sexta-feira, outubro 31, 2008

Eu gosto para caramba desse meu livro, “Mamãe Me Adora”.
Daí que pensei mesmo no que o Shiraga sugeriu: fazer uma edição independente.
Antes, porém, como fiz com os meus outros livros, vou tentar ainda algumas outras editoras. Se não rolar, farei.
Ana não veio mais ajudar mamãe.
Estou na cozinha, silencioso leit@r!

quinta-feira, outubro 30, 2008

Ontem, estivemos, outra vez, reunidos, Sacramento, Baiano, eu e Pedro, no Cobaia, o escritúdio do Baiano, para fazermos um pouco mais de meu disco.
Avançamos nas músicas “Cinema Íris”, em “Os gestos das Mulheres” e com “Eu Quero Ser Sua Mãe”.

A Rocco, pra quem eu havia mandado o meu terceiro livro, respondeu-me, ontem:

Lemos o seu livro Mamãe Me Adora.
Como no caso do Rato, seu novo trabalho tem muitas qualidades, a
começar pelo título, que foi uma escolha muito acertada. A história parte de uma premissa boa, que é explorar a relação de mãe e filho em uma viagem até Aparecida .

Apesar de todas essas prerrogativas, achamos que esse não é um livro para a Rocco. Ficaria difícil encaixá-lo em nossa linha editorial e achamos que ele, depois de pronto, não seria tão bem trabalhado em termos comerciais, como já acontece no caso do Rato. Há trabalhos que merecem um processo de distribuição que vá além do convencional. O seu é um deles.”

Sendo assim, silenciosos leit@res, estou com o “Mamãe Me Adora”, como estou com o “Cinema Íris”: correndo atrás...
É isso aí!


terça-feira, outubro 28, 2008

Vou nadar.
Ontem estivemos na praia, Piratininga.
Sempre tenho a sensação de que preciso organizar minha vida, de que ela está de pernas para o ar.
Deve ser por isso que me torno a cada dia mais disciplinado, que é pra eu ter a sensação de rumo, ta ligado, silencioso leit@r?
É isso aí.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Dia sem sol e muito calor.
De vez em quando passa uma brisa no fundo do vale onde estou, entra pela janela.
Mamãe vê televisão.
Vou tomar um banho e sair...

domingo, outubro 26, 2008

Se ligarmos o nosso FODA-SE, como naquela música do Zeca Pagodinho, ”Deixa a Vida Me Levar”, fica tudo muito mais fácil. Se ficarmos ao Deus dará, tipo, uma tábua no mar, assim, seja o que Deus quiser, escolhendo sempre dizer, “SIM”, fluindo a favor da maré, usufruindo de sua força, somando-se a ela, isso facilita para caramba.
Esse tipo de escolha é típico de quem não tenha o que perder e fica sempre no rasinho ou na superfície, boiando.
Mas também pra quem não tem o que perder e quer mais aventura, fazer força, se jogar mais pro fundo e mergulhar ou cavar buraco nas pedras, aí o troço complica, se liga, silencioso leit@r, o bagulho fica mais doido.
Agora, que entra o verão, Pedro disse que quer ir mergulhar no mar de Itaipu.
Eu disse, “NÃO”:
- Eu não vou, tenho claustrofobia de ficar mergulhado. Melhor ficar no rasinho e na areia, enquanto você pesca de molinete eu leio na sombra.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sábado, outubro 25, 2008

Ana não veio mais ajudar mamãe.
Por isso, sou eu quem tenho ido para a cozinha.
E meu tempo para o blog diminuiu.
Vou me reorganizar de forma que consiga vir aqui todos os dias, como gosto.
Eu durmo bem mais do que fico acordado, gosto de dormir cedo e acordo tarde. Isso é uma coisa que adoro fazer: dormir.
Daí, silencioso leit@r, que o pequeno espaço de tempo que tenho de acordado precisa ser reorganizado de forma que eu consiga fazer tudo de que gosto.

Tudo descansado...
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

quarta-feira, outubro 22, 2008

Em entrevista para o site Ziriguidum, no post abaixo, Marcos Sacramento fala sobre seu trabalho e seu prazer de intérprete, de compositor e sobre a escolha do seu repertório. Veja, silencioso leit@r:

segunda-feira, outubro 20, 2008

Iríamos cortar nossos cabelos hoje.
Até ligamos para o Tony, mas ninguém atendeu.
Mamãe ficou muito preocupada e quis telefonar para casa dele.
Resultado, hoje, é feriado para os comerciários e Tony está em casa descansando.
Ruth envolveu-se também na produção de meu disco.
Amanhã, iremos para Ipanema, para a inauguração da loja do figurinista Luiz de Freitas, o Mister Wonderful, como parte dos planos para a capa do Cinema Íris.
Jorge Ferreira também envolveu-se a começou a tirar fotos do cinema.
Eu disse para Ruth:
- Eu queria ficar bem elegante na capa do disco, assim, como se eu fosse pra missa!
- Nossa! Que ótimo! – Ruth respondeu – Amanhã, será a inauguração da loja do Mister Wonderful! Vamos lá pedir roupas!
E iremos.

sábado, outubro 18, 2008

Ainda sobre a gravação de meu disco, “Cinema Íris”, quando estávamos chegando no prédio do Odeon, naquela esquina hiperventilada da Cinelândia, peguei, virei pro Pedro e disse:
- É muito charmoso gravar um disco num prédio tão lindo, né?
- Éeeee... – Pedro concordou naquele seu jeito de falar de homem antigo.
Naquela esquina, ultimamente têm ficado, sempre trabalhando com os arames, alicates, pedrinhas e linhas, diante da toalha onde expõem e vendem suas bijuterias, cabelos ao vento, muitos hippies com suas mulheres.
São pessoas muito sujas, sentadas orgulhosamente pelo chão, descansadas, enquanto atrás delas, num cercado que forma como que uma varanda para a entrada do cinema e no mesmo chão da praça, estão as pessoas mais elegantes e modernas do centro da cidade, sentadas em mesinhas de café, cabelos caídos sobre o crânio, tranqüilos, protegidos do vento.
São tipos intelectuais, que curtem arte, mas que a despeito de estarem quase que num mesmo lugar que os hippies ali, vivem num outro mundo, mais limpo, silencioso leit@r, mais seguro, com mais grana e tão orgulhoso quanto.
Eu e Pedro, que somos de um terceiro mundo, nem de hippies nem de modernos com grana, atravessamos os mundos do chão da Cinelândia ao vento, orgulhosos também e entramos no prédio charmoso do estúdio do Baiano.
Estamos gravando o Cinema Íris!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

quinta-feira, outubro 16, 2008

Andamos bastante com as músicas, ontem, que os brotos de penugem engrossaram, ficaram firmes, para, em muito pouco, alçarem vôo.
Baiano e Marcolino se entusiasmaram e a guitarra dele, do Marcolino, ao invés de em duas músicas, foi colocada em quatro: A Música do Sábado, Eu Quero Ser Sua Mãe, O Motorista do Ônibus, Peixe.
E ficou de colocar em Céu, mas como não deu tempo, vai ser n’outro dia.
Eu fiquei quieto, calado, sentado numa poltrona olhando os movimentos das fisionomias, interpretando, ouvindo os movimentos das músicas, e, mesmo que eu estivesse a interpretar, se liga, silencioso leit@r, sem conseguir compreender o que se passava.
Enquanto eu não compreendia, Marcos Sacramento parecia compreender e ágil, alçando vôo sobre tudo, dava sugestões que eu estava achando ótimas e que depois de realizadas tinham, de verdade, ótimos resultados. Submerso, eu disse:
- Você tem tido ótimas idéias, deveria aproveitar essa sua fase.
- Eu sempre tive ótimas idéias, faço isso nos meus discos – ele disse.
- ? – eu fiquei.

E, depois de um tempo de silêncio, prestando atenção em tudo sem compreender, eu disse:
- Sou um cara estranho – Sacramento chegou-se a mim:
- O quê?
- Sou estranho – repeti.
- ? – ele ficou.
Que coisa!

terça-feira, outubro 14, 2008

Algumas das músicas que escolhemos para fazer parte de meu disco, “Cinema Íris”, estão começando a perder a penugem e ficar com asas mais firmes para vôos mais distantes.
A primeira delas que já se armou para alçar vôo é “Pessoas São Seres do Mal”. Depois, quando julgarmos que a bichana estiver, definitivamente, pronta, abandonaremos ela a sua sorte e seja o que deus quiser.
Amanhã, Marcolino vai colocar guitarra em outras duas: A Música do Sábado e Eu Quero Ser Sua Mãe.
N’A Música do Sábado estamos pensando colocar um batidão de funk no solo final, idéia de que gosta minha parceira Kali C.
Vamos ver se dará certo, silencioso leit@r...
É isso.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Com a manhã de sol, os passarinhos estão serelepes em torno a minha casa.
Mamãe esta um pouco deprimida com a ferida da perna.
Ontem, estivemos na parada gay e Pedro panfletou um pouco meus livros e discos. Quando vínhamos embora, no ponto de ônibus, sentou-se uma pomba-gira a meu lado. Ela tinha um vestido rodado vermelho repleto de pequenas medalhas de ouro, e puxou conversa.
Fui monossilábico, como costumo mesmo ser. Ela não se importou. Disse:
- Sou uma bicha operada. Tive um marido italiano por muitos anos, mas depois que operei, ele foi embora.
- Ahhhhhhhhhhh....- eu disse surpreendido.
Ela pegou um ônibus para Triagem.
Quando ela caminhou para entrar no ônibus, as medalhas douradas faiscando na luz dos postes da rua, com a imensa bunda fofa e rebolante, fiquei imaginando as mucosas de sua buceta se roçando entre as pernas.
Fiquei impressionado, silencioso leit@r!

sexta-feira, outubro 10, 2008

"Este vídeo foi gravado em 2005 (?) para um documentário que nunca foi finalizado.
Quando vim pro Japão, trouxe algumas das fitas que eu tinha comigo e, dentre elas, a que continha uma entrevista de Suely Mesquita sobre o cantor e esta performance.
O restante do material gravado para o documentário está em local desconhecido".

Roberto Maxwell


"Romena" by Suely Mesquita & Luís Capucho
voz: Suely Mesquita
violão: Luís Capucho
teclados, efeitos e produção: Paulo Baiano
imagem, direção e edição: Roberto Maxwell
câmeras: André Martins e Flávio Bueno

gravado no Rio de Janeiro, Brasil

Veja silencioso leit@r:

http://www.youtube.com/watch?v=3atpovif2HM

quinta-feira, outubro 09, 2008

Frio.
Minha vizinha de janela trouxe-me uma borboleta com asas de pedra translúcida verde, contornadas por um fio de ouro, para que eu colocasse na fonte. Coloquei-a entre as pedrinhas foscas e a fonte está ficando um mimo, bom e silencioso leit@r.
Além disso, eu tinha entre os meus guardados um sapinho minúsculo que ganhei de algum amigo da época do Buraco, por ter feito a música do príncipe. O sapinho de cerâmica, rolando entre as coisas guardadas e efeito do tempo, perdeu o verde da pele. Minha vizinha de janela pintou-o e ele ficou novinho outra vez, úmido, brilhante, como da primeira vez em que o vi.
Coloquei-o jururu na pedra da beira da fonte. Que fofo!
Não me lembro mais qual amigo me deu ele, que coisa!
Essa fonte com que presenteei mamãe está a tornar-se um pedaço encantado de minha varanda. Recebe a visita de rolinhas e ratos...que horror!

terça-feira, outubro 07, 2008

Estou criando um ambiente legal de plantas na minha área.
Minha vizinha de janela, que faz quadros no estilo Gigantismo e que os expõe no Campo São Bento, vai me ajudar a arrumar.
Coloquei uma fonte no meio das plantas. Minha vizinha me deu um sapinho e um caracol pra colocar lá. Consegui umas pedrinhas...
Vou conseguir uns santinhos, tipo, Caboclos, Iaras, bichos de água e mato.
Estou matando os ratos. Acho que vou dar uma festinha...rs.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

domingo, outubro 05, 2008

Domingo chocho, em Nikity.
Mas, no que Pedro tem chamado de meu condomínio, muita animação.
Na casa de baixo, Bruno e Marrone gritam.
Na casa de trás um jogo de futebol.
Minha rua, o vale de que tanto falo pra meu silencioso leit@r, está cheia de gente com bandeiras de candidatos, distribuindo santinhos dos políticos, os botecos estão cheios de homens e mulheres bebendo cerveja, muitos olhares animados entre as pessoas, mas o domingo ta chocho, nublado, embora com pessoas radiantes, nesse dia em que escolhem os políticos pra cidade.
Coloquei as músicas do meu cd Cinema Íris, que estou gravando no Baiano pra animar o post de hoje.
A música “Peixe”, que estou ouvindo agora, fiz, quando morava na casa de baixo, onde agora toca Bruno e Marrone.
Na casa de cima, onde moro agora, morava uma senhora, bem mais velha que mamãe e que não saía mais de casa. Moravam ela e a filha e quando a filha ia rapidamente à rua, eu curtia ficar tocando violão imaginando a velha como ouvinte, porque o som, entrando pelo banheiro, ia, através do respiradouro da casas, direto para o quarto da velha, onde ela ficava sempre deitada.
Um dia ela me chamou aqui em cima e disse:
- Você toca violão e canta muito bem, Luís! Eu ouço tudo daqui!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sábado, outubro 04, 2008

Na varanda em que esperamos pela médica, ontem, na Fiocruz, havia um grupo de jovens travestis, também esperando por atendimento. Veio a enfermeira e chamou:
- Vaneeessa! – e entrou uma mocinha que era sexo puro, muito bem montada, bonita, feminina à beça, mas no rosto, encoberta por uma máscara de maquiagem, a pele mais escura, onde os pêlos da barba foram raspados. Eu fiquei intrigado, olhei para todos os jovens travestis e todos tinham uma crosta de barba raspada na pele do rosto, embaixo da pintura. Num deles, no mais branquinho, o tom mais escuro de onde despontavam os pêlos, formava um bigode e um cavanhaque.
Fiquei intrigado, bom leit@r, porque os travestis que vejo, quando trabalham no sexo das ruas ou nas vezes em que os via no cinema, não deixavam aparecer esses sinais de homem.
Talvez, ali, porque estivessem na luz do dia, ou num ambiente hospitalar, tivessem deixado de lado esse cuidado e estavam quase como num carnaval, assim, meio caricatos.
No banco ao lado do que estávamos, estavam sentados duas bichinhas pequeninas, bom leit@r. E estavam muito mais pequeninas ainda, porque usavam aqueles colores de bolas enormes, tipo, os Flinstones, que os adolescentes de hoje usam e porque o grupo de travestis avançava seus vapores pelo ambiente da varanda.
Eu e Pedro ficamos ali sentados lendo e sentindo o clima e fomos chamados pra consulta muito rápido. Não sei se rápido, porque eu gostasse de observar mais ou se rápido mesmo.
No consultório, Dra Juçara recebeu-nos com festa. Nosso cd4 subiu.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

sexta-feira, outubro 03, 2008

Acordei bem cedinho, hoje.
Eu fico feliz em dias assim, quando eu, depois de acordar, fico um tempo olhando pra luz do dia, ainda dentro do lençol, ainda tudo no silêncio da manhã, um barulho de ônibus, o meu vale começando o dia e eu sinto vontade de sair da cama.
Mamãe já tava acordada.
Dei-lhe os remédios de homeopatia, pequei os vegetais na geladeira e fui pra varanda fazer o suco de luz.
A ferida de mamãe ta na mesma, bom leit@r.
Ontem, minha vizinha de janela, aconselhou-se com uma enfermeira que ensinou um curativo diferente e comprei. Chama-se placa hidrocolóide. Colocamos. Vamos ver no que vai dar...
Enquanto eu fazia o suco, mamãe fez um café delicioso, que gosto de tomar puro, um café forte, com pouco açúcar, que maravilha!
Ana chegou e começou a cantar pela casa, arrumando tudo.
Liguei meu lentíssimo computer. Depois que eu almoçar, Pedro vem aqui para irmos no médico.
Que coisa!

quinta-feira, outubro 02, 2008

A próxima partida para o Rato será o jogo 10 e, dessa vez, vai concorrer com o livro de Carola Saavedra, “Toda Terça”, vencedor do jogo 4.
Meus amigos entenderam o espírito da Copa e fizeram uma torcida barulhenta, fiquei feliz e nervoso, angustiado, jogo é foda , eu nem gosto.
Não esperava e não poderia ser coisa diferente, neguinho aproveitou pra brincar à vontade, torcida é isso mesmo, que horror!
Acabo de chegar do correio, onde postei o projeto do meu CD, “Cinema Íris” para o Projeto Pixinguinha - 2008.
E começo a torcer para que ele seja aprovado.
Estivemos na portaria do Cinema para que autorizassem tirarmos fotos de detalhes do prédio muito antigo que é o Íris, para irmos pensando na capa do CD, mas virou um troço burocrático e não deixaram.
Vai rolar, sim...

quarta-feira, outubro 01, 2008

Daqui a pouco iremos com Ruth ao Cinema Íris.
E começaremos a pensar numa capa pra o disco...