domingo, julho 14, 2019


Ontem, Pedro deu uma outra atualizada em meu site, que é como outras mais poucas coisas, no modo como tenho lidado com livros e músicas e telas prontas, um pé de minha produção artística no que poderíamos chamar de profissão. Por que são vários os degraus, as escalas, os graus, em que eu, muito pessoalmente, sinto por onde vou passando, vou experimentando, vou sentindo, enfim, são contraditórias demais as posições de ser artista e a posição de ser profissional.
Então, passei muitos anos da minha vida pra que eu conseguisse resolver comigo mesmo, se sou um artista. Agora, a questão é na vida que eu levo, como profissionalizar a coisa. São muitos os fatores pra pensar, se quero ser matemático e preciso. E são muitos os fatores a ser pensados numa e noutra parte, porque serão necessárias precisão e matemática tanto na arte, quanto na profissão. E a contradição na vida que eu levo?
Vejam:

terça-feira, julho 09, 2019


Não tenho lembrança de onde eram vendidas frutas. Nem de quando pela primeira vez vi um abacaxi. Meu tio João tinha uma venda. Em todo bairro onde morava, levava a venda. Quando se mudou de cidade, levou a venda. Seu negócio não cresceu. E quando morreu, não deixou nada pra sua família, levou a venda pro céu.
Mas estava dizendo que não me lembro de onde eram vendidas as frutas. Mas me lembro de quando comi pela primeira vez um ovo. O ovo tem muita significação pra mim, estranhamente, me lembro disso, de ter achado o seu sabor muito diferente, quase ruim, nesse dia na Vila dos Reis, numa casa, uma cozinha, talvez, abaixo do nível da rua, é uma lembrança muito antiga, demais velha, esmaecida. E não consigo decidir muito sobre ela, definir nada além do sabor estranhíssimo do ovo e, que por isso, ficou parecendo ser a primeira vez que eu comia, só pode.
Então, tem esse assunto do ovo também e se eu fosse obrigado a sair falando, eu teria muitos assuntos onde eu iria parando, porque outros assuntos viriam chegar também, e o caminho iria ficar abarrotado, eu iria me perder de tanto assunto e pra limpar o caminho teria de ir escolhendo. Ou, não. Poderia ficar entulhado mesmo, como vai se entulhando as coisas na minha casa, na cozinha, abaixo do nível da rua, o sabor estranho do ovo, onde vendia as frutas? Onde estou?
Vou parar.

sábado, julho 06, 2019


Eu tinha a ideia de fazer uma série de Santas e isso já faz tempo, desde que fiz uma Nossa Senhoras das Graças, aquela. Acho que “As Vizinhas de Trás” têm um quê de santinho mesmo, quer dizer, santinhas. E os meninos da Prática de Montação, por conta de, talvez, a minha obra ser de tom religioso, inventaram a Santa Moema. Então, fiz ela como se “As Vizinhas de Trás’ e não gostei. Ela ta aqui na minha sala e tou me afeiçoando devagarinho a ela. Quando me afeiçar de vez, estará pronta: