sexta-feira, novembro 30, 2018


Quando cheguei, vi um novo ser na minha casa. É tão pequeno que meus olhos de uveíte não vê boca e olhos e pernas e corpo e cabeça. Mas sabe que é uma aranha papa-mosca, morando comigo, agora, aqui. Fico feliz e enternecido por ter essa coisinha viva, comedora de mosquitos, em minha companhia. Mas tem um outro bichinho que mora comigo, também comedor de mosquitos e que, certamente, ainda não esbarrou com a aranhinha, e porque ela esta viva ainda. Uma taruíra!
Sobre isso de não ver boca, olhos, pernas e cabeça, também o mar é assim. E meus olhos de uveíte vê e sente a presença monstruosa, amedrontadora, cheio de onda, mas eu não tou, tou falando sério sobre o medo. A aranhinha não sabe ainda sobre a taruíra. E não há o que fazer.

sábado, novembro 24, 2018

LUÍS CAPUCHO & GUSTAVO GALO - PARA PEGAR ao vivo no Loki Bicho

Eu já tinha começado com a minha Camisa de Fazer Show e pra
esse show, em setembro de 2016, no Loki Bicho, em SP, tinha pendurado uma pedra
de pirita nela, que não sei como veio parar aqui, enquando me arrumava para
sair.
Esse registro foi feito pelo Joaquim Castro e me entusiasma
muito, me dá alegria, rever o modo como o Gustavo Galo e o Vitor Wutzki
estiveram comigo naquele dia e naquela hora.
A Para Pegar é uma música de garoto e ela tá no Antigo, além
de no ASA, do Gustavo. Hoje, ela ficou livre pra quem curte nosso som, ouvir e
ver.


Gratidão de verdade:

sexta-feira, novembro 23, 2018


Eu me orgulho, ao menos, de saber a última vez que vi o livro.
Eu tinha trazido ele para o computer para pesquisar sobre o cavaleiro Des Grieux e consegui encontrar isso aqui no histórico do browser, mas não fosse isso, não saberia quem tinha vindo buscar. O fato é que já revirei tudo e não encontro.
Que coisa!

quinta-feira, novembro 22, 2018


Eu não lembrava que pudesse fazer frio num final de novembro, no Rio de Janeiro. E ser desmemoriado me atrapalha bastante quando tenho de conversar, quando tenho que cumprir o ritmo, alinhar as coisas que são ditas nas conversas, aí, na grande maioria das vezes, não sei o que dizer, tudo fica desconexo pra mim. Comigo mesmo aqui e sem compromisso com a memória das coisas, vou no meu ritmo saturnino sem sentir que haja qualquer problema. Mas se estou entrado numa conversa, é apavorante!

quarta-feira, novembro 21, 2018


A Algo Assim é uma música que me serviu bem para traduzir o baque que me foi ter acordado do coma com incapazidade motora pra falar e tudo. Como não tinha mais motricidade pra tocar também, Mathilda Kóvak ajeitou algumas rimas e colocou melodia pra mim, no violão.
Em 2003 colocamos no Lua Singela e em 2008, eu e Pedro estivemos em Paquetá e fizemos esse vídeo, que ta no Cifras. 
Ela é facinho de tocar:

quarta-feira, novembro 14, 2018

pessoas são seres do mal - luís capucho

A Pessoas São Seres do Mal tem como fundo uma situação
minha, pessoal, mas à medida que a letra foi aparecendo e que fui construindo
com a melodia a canção, ela foi tomando um rumo que não era mais apenas o meu
momento e, aí, vocês sabem, é por isso que a gente faz música, pra sair do
encalacre que a gente entrou.


Pedro filmou no celular, vejam:

terça-feira, novembro 13, 2018

parado aqui - luís capucho

Eu me lembro ainda, de quando fiz a Parado Aqui. No início,
tinha uma lembrança de Roberto Carlos, para que eu construísse a sua letra. Mas
depois, fui tomando um rumo que dava mais conta da minha situação mesmo, de
como eu tava me sentindo e das minhas questões com a vida que levo. ou, que me
é levada.


É uma música que colocamos no Cinema Íris e gostei do modo
como a levamos na Casa Gramo, no último show. Também gostei do modo como Pedro
fez o vídeo, no jeito que ele tem de reparar nas coisas, invasivo, ao mesmo
tempo que empático:

segunda-feira, novembro 12, 2018


O nosso show na Casa Gramo, em SP, foi muito bonito, uma coisa é olhar e outra coisa é fazer. Eu adoro fazer e eu adoro olhar, então, toquei alguma coisa de olhos fechados e toquei músicas de olhos abertos. E encontrei e conheci gente que se relaciona com a minha música, então, encontrar essas pessoas, de frente com elas, falando comigo, me deixa mais forte. Também fiquei mais forte, porque conseguimos ir todos pra lá, o Vitor, o Felipe, o Lucas.
O Vitor foi quem deu a partida, aí, todos fomos num “é nóis”, além do Pedro Spagnol e Gui, no vídeo, o Boi, no som, o Beto com a casa, e o meu Pedro, na produção.


quinta-feira, novembro 08, 2018

A gente vai apresentar as músicas em SP, no sábado, agora. E eu tou feliz de ter conseguido que todo mundo vá. A gente já tocou com Lucas, já tocou com Vitor e já tocou com Felipe. Mas dessa vez estaremos todos ao mesmo tempo.
Vamos tocar músicas de meus discos que não tocamos há algum tempo, músicas que estamos sempre tocando e também, músicas que não estão em disco nenhum, músicas que não têm registro ainda. É sempre bom demais ir até outra cidade pra mostrá-las. Pedro é quem organiza e conduz. Você sabe, não sou um artista de sucesso. E outro dia o Felipe estava falando de um certo nosso fracasso empresarial. A gente tem criado um circuito doméstico, com algumas poucas entradas em casas de show e, dessa forma, temos sido do tamanho que a gente tem e temos ocupado o nosso lugar, na verdade, onde sempre estamos. Não somos bárbaros ou bélicos, não temos esse nariz em pé todo. Apenas força e coragem. Nossa música ainda é de ouvir. Então, convido aos amigos de São Paulo pra ir nos ver. Ver e ouvir. Se dançar, devagar.


terça-feira, novembro 06, 2018

a vida é livre - luís capucho no palco lapa 145

Sábado que vem, apresentaremos na Casa Gramo, em SP, esse
show que fizemos na lapa do rio, no fim de semana que passou. A vida é livre,
junto com Inferno, Fonemas, Bengalinha, Vai Querer?, Bichinhos, foi uma das
primeiras músicas que fiz nessa versão de mim mesmo em que eu estive com voz
monocórdia e dois ou três acordes.

Então, minha mãe estava comigo, pra que eu pudesse ficar brincando de fazer
música e de fazer livros. Mas também nunca foi uma brincadeira, porque as brincadeiras
são mais etéreas ou mais estéreis que fazer músicas e livros. Não sei. O certo
é que A vida é livre, mais as outras que citei acima, estão no meu disco Lua
Singela, que seria como ganhar todas as bolinhas de gude de um jogo de
triângulo, se isso fosse uma brincadeira.

Se tiver sido uma brincadeira, meus parceiros no jogo Lua Singela, foi uma
turma grande, e não tenho como agradecer estarem comigo. É só ver a ficha
técnica do disco.

A brincadeira que não é uma brincadeira, mas que também é, tem novos companheiros
que continuo não tendo como agradecer.

Venham todos os amigos da cidade mais domesticadamente selvagem do Brasil!

segunda-feira, novembro 05, 2018

Tinha uma brincadeira, quando eu morava em Alegre, no ES, acho que em 1968, que era assim, as meninas ficavam em roda, batiam três palmas e cantavam:

                                  "revolução (três palmas)
                                    vai ter (três palmas)
                                   se não disser (três palmas)
                                 o nome de (três palmas)
                                              uma religião...

... aí, cada menininha da roda tinha que dizer o nome de uma religião. E depois repetiam indefinidamente batendo as palmas e trocando os nomes. Nunca mais vi essa brincadeira depois daquele tempo. Não sei se era geral, se tinha em tudo que era lugar.
Alguém já viu?

domingo, novembro 04, 2018

a vida é livre - luís capucho no palco lapa 145

O show de ontem foi demais em todas as coisas, foi uma noite
muito bonita, com todos os erros dela. E quando os meninos chegaram, vieram com
uma guitarra, pra que eu fizesse o show com eles. Topei, mas depois de um
tempo, decidi pegar o violão de volta. E me sentei.
Minha camisa de fazer shows ganhou um botão dourado de
Claudia e no 1:31 min, dessa filmagem do Pedro, ele cintila nela, na altura do
peito. Esse show, eu sinto, é no mesmo circuito do que temos feito nas casas
dos amigos. E isso continuará no sábado que vem, na Casa Gramo, em SP. A vida é
livre!


Vejam:

quinta-feira, novembro 01, 2018


Amanhã, tocaremos eu, lucas e felipe, nesse bar à beira da Rua da Lapa. A gente já anda um tempo querendo lugar pra tocar. Começamos, no ínicio do ano, eu e Vitor, tocando na casa dos amigos – o que chamamos De Casa em Casa – e viemos com isso até agora. O Vitor teve que dar um tempo, mas o Felipe já estava com a gente e continuamos. Depois, veio o lucas.
Ontem, estivemos na Rua da Lapa para conhecer a Rosângela, a Dona do bar. Eu disse que tocaríamos música autoral e ela quis saber se era pra o pessoal dançar. Eu disse que não, que era pra ouvir. Mas que tem quem dance, se quiser. Aí, ela disse que também compunha e falou da casa dela, de quanto tempo tem o bar e das coisas que serve.
Todos temos muito respeito pela morte, tem a mesma grandeza de estarmos vivos. E vai ser a primeira vez que apresentarei as músicas no Finados. Quando saíamos do bar, conversamos sobre a nuvem negra sobre nós, com essa república. Aí, falamos que a nuvem negra foi sempre, porque, afinal, foi uma eleição, da nuvem negra. Vamos fazer o melhor disso. Vamos celebrar nossos mortos.
Na semana que vem, a gente se junta, os três, ao Vitor, pra tocar na Casa Gramo, em São Paulo.
Chega mais!