sábado, julho 08, 2023

Camuflaje

Outro dia estava vendo na internet que o motivo de a gente sentir que entende melhor o espanhol, enquanto o falante de espanhol sente que nos entende menos, é por conta de termos mais sons vocálicos no português do que tem a língua espanhola. Aí, o português diferencia-se mais olhando-se do espanhol para ele do que o espanhol diferencia-se para o ouvido de um falante de português. No disco “La Vida es Libre”, em que minhas músicas estão cantadas no espanhol, a quarta música “Camuflage (luís capucho/Tive Martinez)” está cantada pelo Gabriel Edé num espanhol sul-americanos, ele é brasileiro do Chile.

Então, se parece que estamos entendendo o espanhol e não estamos, imagine para um espanhol nos ouvindo! Daí, que é o caso de parecer que estamos também falando o espanhol e com a nossa quantidade de vogais, também não estamos... he he!

A Lucia Santalices canta a “Luna Tan Tierna (luís capucho)” com acento argentino, porque ela é de mãe argentina. E a Nehedar canta a “La Vida es Libre (luís capucho)” com acento portorriquenho, porque ela é americana de avós na ilha. Daí, os outros artistas cantantes no disco tiveram a atenção do Tive Martinez, poeta espanhol idealizador do La Vida es Libre, embora todos já tenham tido à sua maneira ou de algum modo seu contato no espanhol.

Isso é para falar de Camuflage, originalmente, um poema espanhol que verti no português e coloquei música - minha segunda parceria com Tive, a primeira foi Poema Maldito.

Me lembro - quando é que oficializarão esse uso do oblíquo no início, já é oficial? - das notícias que me vinham à época da gravação do Gabriel, gravação encabeçada por ele próprio e Vitor Wutzki, e com outros meninos de SP e da alegria que eu ficava os vendo, quer dizer, tava todo mundo curtindo. Então, o disco ficou com, além desses acentos espanhóis, também com acentos brasileiros de São Paulo, do Rio, de Minas, do Pará, da Bahia... ô sorte, vou falando deles.

Sintam o acento:

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