sábado, outubro 30, 2010

E a língua que falamos também funciona, assim, como um duplo, que representa as coisas do mundo.
Quando eu digo ou quando escrevo:
- As ondas batendo na praia, elas vêm com força, parecem que empurram a cidade pro alto, parecem que querem isso- duplico essa imagem da realidade na cabeça do meu interlocutor.

E para que essa duplicação funcione, o meu bom leit@r ou o meu bom ouvinte precisa deixar que essas imagens que dupliquei do mundo, tenham penetração em seu espírito.
Será preciso acreditar nelas, dar-lhes poder de passagem por dentro de nós, para que funcionem. Se não nos subjugarmos aos seus sentidos, nada acontece.
Esse é um momento de puro amor, como na letra de Jóia, de Caetano Veloso:

Jóia
(Caetano Veloso)
Beira de mar

Beira de mar
Beira de mar na América do Sul
Um selvagem levanta o braço
Abre a mão e tira um caju
Um momento de grande amor
De grande amor

Copacabana
Copacabana
Louca total e completamente louca
A menina muito contente
Toca a coca-cola na boca
Um momento de puro amor
De puro amor

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