meu novo timbre e meu novo violão são difíceis, eu sei. Mas não sem lógica!
Também somente sei tocar as músicas que fiz, agora, por último. Mas como o João curte fazer som e como adoro o som que fazemos juntos, um som que é um improviso de acordes soltos na intuição, assim, mediúnicos, estou levando meu violão. Depois, no fim, começamos a gritar catarticamente, como numa sessão de igreja evangélica. É quase uma iluminação, não fosse meu espírito embotadíssimo.
Enquanto isso, noutro sítio por ali, Rodrigo estará possuído de funk. O meu sobrinho vai estar dominado entre cachorras e mamãe já disse:
- Você é que ta organizando a festa. Não vá ficar doido de bebida, ouviu?

terça-feira, outubro 31, 2006

Meu computer tá com problema. Serei breve.
Vou acender uma vela para Deus Sacana. Vou rezar pros Eguns. Pro capeta deixar de sacanear minhas coisas.
Falou!

segunda-feira, outubro 30, 2006

Estou ouvindo uma rádio de Ribeirão Preto!
Apenas ouço rádios nos ônibus daqui, de Nikity, porque meus vizinhos, quando põe som alto, colocam disco. Os vizinhos de baixo, ouvem música brega e o pessoal que se mudou para a casinha dos fundos, ouve discos de boa MPB nos finais de semana em alto e bom som, enquanto fazem churrasco no quintal minúsculo e acimentado que tem a casinha.
Essa rádio de Ribeirão Preto, ouço através do Pedro. E tem músicas muito diferentes das que ouvimos em rádios por aqui. Isso é uma conclusão que tiro através das rádios que tenho ouvido nos ônibus que servem a minha rua, o 30.
Ribeirão Preto é outro mundo e meu bom
leit@r há de entender-me.
Dito isso, esse blogueiro que vos fala, vai na Dona Glorinha buscar um desentupidor, pois a minha privada entupiu. São os eguns que trabalham nela, o Deus Sacana, é o capeta!

domingo, outubro 29, 2006

Alguma pessoa começou a pintar flores nas bases de todos os postes enfileirados na longa extensão de minha rua. Meu vale agora, abaixo dos fios de eletricidade extensos, é um jardim florido. E sobre cada pintura estão palavras explicativas, caso não reconheçamos a flor. Assim, num poste está escrito sobre o desenho: copos de leite. Noutro: gerânios. Noutro: margaridas. Noutro: rosas. Noutro: botões de rosa. Noutro: Dália.
As flores já chegaram no poste na direção de minha casa. Que coisa, minha rua ficou maluca, bom leit@r, ela ficou maluca! E meu bairro mais legal!
É isso aí!

sábado, outubro 28, 2006

O Pedro fez, no Orkut, uma comunidade para o Cinema Orly e outra para o Lua Singela. Eu adorei, bom leit@r! Entrei na duas. E estreei os fóruns delas.
Vou colocar os links respectivos:
Cinema Orly
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22693225

Lua Singela
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22662472



As palavras, formando as idéias, dão onda, são poderosas fonte de poder. Por isso é que os escritores são seres mágicos, têm um halo estranho em torno do corpo. Quando ainda era estudante e vi a Lygia Fagundes Teles no corredor, foi impossível não pensar nas luzes em torno às múmias egípcias.
Algo parecido se dá, quando encontro Mathilda Kóvak ou aquela vez que vi o Zeca Baleiro. Não, que as múmias egípcias se aproximem de todo artista que vejo. Elas somente chegaram para anunciar a escritora Lígia Fagundes Teles, bom
leit@r. Mas é parecido, porque luzes estranhas e de outro mundo sempre se aproximam de Mathilda Kóvak. E na vez em que vi o Zeca Baleiro elas também vieram. Tudo parece ter sido apenas encantamento e viagem de uma pessoa comum, quando avistou-se com os artistas citados. E quando eu me encontrar, o que vai surgir, quem?

