Um Poema Maldito para Belo Horizonte.
Ontem, foi dia de médico.
Mamãe tinha uma coisa nos dias de ir ao médico, que eu
ficava lhe dizendo:
- Mas, mãe, médico não é Deus, vai normal... – e não tinha
jeito, ela ficava nervosa.
Ao contrário de mamãe, depois de os médicos terem se tornado
uma rotina pra mim, por conta do HIV, não fico nervoso, eu tenho na cabeça o
que quero conversar ou, se não quero conversar nada, deixo no banho-maria e
fluo no momento da consulta, se liga.
E nesses anos todos de médico, somente encontrei um, que
correspondesse à expectativa de que vou me encontrar com um amigo e vamos
conversar sobre os efeitos dos remédios explodindo dentro de mim. Mas o Dr.
Rodrigo foi embora da Fiocruz. Foi trabalhar com os militares.
Fui.
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