terça-feira, fevereiro 01, 2011

Porque o Shiraga disse que não ganhei de Madame um Prêmio, mas que o prêmio de Madame era um meme, coisa de que nunca tinha ouvido falar, procurei saber na web, e isso me fez voltar ao fio da meada do que vinha pensando sobre as palavras serem instrumento de penetração, quer dizer, objetos fálicos simbólicos, que vêm se costurando de geração em geração, desde os tempos mais remotos, quando o homem começou a ser homem e se distanciou, diferenciando-se, das manadas de outros animais.
Os memes, além da luxúria, também trazem a idéia de vírus, bom leit@r.
Vejam o que achei no http://www.logdemsn.com/2007/08/25/o-que-e-meme-como-e-por-que-surgiu/:


"Para dar conta de explicar o Homem moderno, imerso na Cultura, Darwin sozinho não é suficiente, mas deixou suas contribuições para muitas abordagens da Psicologia, principalmente a Psicanálise de Freud e as psicologias de base evolucionistas. Com os etólogos não foi diferente, tentando dar conta do Homem que vive em cultura, Richard Dawkins, um cientista evolucionista, apresentou em 1976 o termo “mimeme”.
Mas a idéia era dar conta de explicar as transmissões culturais analogamente à transmissão dos genes, daí o termo foi reduzido para um parecido com “gene”, o “meme”, que está relacionado à memória.
Nesse sentido, os genes se propagam de “corpo” em “corpo” através dos espermatozóides e os memes se propagam de “cérebro” em “cérebro” através de um processo de imitação de idéias. O meio de transmissão depende da influência humana em várias formas, a palavra escrita e falada, o exemplo pessoal, e muitas vezes com o auxílio de músicas, imagens e slogans.
Também análogo à seleção natural, alguns memes são mais sucedidos que outros. Tudo dependerá de 3 dimensões que devemos levar em conta: 1) longevidade; 2) fecundidade e 3) fidelidade de cópia.
Geralmente os memes que conseguem um sucesso brilhante em curto prazo tendem a ficar no esquecimento. Isso é muito comum com a moda. O fabricante usa de vários meios para “fecundar” sua marca, apresenta slogans acompanhados de músicas e modelos que visam sensibilizar o público para se identificar com a idéia de “sucesso”. Dependendo da apelação da publicidade à estultice do público, o produto pode atingir níveis de vendas altíssimos em curto prazo. Passado o verão, tão logo esse meme cairá no esquecimento.
Por outro lado, as idéias religiosas, por exemplo, levam séculos para serem construídas, mas também tendem a se propagar durante milhares de anos devido ao grande potencial dos seus registros escritos e capacidade em oferecer uma espécie de “prótese” a quaisquer dos males da existência humana – a “crença em uma vida após a morte” é um meme transmitido a milhares de anos.
Outro fator que pondera a longevidade de um meme é a fidelidade da cópia. Como regra geral, os memes não são de forma alguma replicados em sua forma idêntica. Eu sou adepto das idéias do Freud, isso não significa que eu as reproduzo exatamente como Freud disse, pelo contrário, eu acrescento, retiro e modifico de acordo com meu repertório de vida e necessidade. Também posso ler autores que escrevem sobre psicanálise freudiana, que também não transmitem as idéias de Freud de forma idêntica. Nunca é demais dizer que, neutralidade na transmissão das idéias é algo que caduca no meio jornalístico.
Diante do exposto, apresento as duas faces do meme, uma positiva e outra negativa, já convidando você a refletir sobre.
Por um lado, um meme pode literalmente parasitar vários cérebros, transformando-o, enquanto veículo para propagação de idéias perniciosas e sensacionalistas. O publicitário e o empresário podem usar você enquanto meio para consolidar e vender produtos visando o enriquecimento próprio, pouco se importando se o produto é bom ou ruim. O “blogueiro” pode usar um meme para conseguir “trackbacks” visando simplesmente aumentar a quantidade de visitantes que irão clicar nos anúncios de sua página, ou usar um meme para transmitir uma idéia que acha interessante e obter colher opiniões a respeito para fundamentar um pensamento.
A mídia é a principal forma de transmissão de um meme. Por exemplo, da mesma forma que um vírus parasita uma célula e pode se propagar pelo código genético, a rede Globo (e outras emissoras) parasita o cérebro de muitas pessoas propagando suas idéias que refletem as relações de dominação e alienação. Para isso, basta explorar e apelar à capacidade de imitação do cérebro, uma capacidade muito bem desenvolvida na espécie humana por menor que seja a intelectualidade do sujeito.
Por outro lado, enquanto os genes podem apagar qualquer vestígio de sua existência, o meme pode consolidar sua existência no pensamento da humanidade. Sócrates por exemplo, é praticamente certo que não exista ninguém que carregue um de seus genes, porém, seu meme “só sei que nada sei”, sobrevive há milênios.
Assim é com os costumes, os hábitos, os slogans e tantas outras idéias que atravessam séculos de gerações à gerações."


Um comentário:

Evandro Oliveira disse...

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