sexta-feira, outubro 27, 2006

Bernardo deu-me uma outra camiseta, hoje, quando fui nadar.
E eu fiquei explicando sobre as roupas com que devo ir a certos lugares e, agora, ao lembrar de nosso papo, estou lembrando outra coisa, porque na piscina, também combinei com a Thaís de lhe enviar músicas minhas por e-mail.
Conversando com o Bernardo sobre as roupas com que devo ir em alguns lugares, eu lhe falei sobre a Daspu, sobre o funk e eu senti outra vez aquilo que tenho sentido n’algumas vezes, quando sinto que a gente faz sempre uma viagem sozinho, porque o universo de coisas que nos passa pela cabeça é só nosso e por mais que a gente esteja afim e tente demonstrar como ele funciona e como ele se dá, pros outros, é foda, ta se ligando?
Então, se a gente ta precisando de alguém, a gente tem de aprender a se mostrar e fazer alguém entrar dentro de nossa cabeça e assistir às coisas que se passam nela, com simpatia.
Ou, então, se faz uma viagem solitária, assim, esquizofrênica, sem precisar dividir o que se passa conosco, agressivo, muito na nossa mesmo, ta se ligando, bom
leit@r?
Sobre as roupas com que devo ir a certos lugares, se não estou bem com a roupa, ou não tenho a roupa com que ir, então, não vou. Vou pra outro lugar.
Ou fico em casa sozinho!
Que merda!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Quando estive em Curitiba, o senhor Mavinho fez pra mim um disco de mp3 que ele próprio intitulou “Divas”. Muitas músicas da Sade, que delícia!
Claudia me telefonou, ontem, pra combinar sobre o feriadão de Finados. Iremos ver Marilu, João, Ciro. E vamos conversar muito, porque meus amigos curtem isso, gostam de papear, que delícia!
Mamãe estava de mau humor e deitou mais cedo. Seu mal humor deveu-se ao fato de Rodrigo estar envolvido com a produção de sua festa funk, e não ter vindo pra nossa casa dormir.
Falei com Pedro antes de me deitar.
Temos muitos planos!
Ele é o Cara!

quarta-feira, outubro 25, 2006

O Pedro vai vir em Nikity em novembro!
Eu já estou feliz, porque penso nas coisas que podemos fazer juntos.
Não fico feliz pelas coisas, porque em Nikity City as coisas estão sempre as mesmas, acostumado que estou as suas maravilhas, mas pela presença do Pedro aqui, comigo, na minha cidade, então, se ligou, bom
leit@r?
Eu já estou mesmo olhando para ela com os olhos que terei quando de sua chegada.
O MAC visto em cheio da Praia das Flexas, com a pedra do Pão de Açúcar atrás, só faz sentido pra mim porque o Pedro vai chegar, vai estar a meu lado e quer conhecer o bichano.
Mamãe também está feliz, porque Pedro já conversou muito com ela no telefone e combinaram muitas coisas que fazer juntos.
Estou contando os dias!
Vejam:

Eu e Baiano no show da Sala Funarte Sidnei Miller. Foto tirada por Jorge Ferreira dia 23 de agosto de 2006.

terça-feira, outubro 24, 2006

Quando o Sergio, um terapeuta do Rio, esteve aqui em casa com o José, para comprar-me um Cinema Orly para seu paciente e outro para ele próprio, recebemos os dois na sala. Estávamos eu, mamãe e Zenilda. E ficamos os cinco na sala a conversar. Era a primeira conversa que tínhamos, conversa de quem nunca antes tinha se visto. Por isso, estávamos meio travados, eu precisava ir buscar o que dizer, estava sem graça, sem naturalidade, pela estranheza de estarmos juntos, nós e meus leitores, pela primeira vez.
Os meus
leit@res, estavam mais sem à vontade que nós, eu sentia, apesar de recepção amiga da gente, se liga.
Saí da sala e vim a meu quarto pegar os livros, quando ouvi mamãe dizer:
- Eu ajudei meu filho a escrever esse livro! – então, eu entrei, navamente, na sala e vi meus
leit@res olharem, sem entender, para mamãe. E ela continuou:
- Quando fulano de tal veio me dizer que Luís tinha escrito esse livro,
respondi: sim, eu ajudei ele a escrever. Claro, ajudei ele a escrever, sabe! Ajudei, porque é a vida!

