quinta-feira, março 30, 2017

Em 2015, Pedro Carneiro lança seu primeiro disco solo, Vovô Bebê, com composições que falam de uma vida que se faz entre o fim e o começo, o vovô e o bebê, numa anacronia que constitui o próprio passar do tempo desse músico que compõe de forma compulsiva desde criança, quando já era velho e tocava seu violão. Em 2016, Bruno Cosentino lança seu segundo disco solo, Babies, com a banda Exército de Bebês e produção de Pedro Carneiro, babies making babies no estúdio, o encontro desse avô com outro bebê, num groove meio pop meio funky, e a voz de Bruno no meio, rasgando, cortando o cordão umbilical. Em 2016, Pedro conhece Luís Capucho, apresentado por Bruno que começa a produzir o quinto álbum de Luís, Homens Machucados, com lançamento previsto para 2017 e canções que falam desse homem que é [também e não só] a imagem de um pai, de uma divindade, de um corpo, que fica entre qualquer início e fim, flutuando no peso desse meio, desse tempo quase suspenso, um corte. (Isabela Bosi).

Sobre os músicos

Luís Capucho está na estrada com o show do seu disco Poema Maldito [2014], depois de lançar Lua Singela [2003],Cinema Íris [2012] e Antigo [2012]. Capucho também já publicou os livros Cinema Orly [Ficções de Interlúdio-1999], Rato[Rocco-2007], Mamãe me adora [Vermelho Marinho- 2012], e Diário da Piscina[É selo de língua-editora É- 2017]. Agora, está em estúdio, gravando outros dois discos,Crocodilo e Homens Machucados. [http://www.luiscapucho.com/]

Bruno Cosentino lançou seu primeiro álbum com a banda Isadora, em 2012. Em 2015, lança seu primeiro disco solo,Amarelo, com composições inéditas. Em 2016, lança o segundo, Babies, em parceria com a banda Exército de Bebês. Agora, está está finalizando seu terceiro disco, Corpos são feitos pra encaixar e depois morrer, com lançamento previsto para 2017 e produção de Chico Neves. [https://brunocosentino.com/]

Pedro Carneiro é compositor, arranjador e produtor musical, à frente do estúdio Aienai. É integrante da banda Dos Cafundós e Boreal. Em 2015, lançou seu primeiro disco solo Vovô Bebê, produzido por ele e Chico Neves entre 2009 e 2014, entre a casa de Pedro, no Rio de Janeiro, e os estúdios de Chico, no Rio e em Belo Horizonte. [http://www.vovobebe.com/]


quarta-feira, março 29, 2017

Sempre tenho a impressão de que estou desorganizado. Então, sempre, na minha cabeça, preciso encontrar alguma ordem. Comecei a fazer essa “As Vizinhas de Trás - Nossa Senhora das Graças” faz uns seis meses, mas quando vi uma auréola de um artista secular mexicano, em SP, numa feira de Pinheiros, minha auréola de santa desorganizou e parei de fazer o quadro.
Faz um mês, achei minha auréola na minha imaginação e fiquei ainda um tempo olhando o quadro sem começar a fazê-la. Agora tou terminando ele, mas já dá pra ter sua ideia por inteiro. E os quadradinhos de auréola, estão muito, mas muito bem organizados, encaixadinhos em torno à cabeça dela, no quadro.
E quero organizar essas Santas em um grupo. Essa é a primeira:



As Vizinhas de Trás - Nossa Senhora das Graças
tinta à óleo
70x50cm
Niterói/março/2017

terça-feira, março 28, 2017

Tudo tem uma explicação: instalei essa pirâmide que Pedro me deu em minha janela com esse pendãozinho de serralha dentro da bolinha, que Rafael me deu.

segunda-feira, março 27, 2017

Ontem, fomos ver ao show de Mayara e Maraysa, em Piabetá, onde funciona o Atelier de Indumentária. A gente fez uma confusão danada, porque os lugares que compramos pela internet, quando chegamos lá, era um lugar horrível, que não condizia com a propaganda. Então, a gente ficou andando onde podia, de um lugar pro outro e, agora, que a gente aprendeu, vai comprar melhor os nossos lugares.
Isso foi presente de níver!

