Fico me sentindo muito orgulhoso,
quando outro artista enxerga o meu trabalho inteiro de uma vez só. Vi o
Maurício Kiffer pela segunda vez, no sábado, quando ele me presenteou com o
Máquina de Escrever, um trabalho modesto e lindo demais dele, de janeiro de
2016. Era uma festa embaixo de chuva e, no meio dela, achei uma brecha pra lhe
dizer que eu tava emocionado, orgulhoso, envaidecido e, por isso, eu gostaria
de saber o que tinha motivado fazer uma obra temática, assim, As Vizinhas de
Trás, os livros, as músicas.
Aí, ele me disse o lance mais
singelo e bonito, que foi por causa de uma rosa pequenina. É que, na primeira
vez em que nos vimos, acho que em 99, eu tinha levado florezinhas miúdas de
plástico para os amigos que assistiam, comigo e mamãe, ao show da Cassia Eller,
onde ela cantaria a minha Maluca – o Maurício é amigo de meu amigo, Marcio, por
isso recebeu uma florzinha. Também me explicou que era amigo do pai do Felipe
e, aí, eu vi que estamos todos, mais ou menos, embaixo da mesma chuva e tudo –
existirmos, a que será que se destina.
Fora isso, há muitos anos, quando
eu era rapazinho, os amigos, vez ou outra, diziam que eu não gostava de nada,
só gostava daquilo que eu próprio fizesse. E eu achava esse um grande erro de
observação de meus amigos, porque, comigo mesmo, sou inseguro demais com o que
faço. Daí, pensava que não me viam direito. Apesar de serem tão próximos, meus
amigos estavam muito errados, porque gosto de coisas mais seguras que as
minhas.
Eu sei que eu faço postagens aqui
sempre voltadas para mim, que sempre estou envolvidíssimo com as minhas próprias
coisas e, daí, meus amigos, numa primeira vista, podem ter toda a razão. Mas só
numa primeira vista, porque depois, não vou dizer, é um grande foda-se pra mim?
Também pra eles, ne, não vou
ficar sozinho nisso.
Pedro tirou foto na vidraçaria.
Vai ficar mais lindo.
Vejam:
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