Eu vi um
menino japonês pela primeira vez na vida eu era também um menino, tinha,
talvez, já 11 anos. E ainda morava no Espírito santo, em Cachoeiro. As calçadas
na rua principal da cidade são bem espremidas e ele veio vindo muito perto e
foi algo inexplicável que tentei traduzir como coisa comestível, só um canibal
poderia se aproximar de meu gosto por vê-lo.
Não tem nada
de delícia sexual nisso e o sabor por vê-lo, claro, nem foi de comê-lo, como sentia
apetite por doces, na época.
Era mais uma
maravilha que eu tentei dizer como comida:
A Primeira vez que eu vi um Japonês
(luís capucho)
A primeira
vez que eu vi um japonês senti um alvoroço por dentro e pensei
Deve ser o
alvoroço de quem pela primeira viu um pudim
O alvoroço
de quando ele apareceu, de quando brotou na face da terra e foi visto por
alguém
também de
quando surgiram os manjares, as tortas, os quindins
eu pensei
devem querer
imitar morangos, pitangas, mangas
Porque tudo
é tão misterioso e louco
A primeira
vez que eu vi um japonês senti um alvoroço como o das panelas sobre o fogão na
hora do almoço
Um alvoroço
assim de jardim de casa, de quinta, de jardim, de hortaliças, de legumes
Também o de
quando um peixe sai rabanando dentro do rio e depois plana dentro dele feito
uma folha
Que também é
algo assim como se tivesse aparecido o primeiro tomate na vida
Um susto,
uma maravilha vermelha, uma alegria
Eu pensei
Devem querer
imitar barrigas, cabeças, peitos
Porque tudo
é tão misterioso e louco
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