Ontem, quando disse pra o orientador de meus exercícios de
musculação que os remédios estão aumentando meus peitos, ele ignorou meu
comentário e continuou com aquele exercício pra mim, que é pra deixar meus
peitos com mais músculos. Quer dizer, bom leit@r, quem se importa com meus
peitos? Se não posso deixar de tomar os remédios, quem tem alguma coisa com
isso? O que se pode fazer? Ao menos, eles pararam de doer...
Então, ontem, quando tomei os remédios que os aumentam e que
me deixam com muito torpor e por isso eu os tomo na hora de dormir, decidi
assistir a um desses oradores, que no youtube tem aos montes, até que o torpor
me tomasse por completo e que eu fosse me deitar.
Eu fiquei olhando o orador e era tão especial a forma de se
dirigir ao público, mastigando as palavras com força para conseguir a intenção
certa de orador e olhando para os seus gestos, fiquei imaginando que a pessoa
que o iniciara naquele talento devia ter sido uma mulher, porque o orador
acompanhava suas palavras com um teatro de braços, mãos e tronco que se
movimentavam como se movimentam as mulheres, então, demorei um tempo para
abstrair-me de seu corpo, de suas palavras mastigadas com força de mulher, até
que conseguisse acompanhar seu raciocínio, porque o meu silencioso leit@r sabe,
há uma distância grande entre o movimento de matéria etérea das idéias e o
movimento que objetivamente aquele orador estava fazendo para realizá-las.
E não era apenas mulher o que eu via, e que havia sido o motor do orador.
Sobrepunha-se a ela toda a maquinaria do corpo dele, de língua serpenteando
entre os dentes da boca forte e dura de homem que ele tinha.
E quanto mais o pensamento dele crescia, mais íam crescendo
os gestos da mulher que o havia movido lá no início. Eu fiquei vendo isso e
via, depois de um tempo, através de seus gestos, que suas idéias haviam chegado
a uma espécie de paroxismo e mesmo que eu não tivesse entendido, era um apogeu.
Ele estava tomado pela grandeza do que havia sido contado à platéia, mas eu não
tinha entendido.Ele não perdeu o controle.
Aí, eu já tava entorpecido e fui dormir.
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