segunda-feira, outubro 23, 2006

Jack

Hoje foi dia de ir na jack!
Ela me disse que minha pressão é mais difícil de controlar que os vírus hiv. Que devo me preocupar mais em fazê-la ficar boa, e não ficar como eu fico: alheio.
Passou encaminhamento para um cardiologista e também um ortopedista, que possa ver minha dor lombar. Ela disse:
- Você sabe que tem ortopedista especializado para todos os ossos: os ossos das
pernas, outro pra os ossos da face, outro pra os ossos da coluna. Vou te encaminhar, tomara que consiga marcar – mas, bom
leit@r, não consegui. E consegui cardiologista apenas para janeiro. Ela disse que queria que eu controlasse minha pressão antes de reiniciarmos, em dezembro, o uso dos anti-retrovirais, os remédios que matam o vírus hiv. Mas não deu certo!

domingo, outubro 22, 2006

Algo Assim

A primeira parceria com Mathilda Kóvak foi Máquina de Escrever, sucesso com Pedro Luís e a Parede e depois com Patrícia Ahmaral. Ela me passou a letra por telefone, eu dei uma aparada e coloquei a melodia. Depois, quando tive o coma e saí do hospital com as sequelas motoras não pude mais fazer músicas. Mas podia fazer letras e, então, perguntei pra Mathilda se poderia colocar melodia em Algo Assim.
- Claro - ela disse.
Então, ela deu uma melhorada em minha letra e me devolveu Algo Assim, que primeiro foi cantada em show por Suzie Thompson, depois Luciana Pestano, a Tigra, e, agora, Lanna Rodrigues.
A letra fala desse estado em que saí do hospital, mudo, paralítico, chocado com a minha nova condição, abatido, porrado, pelo vírus da Aids, e, assim, todo fodido, não me senti derrotado, vejam:


Algo Assim(Mathilda Kóvak/Luís capucho)
Com isso eu era pra estarMagoado, deprimido

Com isso eu era pra estar
Chateado, enlouquecido
Eu era pra morrer enforcado
Tomar veneno, me jogar da ponte
Algo assim, algo assim
Mas não estou nada Luís
Estou mais Claudia, mais Lestat
Em meu juízo final, fui o único juiz
Eu resolvi me perdoar
Com isso eu fiquei um pouco Cazuza
Com isso me tornei um pouco Brás Cubas
Um pouco Indianna Jonnes
Um pouco Indianna Jonnes
Algo assim, algo assim
E quero roubar um pouco de dinheiro
E quero matar um pouco de inimigo
Quero amor, muito amor
Algo assim pra eternidade
Algo assim, algo assim
Algo assim

sábado, outubro 21, 2006

outro blog

meu outro blog melou, por isso acabo de criar esse a passei as mensagens que não apareceram lá, abaixo:


lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá


Minhas costas ainda não estão boas, por isso não fui fazer os meus exercícios cotidianos. Além disso, em Niterói está um dia de inverno, com chuvisco e céu pesado de nuvens. Por estar embrulhado nesse casulo, passei toda a manhã na cama e andei reparando nas minhas costas, em sua dor, para ver se lhe descobria o sentido.
Estou pensando que minha coluna esteja a se reajustar a minha nova postura, a um novo jeito de estar, porque eu, que estou para entrar nos meus 45 anos, não tenho mais a mesma postura dos inseguros 25.
E porque estou colocando minha coluna cervical, finalmente, a serviço de minha quantidade de tempo, ela dói. Ta se ligando, bom
leit@r?
Todo esse tempo que tenho vivido e que está a dar sentido a minha dor, na minha coluna, embaixo, na base, perto de minhas nádegas pequenas, é um tempo muito curto, espremido no pequeníssimo e concentrado fio de vida que tenho.
Um dia e pluft, escapulo.