Outro dia estava vendo na internet que o motivo de a gente
sentir que entende melhor o espanhol, enquanto o falante de espanhol sente que
nos entende menos, é por conta de termos mais sons vocálicos no português do
que tem a língua espanhola. Aí, o português diferencia-se mais olhando-se do espanhol
para ele do que o espanhol diferencia-se para o ouvido de um falante de
português. No disco “La Vida es Libre”, em que minhas músicas estão cantadas no
espanhol, a quarta música “Camuflage (luís capucho/Tive Martinez)” está cantada
pelo Gabriel Edé num espanhol sul-americanos, ele é brasileiro do Chile.
Então, se parece que estamos entendendo o espanhol e não
estamos, imagine para um espanhol nos ouvindo! Daí, que é o caso de parecer que
estamos também falando o espanhol e com a nossa quantidade de vogais, também
não estamos... he he!
A Lucia Santalices canta a “Luna Tan Tierna (luís capucho)”
com acento argentino, porque ela é de mãe argentina. E a Nehedar canta a “La
Vida es Libre (luís capucho)” com acento portorriquenho, porque ela é americana
de avós na ilha. Daí, os outros artistas cantantes no disco tiveram a atenção
do Tive Martinez, poeta espanhol idealizador do La Vida es Libre, embora todos já
tenham tido à sua maneira ou de algum modo seu contato no espanhol.
Isso é para falar de Camuflage, originalmente, um poema
espanhol que verti no português e coloquei música - minha segunda parceria com
Tive, a primeira foi Poema Maldito.
Me lembro - quando é que oficializarão esse uso do oblíquo
no início, já é oficial? - das notícias que me vinham à época da gravação do
Gabriel, gravação encabeçada por ele próprio e Vitor Wutzki, e com outros
meninos de SP e da alegria que eu ficava os vendo, quer dizer, tava todo mundo
curtindo. Então, o disco ficou com, além desses acentos espanhóis, também com acentos
brasileiros de São Paulo, do Rio, de Minas, do Pará, da Bahia... ô sorte, vou
falando deles.
Sintam o acento:
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