Eu tinha
oito anos, quando em frente à igreja do seminário de Jerônimo Monteiro,
sentávamos, eu e mamãe, num banco daqueles de cimento e curvos, iguais aos que
havia na rua principal de Marapé, com um caderninho, onde eu anotava os
versinhos que ela sabia de cor, tipo, batatinha, quando neace... e vi agora,
numa folha de papel solta, que anotei, agora, depois do ano dois mil, nove ditados
de que ela se lembrou:
Ditados de
mamãe:
Seja que
santo for – ora pro nobis
Não faço
cortesia com chapéu dos outros
Coração dos
outros é terra que ninguém viaja
Amigo igual
ao que vc tem, o diabo caga às dúzias e não arde o rabo
Não sou
merda de pouco bicho, sou de muito bicho
De hora em
hora, Deus melhora
Quem rouba
uma agulha, rouba um cavalo
Pra
encontrar com o diabo, não precisa madrugar
Tudo que é
de Deus, vem devagar
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