terça-feira, julho 30, 2024

O “Cartas para o Edil” publicamos com a É Selo de Língua, onde também foi publicado o “Diário da Piscina”. Esses livros são, assim, remansos, onde o fluxo não é acelerado, onde ele volta, circula, devagar e fundo, como arabescos, como folhas ou cabelos, um ornato, uma moldura, se liga, acho que ficou bem dizer assim, porque tem outro fluxo de que ele é a parte de fora, vamos dizer uma casca protetora, digamos ainda, onde se entra no rio, ali, na prainha dele, muito gostosa, deliciosa, onde ficam carrapatos na areia quente.

Quando Edil levou os envelopes com as cartas que lhe mandei entre os anos 80 e 2000 e leu – ele tinha os envelopes em leque nas mãos, como cartas de um baralho e ía num amigo e outro que escolhia uma delas pra que ele lesse - entre as músicas que apresentávamos eu e Vitor Wutzki, na casa do Marcio. Fiquei com muita vergonha, as achei bobonas, também era o modo como eu estava à vontade com Edil e estavam todos olhando, quer dizer, fiquei num Carnaval do Geraldo, do luiz tatit.

Claro que depois disso e dos livros todos que escrevo sozinho aqui, não tem como não tentar exercitar o meu à vontade social, porque os meus narradores são todos sem vergonhas, as vergonhas dos meus narradores é toda descabaçada, arregaçada, selvagem.

É isso.


 

sábado, julho 27, 2024



Transcrição –

Abri a janela e a cortina do meu quarto veio uma rajada de vento

O sol ficou na cama

A música do vizinho entrou, música de amor

Música de amor é bom que dá prazer na dor

Um amor perdido ganha doçura

Ou fica agressivo como rock

Tem a mesma possibilidade de prazer e de melancolia

O mesmo lado e o outro lado

Como se fosse um planeta sem habitante

Um outro planeta do sistema solar sem habitantes

Vazio, perdido puro

Daí concluís que tudo é amor

Deus é amor

E eu sou amor também

O destino e a vida


 

domingo, julho 21, 2024

Achei aqui, dos anos 80, como se tivesse encontrado uma lista de mercado:

“O rapaz do açougue

O da padaria

O que entrega cartas

O rapaz do bar

O da mecânica

O da mercearia

O rapaz da quitanda

O de pernas grossas

O de peitos largos

O de cara lisa

O de mãos grandes

O de mãos pequenas

O rapaz da esquina

O que tem namorada

O rapaz burro, o inteligente

O rapaz tímido, o nojento

O rapaz de cordão, o de pulseira

O que é negro, o que é branco”

 


 

sábado, julho 13, 2024

luís capucho - Balada da Paloma

A Balada da Paloma é um poema de Rafael Julião que está no livro Sereias do Hospício (2022).

Ele mandou ela pra mim no in box, dizendo que se parecia com o modo que eu fazia letra. Como sou um artista perdoado por Deus, por não saber o que faço, não parece.

E adorei muito colocar música, que é um funk, às vezes baião, na Casa de Luzia, com os conterrâneos abou mourad, cassiano jesus e danilo ferraz, ficou essa música que podem ouvir no registro da Elizama:

(clica no curtiu, plis, inscreva no canal, compartilha, comenta, plis, me faz sucesso, pode tudo)

quarta-feira, julho 10, 2024

Foi cheio de entusiasmo ir construindo minha Camisa de Apresentação. Está cheia de detalhes pessoais, detalhes de amigos que me presentearam importâncias deles, brilho materno, lembrança de rua, de cidades, de shows, de modo que foi ficando uma bandeira de folia de reis, ficando vestimenta de cangaço, roupa e arma de Jorge, escudo de Perseu, cabeça de medusa e tudo.
Foi tão cheio de entusiasmo que tou fazendo outra e a primeira fica de cena, então.
Na sexta-feira, Ruth tirou foto:

 

terça-feira, julho 09, 2024

O EduardoRio me mandou esse takeziho de nosso show na Casa de Luzia, na sexta, onde eu junto aos músicos Cassiano Jesus, Danilo Ferraz e Felipe Abou a(s)cendíamos A Música do Sábado, uma de minhas parcerias com a compositora Kali C Conchinha. Então quero agradecer tudo, agradecer demais tudo. Os meus convidados Bruno Cosentino e Marcos Sacramento. Os meus convidados para o show que levaram pessoas que conhecia e pessoas que conheci. Todas afinado, todas lindo, todas amor...!
E Pedro importantíssimo!