Pedro fez fotos:



sexta-feira, março 24, 2017

Não conhecia essa foto. O Diêgo Deleon me felicitou por meu aniversário com ela. Eu sou um bobo e choro à toa... isso foi no final da peça Cabeça de Porco, ano passado... e, agora, que já chorei, o Prática de Montação, eles, o Diêgo, arrasaram! A Cabeça de Porco que fizeram é a minha, com as atualizações que cada ator trouxe pra ela. A Cabeça de Porco de verdade foi demolida e agora é um estacionamento. A Cabeça de Porco do Prática... é a ocupação mais linda que eu já vi de um estacionamento,. he he he! ... que tenho na lembrança...

quinta-feira, março 23, 2017

Diário da Piscina, no loki bicho-SP - parte I - com Marcela Biasi e Juli...

Os dias passam correndo e dia 5 de maio vai ser um dia
especial pra mim.
É que minha obra literária será homenageada com a medalha
José Cândido de Carvalho, uma homenagem aos que contribuem para o
fortalecimento da cultura na cidade. Então, o vereador Leonardo Giordano
reinvidicou a homenagem e a Câmara Municipal aprovou.
No dia 5 de maio, irei recebê-la e aproveitaremos para fazer
um lançamento do Diário da Piscina aqui na cidade, no salão nobre da Câmara.
Outro dia, quando estive na prefeitura para combinar a
entrega com o vereador, Leonardo escreveu em seu perfil do facebook, explicando
o prêmio:

“Esteve hoje no gabinete, o cantor e compositor Luís Capucho, que recebeu da
Câmara Municipal, por iniciativa do nosso mandato, a Medalha Escritor José
Cândido de Carvalho, destinada a quem contribui para o engrandecimento e a
promoção da cultura em suas diversas frentes. A importância da vida literária
de Capucho é relevante na luta por identidade e direitos da população LGBT.
Tivemos a honra de receber seu novo livro, "Diário da piscina", e
aproveitamos para agendar a entrega da medalha, que acontece no dia 05 de maio.
Estão todas e todos convidados!”

Também reitero o convite e de novo minha alegria, porque os meninos
que tocaram comigo no lançamento de SP virão, o Tulio e o Vitor, porque
queremos, na oportunidade, apresentar algumas músicas a ver com o Diário e não.
A gente quer tocar em outros lugares, porque eles ficarão
aqui até o dia 14, então, quem tiver uma boca pra gente entrar é só dizer, que
a gente ta entrando.
Também quero agradecer aos amigos que estão me felicitando
pelo aniversário, é, os dias passam correndo...
A gente vai arrumando tudo pro dia 5 de maio e no decorrer,
vou contando aqui e nomeando as pessoas, que é uma coisa que eu também gosto de
fazer.


Vejam a gente no lançamento de SP:

terça-feira, março 21, 2017

Algo Assim - pecador confesso

Com os dias tendo se tornado mais frescos, faz duas ou três
noites que tenho dormido, de volta à minha cama, no meu quarto. Não que ter
dormido, nos dois últimos meses, em minha sala, tenha me feito sentir que durmo
fora de casa e que minha sala, cheia de minh’As Vizinhas de Trás, não seja
parte muito dentro do apezinho. Mas o que sinto, apaziguado, é que voltar a
dormir no quarto, traz uma ordem que parece tudo estar no lugar outra vez.


Fora isso, muito feliz com essa versão de Algo Assim
(Mathilda Kóvak/luís capucho) que o Pecador Confesso me mostrou, ontem:

quinta-feira, março 16, 2017

“Voz de voo rasteiro sobrevoa a floresta onde o tempo tem cabeças ou perninhas decepadas.” - foi essa frase que o Vítor escreveu num texto, quando me viu pela primeira vez numa apresentação de minhas músicas em Campinas, em 2014. Esse é um lance na minha música que os músicos gostam de implicar, porque acham que não quero dividir as músicas com eles, usando esse tempo sem padrão, em que a minha voz sobrevoa a floresta de tempo sem pernas nem cabeça.
Mas eu tava dizendo pra o Bruno Cosentino, no mesmo dia em que rolou o papo que falei aqui no Blog, aquele papo de os artistas se vislumbrarem por uma fresta e tal, eu falava com o Bruno, porque ele tava analisando o tempo da Jôsy (luís capucho/Douglas Oliveira) para passar para o Exército de Bebês e tudo.
Eu dizia pra o Bruno, que tem uma lógica no meu tempo. Tanto tem, que se você não analisar ela, você não vai perceber a falta de pé e cabeça. Se você não analisar a minha música, ela vai sobrevoar fluidamente a floresta e, sem análise, vai parecer que ela tem pé e cabeça. Por que ela tem, se liga.
Aí, os meninos do Exército de Bebês, quando estávamos fazendo o primeiro experimento de gravar a Jôsy no estúdio do Pedro Carneiro, eles viram isso. Teve uma hora que o Iuri, embatuscado no fluxo da Jôsy falou:
- Que música maluca, mas não parece!
Então, não é que eu queira fazer música sem fluxo, que ninguém entra no fluxo dela. Elas têm fluxo, sim. E a falta de perninhas e cabeças não é proposital, você sabe. É a música que vai pedindo, que vai fluindo nesse Encaixotando Helena.
O Naldo Miranda, que está comigo no “Antigo” desencaixotava Helena comigo de primeira. O Vitor também, faz isso. E o Tulio! Quando tocamos em SP, juntos, os três, na Para Pegar, desencaixotou um fluxo em sua viola caipira que parecia não ir cabendo na música, mas ao mesmo tempo estava cabendo nela.
E vai ser bom outra vez, porque estamos armando de tocar juntos no lançamento do Diário da Piscina aqui em Niterói, quando minha literatura, por iniciativa do vereador Leonardo Giordano, irá receber a medalha José Cândido de Carvalho, em maio!
Como tenho ouvido o pessoal dizer, agora: total!

Fora isso, o gatinho do Luiz Ribeiro com o diário:

terça-feira, março 14, 2017

Dois Diários da Piscina para Portugal, via Copacabana.
Além disso, recomecei minha As Vizinhas de Trás que estava abandonada em minha parede da sala há meses. Eu já disse aqui. E foi em setembro do ano passado, quando estivemos para o show do loki, em SP, um show anterior ao show de lançamento do Diário da Piscina, lá.
Pedro tinha me levado pra conhecer uma feira de coisas de arte antiga e não, em Pinheiros. Então, paramos numa barraca com muitas telas mexicanas de santos. Eu pensei: é uma auréola assim a que irei fazer para minha As Vizinhas de Trás. Só, que não peguei a imagem na cabeça, só a emoção.
Essa minha Vizinha parada na parede, é uma Vizinha sozinha, grande, numa tela retangular, alta. Não é as minh’As Vizinhas de Trás costumeiras, em que uma está ao lado da outra, numa tela horizontal e comprida, como o Thiago disse uma vez, travando conversa entre elas, mas cada uma na sua, cada qual no seu quadrado, cada qual na sua cor. Então, eu, que já recomecei com ela, estava vendo que uma auréola é um troço que concentra, é uma força concentrada que se estende para tods as direções, diferente das vizinhas cada qual isolada no seu quadrado. Mas, aí, vi que tava fazendo uma auréola de quadrados.

E não sei, se o resultado do que tenho querido fazer, vai, no fim, se parecer à auréola. Estou curioso para saber, finalmente, o que será...

sábado, março 11, 2017

Eu adoro esse lance de olhar pra trás.
Eu me lembro que, logo depois que saí do hospital com o que me disseram ser incoordenação motora, eu estava na sala e quando alguém falou alguma coisa na cozinha e me virei pra olhar, caí. Além da incoordenação, alguma coisa no cérebro descentrou o meu equilíbrio, porque o equilíbrio e a incoordenação são coisas que estão no inconsciente do cérebro... he he he.
Eu sabia da incoordenação, porque a médica disse, mas quanto ao equilíbrio, mesmo que eu caísse à toa e mesmo que eu tivesse demorado um pouco pra conseguir me equilibrar de pé, não me conscientizei de sua falta, sei lá, não pensei assim, estou sem equilíbrio. Eu pensava: tenho de voltar a andar, ta ligado?
Então, nessa tentativa de voltar a normalizar o meu andar, ficou um lance tenso, porque não podia olhar pra trás... é um andar meio robô, um lance lento e sem espontaneidade, assim, estátua viva. Por exemplo, quando eu tou aqui em casa e quero levar uma xícara de café no Pedro, eu vou igualzinho a um zumbi. Só ter a xícara, equilibrando o café nela, já desestabiliza todos os movimentos e vou entornando o café pelo caminho, mesmo todo concentrado para que não caia.
Agora, eu tenho dito para a Alessandra que vou entrar na piscina com espontaneidade e tenho treinado isso, entrar na piscina sem pensar ou sem a automatização que rolou de ter entrado na piscina por tantos anos tendo que pensar. Então, o lance agora é tirar do corpo esses automáticos que ficaram, porque acho que tou chegando num tempo em que não preciso mais dessas travas, tem que destravar... tem de levar o café no Pedro sem concentração, com naturalidade...
Vendo agora os registros do Diário da Piscina, vou vendo que entre as outras coisas, estão registradas lá as travas de corpo com que, num repente, fui tendo de lidar, e isso eu acho um pouco engraçado.
Nos anos iniciais de minha recuperação, eu sentia que a cada dia eu ganhava  uma melhora. Depois comecei a sentir que as melhoras vinham mais espaçadas e, hoje, ainda de quando em quando e mais demorado, me dou conta de que avancei numa e noutra coisa. E, agora, andando na rua, eu começo a conseguir olhar pra trás, enquanto ando, que é uma coisa que eu curto demais fazer. Porque, logo que eu fiquei um cara adulto, me incomodei demais com esse lance de só poder focar os olhos numa única direção. Eu queria que meu cérebro inteiro olhasse e não que vazasse a visão apenas para frente, nos olhos. E isso me deixou bastante nervoso. Eu sou meio louco, sim, mas normal...rs.
Outro dia, a gente tava vendo um filme em que o cara não poderia olhar pra trás, na sua travessia do mundo dos mortos para o mundo dos vivos. Aí, eu acho que esse lance de olhar pra trás tem uns sentidos que a gente fica afim de procurar, pra entender melhor as coisas e tudo.
Faz um tempinho, quando Rubia me visitou, numa conversa, eu disse que tinha olhado uns vídeos meus no youtube e tal e fiquei falando disso. E ela fez uma expressão muito séria e surpresa e falou:
- Que legal, luís, que você se vê! – e eu gostei muito dela ter me falado isso com seriedade e num momento assim afirmativo, de confirmação, porque a gente é sempre grilado com isso de ficar olhando para o que já foi, e, como eu disse, adoro olhar pra trás.
E tenho pensado nisso de estar conquistando de volta os meus movimentos e sinto que vai rolando dois contrários: um que vou ganhando os que perdi e outro que vou perdendo, por que vou ficando mais velho e já não quero mesmo que meu cérebro vase para todas as direções. Não quero mesmo ser um Buda... he he he!
Caramba! Muita coisa! Mas estou dizendo isso porque pedi ao Bruno um áudio do projeto Escuta para transcrever. E isso é um olhar pra trás, que tou adorando.
Fora isso, um Diário da Piscina para Icaraí!



quinta-feira, março 09, 2017

3 Deixa

Quando o Rogério Skylab disse no facebook dele que estava em
amor com a minha “Eu quero ser sua mãe”, do disco Cinema Íris, alguns dos fãs
de seu rock e poesia cavaram músicas minhas na internet, foram em meus shows,
gostaram do que ando fazendo, falaram comigo e tudo. Depois, o Rogério me
chamou pra participar do seu disco “Desterro e Carnaval” e cantei com ele a
música “Deixa”, que é uma música que em duas estrofes e um refrão de poesia,
pede calma, entre o foda-se e o vai no fluxo, que ta tudo certo.
Então, é bonito isso, de outros artistas nos verem e parar
pra olhar. E, aí, eu paro junto, fico olhando, no vislumbre da fresta que abre,
de um artista ver o outro e acho que sou um cara meio bobo, porque ao invés de
continuar fazendo as minhas coisas aqui no apezinho, enlevado de descoberta, eu
paro e fico olhando...
Como com o Rogério, há outras paradas de reconhecimento com
outros artistas em que a gente vai se entrocando e se bifurcando, porque tudo a
mesma árvore, a mesma esfinge, a mesma árvore com olhos, que parada, fica
olhando...
Eu tou dizendo isso por dois motivos entroncados, dois
motivos de árvore: que no disco que estamos aprontando, o Crocodilo, há esse
entroncamento de artistas pra que eu fique olhando, porque cada uma das faixas,
ficou na responsabilidade de um deles ( Claudia Castelo Branco, Marcos
Campello, Pedro Carneiro, Bruno cosentino, Gustavo Galo, Lucas de Paiva,
Everaldo).
A outra coisa que se entroncada é que a Jôsy, música do
Crocodilo que Bruno Cosentino arranjou com o Exécito de Bebês e que gravaremos
hoje no estúdio do Pedro Carneiro, também é a Jôsy, de Alagoas, que veio falar
comigo, depois de o Rogerio disse sobre “Eu quero ser sua mãe”.
Ela veio no in box dizer de sua admiração pelo Cinema Íris e
nossa conversa entrou por seu namorado que fez essa poesia pra ela e que
musiquei:

       Jôsy
(luis capucho/ Douglas Oliveira)


Deixe-me jogar teu jogo
Deixe-me amar tua alma
Andarilhos pelas ruas imundas e
com cheiro de vômito
Seu corpo boca nuca ventre alma
Eu preciso, necessidade vital de
um espírito vulgar
Espírito vulgar
Espírito vulgar
Gosto do goso, do pelo no pelo,
no malabarismo erótico
Fim de noite é o fim, eu vejo a
noite em seus olhos cansados
Rezo vinte paraísos me vem aos
olhos, inferno pessoal é saudade
Tristeza nos versos tristes do
Pessoa lembram-me a ti
Sensualismo na pela negra cor do
cacau
Do gosto do caju, tua boca
Ode aos seus olhos castanhos e a
seu cabelo encaracolado
      Da mistura
regionalista com o pop
Da leveza do coco de roda às
nauseas do noise

Da primeira grandeza, estranho
divertido amor
Deixa eu abraçar seu corpo num
fim de tarde
Olharemos a chuva o cachorro late
ciumes
Momentos felizes o ceu ta laranja
agradável nostalgico.
Obs: essa poesia é parte do primeiro livro de poemas do
Douglas “Noise, prosas de alegria e tristeza” e está sob o título de “Acalando
ao amor”.

  



terça-feira, março 07, 2017

Hoje , estive na Câmara Municipal de Niterói para falar com o vereador Leonardo Giordano, cujo mandato homenageará minha literatura com a medalha José Cândido de Carvalho. Ficou decidido que faremos um lançamento do Diário da Piscina no dia em que receberei a medalha: dia 5 de maio, no salão nobre da Câmara.
Foi muito lindo andar pelos corredores de lá, com a Janaina Bernardes e a Melissa MelMoon para vermos os lugares possíveis para a entrega e lançamento ! Elas são muito lindas e objetivas...rs.
Como eu disse ao Leonardo Giordano é muito importante que minha literatura seja homenageada, pra eu ter a noção de que as estórias que conto fazem parte de um lance maior, que o sem noção aqui, nem sempre se dá conta de que está dentro.
E parabéns a ele por colocar na roda essas coisas! :)

domingo, março 05, 2017

Ontem, estivemos na porta do Escritório, para assistir a seu Fechamento, com as bandas:

A BATIDA QUE O SEU CORAÇÃO PULOU

HERZEGOVINA

NITÚ

VOVÔ BEBÊ

Ficamos sobre os trilhos do VLT numa rua linda do Rio antigo ouvindo as bandas e, aí, o pessoal que passava vindo ou indo para o carnaval da Lavradio e Pça Tiradentes, a caminho da Central, passava ali dançando e depois continuava o samba no carnaval, o último dia.
A gente ficou ali curtindo a poesia daquele momento e teve uma hora que o Bruno veio e traduziu - eu não me lembro com exatidão, mas me esforçando agora pra dizer, ele disse mais ou menos que ele curtia a poesia das coisas, que nas palavras dele, como ficou pra mim, era um movimento do corpo, uma evolução, ao mesmo tempo uma postura, um êxtase e, aí, ele falou de um bailarino de Flamenco que tinha isso.
Aí, eu disse:
- É uma poesia antes das palavras, né? – e acho que ele disse que, sim.
Então, a gente ficou ali curtindo a poesia do momento que a música das bandas fez crescer em muito e Pedro fez essa foto que falou tudo:


quinta-feira, março 02, 2017

Gilberto Gil - Era nova

Quando preparava o Diário da Piscina, vi que a repetição dos
dias é meio como um tempo que não se move, que está sempre na eternidade daquela repetição de si mesmo, como um tic-tac de relógio e tudo.
Então, me lembrei de uma música de Gilberto Gil que eu conhecia
chamada “Nova Era”. Uma música de um disco de 1977 – o Refavela.
E eu não conhecia ela de 1977.
Em 1977, eu tinha 15 anos e não conhecia o que chamam MPB,
que era uma música mais pra quem tivesse toca-discos em casa, pra quem tivesse televisão e rádio. Conheci mesmo a “Era Nova”, eu devia ter uns 20, já nos anos 80, e morava em Niterói, no centro da cidade, na Cabeça de Porco que se tornou o cenário para o livro Rato(Rocco-2007) e tudo.
E então, na Cabeça de Porco, eu ouvia direto um radinho que
eu e mamãe tínhamos e foi lá que conheci. 
Era cantada por uma mulher de que não me lembro o nome. Quem souber, pode dizer, eu gostaria de lembrar.
E, por isso, porque os dias se repetem na eternidade, usei,
como mote para o Diário, essa frase:
“Falam tanto de uma nova era, quase esquecem do eterno é”.
Depois, é que veio a coincidência de lançar pela É selo de
língua – editora É... quer dizer, tudo ali na mesma situação, e o livro, também, a situação de uma piscina com sua repetição.
Tudo: hoje, um Diário da Piscina para o Jardim Botânico!

Era Nova
(Gilberto Gil)

Falam tanto numa nova era
Quase esquecem do eterno é
Só você poder me ouvir agora
Já significa que dá pé
Novo tempo sempre se inaugura
A cada instante que você viver
O que foi já era, e não há era
Por mais nova que possa trazer de volta
O tempo que você perdeu, perdeu, não volta
Embora o mundo, o mundo, dê tanta volta
Embora olhar o mundo cause tanto medo
Ou talvez tanta revolta
A verdade sempre está na hora
Embora você pense que não é
Como seu cabelo cresce agora
Sem que você possa perceber
Os cabelos da eternidade
São mais longos que os tempos de agora
São mais longos que os tempos de outrora
São mais longos que os tempos da era nova
Da nova, nova, nova, nova, nova era
Da era, era, era, era, era nova
Da nova, nova, nova, nova, nova era
Da era, era, era, era, era nova
Que sempre esteve e está pra nascer
Falam tanto

quarta-feira, março 01, 2017

Marcela Biasi - Você é muito lindo (Kali C/luís capucho)

A gente fez trezentos Diários da Piscina – eu e a É selo de
língua – editora É.
E já disse antes no Blog Azul e, outra vez, insisto em dizer
que a gente não consegue saber sozinho sobre as coisas. Também é certo que o
que sabemos sobre elas vai fazendo, junto a outras coisas que entram na nossa
cabeça, um monte de combinações no pensamento que vão modificando o seu formato.
E, aí, ora elas ficam estáveis, inteiras, e noutras horas
abaladas, trincadas. Para irem girando, mudando o ângulo, a visão.
O Diário da Piscina é trincado em registros diários, como é
trincado o Blog Azul em registros diários e também são inteiros, sob o nome de
Blog Azul e Diário da Piscina. Uma visão inteira do Diário, talvez, suponha os
meus outros livros, talvez, não. Talvez suponha os discos com as músicas e,
não.
A “Você é muito lindo”(luís capucho/Kali C), por exemplo,
foi composta no entremeio dos registros dele, em minhas idas à piscina entre os
anos 2000 e 2001. Mas, aí, as combinações que foram se criando na minha cabeça,
o Diário ruiu, trincou, e ela escapou de lá. De um jeito incrível, Marcela
Biasi, quando pedi que ela se apresentasse no lançamento do livro em SP,
escolheu essa música pra cantar e tocar. Ela, então, voltou pro lugar naquele
intante.
Desse jeito: