quinta-feira, maio 31, 2012

Mamãe me adora

Esse é o meu terceiro livro, que sai a inaugurar o selo Edições da meia-noite, da editora Vermelho Marinho. Mamãe me adora é um relato de viagem, uma narrativa que tem sido cara aos escritores da literatura ocidental, desde a antiguidade. Por esse motivo, quando pensei em escrever, mesmo achando esse um tema pretensioso, fui em frente. Também achei ser uma pretensão escrever sobre o tema, em se tratando de uma viagem a Aparecida do Norte, que é uma espécie de centro espiritual de nosso país. Mesmo assim fui em frente. O resultado foi um livro simples, sem a pretensão dos temas abordados, mas que me satisfez enquanto estória a ser contada, estória que eu precisava contar do jeito como eu contei.
Acho que é isso.
Apesar das sombras inerentes à toda luz, que meu leitor faça uma boa viagem! 

Lançamento a ser realizado na Multifoco, em conjunto com meu segundo CD Cinema Íris, no dia 15 de junho de 2012 - 18 horas.
Avenida Mem de Sá, 126 - Lapa - Rio de Janeiro. Ouça:


Na madrugada, os ônibus que saem da garagem, me pareceram chuva caindo. E, caído na minha cama, tive uma vontade imensa de que chovesse...
Fui.

quarta-feira, maio 30, 2012

Às voltas com o andamento das coisas para lançar o Cinema Íris e o Mamãe me adora.
Vai dar tempo, vai dar tudo certo, vai ter que dar...

segunda-feira, maio 28, 2012

bicho doméstico


A música Bicho Doméstico foi gravada por Ryta de Cassia, no CD de mesmo nome, no ano de 2002.
Ontem, estive lendo um papo de facebook, encabeçado pelo Chabrol, em que se falava dessa música e resolvi colocar no youtube minha versão, de onde a Ryta se baseou para fazer a dela.
Fiz essa música, ainda morava em Papucaia, para os garotos, que ao se tornarem rapazes, e por terem a compleição física mais robusta e maior que a minha, começavam a me tratar com vilipêndio, quando eu, vindo da escola, passava diante de suas casas e eles riam e gracejavam às minhas costas, depois de eu já ter passado, cabisbaixo, estonteado, rabo entre as pernas feito um vira-latas, mas arisco. Porque medroso, e faminto.
Ouça, bom leit@r, que coisa:

domingo, maio 27, 2012


Assistimos “A Peça do Casamento” na Casa de Cultura Laura Alvim e, depois, Buraco da Lacraia.
Hoje: de molho.
Fui.

sexta-feira, maio 25, 2012


Entre as pessoas que moram na rua, na Mariz e Barros, mora, agora um negra gorda, que é, assim, uma versão feminina de um negro gordo, também morador de rua, que sempre via na Cinelândia, fazendo ponto ali bem próximo do Amarelinho. Já vi esse negro no centro de Niterói também, próximo à Estação das Barcas, mas a mulher da Mariz e Barros nunca tinha visto, antes, por aqui. Ela usa um dread que soma todo o cabelo atrás e outro dia, quando passei por ela, sentada feito um guru indiano na calçada, vi que ela é ou estava cheia de orgulho.
Então, continuei meu caminho pensando nisso, na vaidade que uma pessoa pode ter por ser morador de rua, porque as feições dela era, sim, a de quem estivesse envaidecida. Ou, então, quando passei, ela estivesse se lembrando de algo que a tivesse envaidecido noutra época.
Também já vi moradores de rua que se parecem príncipes, rainhas, todas essas pessoas que temos como superiores. Quer dizer, eu acredito no individualismo.
Fui.

quinta-feira, maio 24, 2012


Na fila para o caixa, ontem, porque tinha comprado umas coisas pro almoço, a madame veio entrando no mercado, e me perguntou:
- O senhor está na fila?
- Claro, que, sim! – eu disse. E depois, ela saiu perguntando às pessoas atrás de mim, se estavam na fila. Quer dizer, o que a madame queria? Fiquei pensando em como eu poderia ter sido mais paciente e me senti culpado.
Já tinha reparado minha irritação, quando saí de casa e reparei numa senhora que acompanhava sua mãe ao médico. Pude saber disso, porque elas entraram no ônibus, no ponto do hospital da polícia. A senhora tinha guardado alguma coisa no bolsinho do casaco de seu mãe. E toda hora enfiava a mão no casaco, quer dizer, importunava a mãe por uma coisa que ela poderia ter guardado no próprio casaco. Sei lá. Eu estava me irritando por nada.
É isso aí.

quarta-feira, maio 23, 2012

Temos mais um morador na casa de trás: o Ralf.
Nos primeiros dias ele chorava muito durante a noite e toda a comunidade teve pena. Minha vizinha de janela deu-lhe banho e tornou-se madrinha.
Tinha um coelhinho de pelúcia aqui em casa, acho que veio da Austria, quando estive lá com Rubia.
Então, me lembrei do macaquinho do Fábio Fabricio Fabretti, que ganhou outro macaquinho de pelúcia com que se agasalhar, e dei pro Ralf o coelhinho, pra ver se ele não chorava tanto.
Não sei se o coelhinho, mas ele parou de chorar.
Ehhhhhhhhhhhh!

terça-feira, maio 22, 2012


Estamos na reta final para os lançamentos do Mamãe me adora e do Cinema Íris. Será dia 15 de junho, na Multifoco. Os portões se abrirão às 18 horas. Às 20h faremos um curto show de apresentação do disco. Depois disso, podemos ficar por lá até às 22 horas, que depois disso começa a balada de sexta à noite, e, aí...



segunda-feira, maio 21, 2012


Cabelos bem curtinhos, outra vez.
Me lembro que, antigamente, quando deixava meus cabelos curtos assim, e minhas expressões de rosto ficavam mais à mostra, ficava com a impressão de que havia me deixado com cara de louco. Não sinto mais assim. Ou porque tenha me afeiçoado às meus pensamentos loucos e por isso os tenha deixado fora de dúvida, ao expressá-los na cara. Daí, minha cara é essa mesmo.
Ou porque a idade tenha, fisicamente, me trazido uma definição precisa dos traços, quer dizer, a fragilidade de um rosto mais jovem é que o deixava impreciso e louco.
Sei lá...mil coisas...

sábado, maio 19, 2012


Tentei afinar o violão da Ana, ontem, mas não consegui. Fiquei perdido e desisti. Achei que não podia afinar a partir do ponto em que ele estava, mas não quis começar do zero. Quer dizer, tinha que tirar as cordas e colocá-las nas tarrachas certas e rodá-las para o lado certo. Para apertar cada uma das cordas, eu tinha que rodar para um lado diferente. Além disso, elas estavam fora das tarrachas de costume.Confusão total. Nuvem negra. Sexta à noite.
Depois, ela trouxe um afinador que não consegui entender...
Que coisa!

sexta-feira, maio 18, 2012

O Castelo - Show Luís Capucho e Luciana Pestano - IV


Fiz meu café e ficou gostoso.
Vontade de tomar mais, mas devo manter a decisão de diminuir.
Conversei com seu Valmir sobre o concerto da campainha e ele ficou de conseguir quem conserte.
Quando estivemos na casa da Kali, ela mostrou as roupas e as idéias que teve para filmar a nossa música “O Castelo”. E, agora, de manhã, revi o Xarlô cantando num show que fizemos com Luciana Pestano para o lançamento do Rato, em 2007:

quinta-feira, maio 17, 2012

Cássia Eller - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (cover)


Comecei a seguir sua pista de internet, depois que soube da amizade de Aleister Crowley com Fernando Pessoa. Então, depois de fazer relações muito pessoais com aquela pista que havia seguido antes, do fotógrafo Von Gloeden e Nino Cesarini, cheguei à capa do disco dos Beatles: Sgt Peppers. Tudo isso me envolve na lembrança de uma vida estranha, que não vivi e da qual me aposso maravilhado e por empatia absoluta. E, aí, silencioso leit@r, vi que em 2003, o artista pop Peter Blake, criador da tal capa, antes de morrer, fez uma atualização dela, incluindo artistas mais recentes, tipo, Amy Winehouse e Noel Gallagher. Foi quando cheguei à Cassia Eller cantando  Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band  com cenário de rosas inspirado na minha música Maluca. Muito bom!
Veja:

quarta-feira, maio 16, 2012


Fiz uma nova gravação de Camuflagem e mandei pro Tive.
Ando pelas ruas com, no espírito, algo parecido com lembranças, mas acho que é desejo de estar em outro lugar. Estava vendo na internet que Fernando Pessoa também esteve ligado a Aleister Crowley. Telefonei pra Sacramento, e depois soube que ele está na Itália. Achei essa notícia sobre sua viagem:
“Marcos Sacramento viajou para Itália onde faz duas apresentações com o pianista Stefano Bollani e com o bandolinista Hamilton de Holanda. Os shows acontecem nos dias 16 e 17 de maio no tradicional Teatro Ristori, em Verona. Na volta Sacramento, que tem shows agendados no Rio e em Belo Horizonte e segue participando das apresentações do projeto "Em Cantos do Rio" ao lado de nomes como Haroldo Costa, João Carlos Assis Brasil, Márcio Gomes, Áurea Martins, Claudette Soares entre outros. Marcos ainda prepara o lançamento do CD Todo mundo quer amar em parceria com o violonista Zé Paulo Becker. O álbum, que sai pelo selo paulistano Borandá Discos, tem parcerias inéditas de Zé Paulo com Paulo César Pinheiro.”

terça-feira, maio 15, 2012


Ontem, na saída da farmácia, um senhor olhava para a chuva fina caindo sobre as árvores da rua. Parei ao lado, porque estava sem meu guarda-chuva e, não querendo me molhar, fiquei olhando também.
Eu disse:
- O senhor acha que essa chuva vai parar?
Concentrado em suas próprias lembranças e sem me olhar, o senhor respondeu:
- Não, não vai parar. Se ainda fosse na parte da manhã, podia ser. Mas essa chuva, assim, que vem à tarde, costuma ser demorada.
E, aí, como o silencioso leit@r daqui de perto sabe, choveu até à noite e acho que a noite toda choveu.
Fui.
Outra coisa: também, ontem, conseguimos decidir que os lançamentos do disco Cinema Íris e do livro Mamãe me adora será realizado no dia 15 de junho, na Multifoco!

domingo, maio 13, 2012


Fiz música sobre um dos poemas do Tive, que conheço já há alguns anos de internet, porque o Tive é espanhol e mora numa cidade do interior espanhola. Eu não sabia que Tive era escritor de poemas. Outro dia recebi um e-mail seu, avisando estar finalista de um concurso literário que lhe daria um prêmio em dinheiro. Então me mandou uns poemas. E, agora, está finalista de outro prêmio importante, o XLIV Premio Internacional de Poesia"Hermanos Argensola".
Musiquei um dos poemas que me mandou da primeira vez.
O poema está escrito na língua do Tive e, claro, fiz adaptações para a língua portuguesa para colocar minha melodia.
Faz parte de um conjunto de outros e ei-lo, aí:

“Leo en la biblioteca
que los insectos del Amazonas adoptan el color
de su entorno para ocultarse
de los depredadores.
Estoy satisfecho por aprender
algo nuevo,
aunque no puedo evitar la melancolía
de saber que nunca
iré a la selva.
Cerca de casa,
crecen unas margaritas silvestres.
Como de costumbre, tomo una flor del tallo
pero, en el momento de arrancarla,
me parece observar un movimiento.
Una pequeña araña amarilla
se hace visible en el borde de un pétalo
y de inmediato vuelve a esconderse.

Con el arrobo de un niño
en su primera comunión,
me digo muy adentro:
camuflaje.”

sexta-feira, maio 11, 2012


Terminei A alma encantadora das ruas, do João do Rio.
Ao terminar de ler, minha impressão mudou, quer dizer, não tenho mais dúvida se curte ou não o povo nas ruas. É-lhe indiferente. É um repórter e, talvez, a simpatia esteja apenas por escolher falar da canalha.
Termina o livro com o assunto mais legal: a descrição dos prisioneiros homens, mulheres e crianças da cidade, no início do século XX.
Fui.

quinta-feira, maio 10, 2012

Poema do Tive:

PERGUNTAS À UM MARINHEIRO RUSSO


Há um marinheiro preso
dentro de um submarino
debaixo do gelo do Ártico.

Eu preciso urgentemente
falar com ele
só pra ele me esclarecer
uma dúvida
                   lingüística:
os submarinos,
                           afundam?
                                            soçobram?

Ele é o único superviviente
da tripulação,
assim é que é primordial
me comunicar com ele
antes de ele morrer.

Dentre todos os idiomas do mundo,
ele só fala russo.
Eu, por desgraça,
também nao posso lhe compreender.

quarta-feira, maio 09, 2012


Sobre o sentido do Ponto Máximo, Marcos Sacramento esclarece, misterifica, escreveu:
“O sentido está na poesia, ela própria.
Assim como o sangue escorrendo da perna,
A formiga errante (?) pelo muro
O preto & branco insistente

A força do sentido está no próprio poema

Mesmo que não concreto
Mesmo que não correto
Mesmo que não exista poesia alguma
Ou que vejamos poesia em toda parte
O sentido estará sempre no que for mais atávico e forte e desmesurado
Como a minhoca que come a mulher
Pra nos livrar de todo o mal.
Pra que fiquemos livres da mulher como a conhecemos e
Pra que nossas línguas possam recomeçar uma nova aventura.
Eis o sentido.
Sentido algum.
Mas que seja tão de dentro do nosso estranho ser
Que não caiba mais nenhuma alternativa
Que não seja livrarmo-nos dele.”

terça-feira, maio 08, 2012

Luís Capucho - Ponto Máximo


Pedi a Rafael Saar que me filmasse na escadinha sem saída do quintal de Pedro, cantando minha música Ponto Máximo, com letra de Marcos Sacramento. Então, ele, com o seu sorriso de gato, armou sua câmera na minha frente e me filmou. É uma letra bem ao estilo das músicas que eu e Sacramento fazíamos juntos na década de 80, quer dizer, aparentemente sem sentido, mas acho que tem. E é música feita na minha versão pós-coma, assim, dois acordes.
Coloquei essa música em meu primeiro CD, o Lua Singela, com arranjo do Rodrigo Campello. Todas as outras foram arranjadas pelo Paulo Baiano. E todas as outras têm um sentido mais direto.
O silencioso leit@r que conhece minha história pode notar minha alegria em conseguir dedilhar outra vez o violão numa música. E outra vez conseguir sutilezas no cantar que minhas sequelas vocais escondiam. Esse é o meu Ponto Máximo de agora.
Veja:


segunda-feira, maio 07, 2012


Peguei no facebook do Reserva+ 
as fotos de meu show com Baiano. Acho foto possível de tanta ficção, quanto a ficção possível com as palavras, embora fotografias tenham maior impressão de realidade. Quer dizer, silencioso leit@r, me reconheço nas imagens, mas me estranho também.

sexta-feira, maio 04, 2012


Ganhei um livro lindo, da Fernanda: O Gosto do Cloro, de Sebastien Vivés.
É a história de um rapaz que começa a nadar pra resolver uma escoliose e conhece uma garota. Essa história é contada em quadrinhos cor de água. Falei com Fernanda sobre meu Diário da Piscina, por isso ela me deu o livro. O livro é como o meu Diário. Embora meu diário tenha apenas e muitas palavras, me parece que ele seja tão colorido e mágico quanto o livro de Vivés. E tão triste quanto. 
Veja:

quarta-feira, maio 02, 2012


Avançando sobre “a alma encantadora das ruas” de João do Rio, flanando pelo Rio do início do século XX sob o ponto de vista de um intelectual “snob”, mas que tem simpatia pelo povo na rua.
Ou, não.
Fui.

terça-feira, maio 01, 2012

Yzalú / Desculpa Mãe - Facção Central


Sem querer, achei a flanela que não sabia onde tinha ido parar.
Num dia em que passei óleo de peroba em meu violão, coloquei-a na bolsa externa de sua capa e não me lembrava de tê-la colocado lá.
Curti muito esse vídeo da Izalu: