O Rafael
escolheu a Bruto para rolar os créditos do filme dele comigo, Peixe Abissal.
Ficou assim como um epitáfio do seu corpo leve e bruto no cinema e, então, a
gente continuasse na altura dele, antes que caísse a luz na nossa cara do dia
fora do ambiente de assisti-lo.
É um
registro dos anos 80 que não rodou como rodou a fita cassete do Antigo, que se
tornou um disco ao vivo (Antigo 1995). Não sei em que casa de quem fiz a
gravação. Eu registrava apenas uma vez, no tempo da declamação da música, era
raro que eu repetisse a letra, era só uma vez.
Ouvindo,
agora, que a música está rodando, fico feliz que ela na simplicidade alcance
quem chegar aqui. A vida é louca!
Bruto
(luís
capucho)
Vejo o
infinito no teu corpo bruto
Tua perna
terna, teu fruto, teu corpo feroz de animal, nada é mais doce, nada é mais nu
Nem peixe,
nem hipopótamo, nem lua
Teu corpo de
infinito de homem masculino
De braço de
muque de soco
De céu de
beleza de verdade
Seu corpo de
bosque seu corpo de verão
Sua imagem
quente entra na carne do meu coração
Que é o meu
corpo feminino de nuvem, de sopro do fogo na bruma, na neblina
De nuvem de
sopro de fogo na bruma na neblina.
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