terça-feira, fevereiro 28, 2017

Este ano vai igual àquele que passou, carnaval nem pela televisão.
Mas não é o caso de estar triste, de não curtir alegria, de não gostar de ver o pessoal esbanjando brilho e amor. Na verdade a vibração do carnaval é tão forte que mesmo que o meu esteja igual ao do ano passado, ele chega pra mim, vêm uns focos de carnaval aqui, umas alegrias, tipo, os Fora Temer, uns batuques na minha rua, a gente vê do prediozinho neguinho indo ou voltando com as fantasias e tudo.
Mamãe faleceu num domingo de carnaval, na hora em que a Império Serrano entrava na avenida, em 2009. Isso encheu de sentido a sua morte, porque a gente vai fazendo as relações, quando uma coisa não tem explicação, você sabe. Naquela noite, o ar de Copacabana estava cheio de água. Em torno às luzes da praia, havia uma neblina de água, em torno aos prédios e nas ruas internas de Copacabana também tudo estava meio ofuscado daquela neblina líquida. Assim, no baque de saber que ela estava morta, o meu corpo ficou três vezes mais pesado do que eu costumo sentir de seu peso e imersos nas ruas de Copacabana – eu estava com uns amigos queridos – com aquela neblina vinda do mar invadindo o bairro, na madrugada, eles falavam de outras coisas, minha mãe tinha acabado de morrer, e não sei se viram o ar mais denso chegando do mar. E que eu estava mais lento e pesado do que costumo ser lento e pesado.
Nesse domingo de desfile de carnaval, fez 8 anos de seu falecimento e fiquei doente, febre a noite inteira. Agora estou forte outra vez. Hoje é o último dia do colírio.

Como disse a Teuda, não tenho esse Édipo. Olho furado tem cura!

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Ainda sobre o meu olho, quando era estudante... eu não me lembro direito... mas fiz um trabalho escolar sobre a força que ele tem, relacionando isso à lenda indígena do guaraná, ao olho furado do Édipo, e fiz outras relações, embora na época não soubese ainda do olho grego para que também pudesse viajar nele e tudo.
Então, faz pouco tempo, durante as filmagens do Peixe, quando filmávamos aqui em casa uma de suas cenas com a incrível Teuda Bara – que fazia o papel de mamãe – eu comentei sobre isso, de me sentir fraco diante das coisas e que eu estava pensando que o meu olho era um sinal de minha debilidade, de fraqueza.
Então, a Teuda, que era mamãe, falou:
- Não, luís, fique tranquilo! Você não tem esse Édipo, não!
Então, agora, no contexto do lançamento do Diário da Piscina, literalmente, o olho furado voltou: a médica me disse que a infecção fez com que ele vazasse por dentro, por isso é que não paro de ver as sombras se movendo nas imagens que eu foco.
E fico imaginando as coisas que isso quer me dizer, os sentidos que isso faz pra mim... um lance dramático que me faz, parado aqui no apezinho, me centrar em mim mesmo e tentar gerar força, inventar, criar a força pra ir vivendo tudo no ritmo mais pesado que os dias têm, com um olho furado... he he he!

Moral da estória: febre a noite toda, gripe.

domingo, fevereiro 26, 2017

Os remédios que tive de voltar a tomar para a toxoplasmose no olho esquerdo deixam-me com pouca energia, porque são muitos e porque tive de modificar o horário de acordar, quer dizer, não durmo direito. E sou a pessoa que eu conheço que mais dorme na vida, que a hora de me deitar é um momento que eu adoro, deixar tudo em silêncio na casa e só os barulhos lá fora, longe, entram.
Continuo sem pegar no violão, nos livros e n’As Vizinhas de Trás.
Quieto e parado, às vezes, cismo que o barulho é aqui dentro do apezinho. As casas têm vida, elas se mexem, ficam ruindo no silêncio, você sabe. A médica me disse que a toxo pegou outra vez em minha retina, que é um lugar onde ainda não há o que se fazer, a não ser tentar parar a infecção. Daí, ela me disse que tenho ainda uma chance. Pedro acha um absurdo e não se conforma que um óculos não possa resolver o problema no olho. Eu tenho tomado muita água, porque os remédios ajudam a me constipar todo. Além dos vírus que adentram a casa pela janela e se ajeitam pelo cantos, porque sou preguiçoso para ficar limpando tudo, toda hora.
Como da outra vez, os remédios vão me deixando cada dia mais gordo, e não curto isso, ter a cara mais redonda, num homem com mais de 50 anos. Há muito o que dizer de meu ponto de vista e tenho de ter paciência com isso. Olhar todos os pontos e ver que não há o que fazer. Só ficar diluindo esse domigo de carnaval.

Nada.

sábado, fevereiro 25, 2017

Para Pegar - lançamento do Diário da Piscina em SP.

A Para Pegar é uma música que fiz muito antigamente.
Eu ainda morava em Papucaia e, quando dava a noite, depois
de minhas aulas, eu não queria voltar pra casa. Tem uma outra música com esse
tema e dessa mesma época em que descrevo o meu caminho de volta pra casa,
quando amanhece. Mas essa outra música – Volto pra casa de manhã - meio que a
rejeitei, comparadas as vezes em toquei a Para pegar, que está em dois de meus
discos: o Antigo e o Cinema Íris.
No Cinema Íris, por idéia de Pedro, o Baiano colocou uma
base putz-putz, como dizem, e a minha voz já modificada pela neurotoxoplasmose,
toda torta, faz um contraponto legal com a batida eletrônica toda mais exata.
Agora, estou bastante feliz com a escolha dela por Gustavo
Galo para uma das faixas do seu segundo disco, o Sol. Porque a música ficou
viva, outra vez. E porque ele a tornou bastante diferente do que ela é
originalmente. Acho que a tornou mais social, mais clube, festa de carnaval no
paiol, um lance assim mais coletivo. E, no Sol, ele divide o vocal com a Julia
– eu já falei aqui que ela reafirma mais a música, uma intuição de que ela, a
música, é mais, mas muito mais do que simples... acho que eu já era mesmo rude,
mesmo antes da toxoplasmose.. he he he!
Mas a alegria também é ter juntado o Gustavo e a Julia comigo
e Vitor e Tulio, no loki. Vejam:


sexta-feira, fevereiro 24, 2017

As coisas vão enrolando e desenrolando ao largo da gente e tem horas que a gente acha que nem existe. Mas apenas estamos achando, porque a verdade é que estamos no fluxo das coisas que se enrolam e não. Aí, eu começo a entender as pessoas que fazem algum tipo de militância, porque imagino que venha daí o querer fazer valer uma posição, tipo, ficar num lado apenas: ou o bolo ou o desenbolo. Como aqueles crianças que estão aparecendo agora no youtube dizendo-se fluidos, não sou.
E, ontem, num banco de espera de um consultório, tinha Teresa Batista Cansada de Guerra. Li as duas primeiras páginas. E Jorge Amado dizia nas palavras dele, que aquela era sua versão da estória, porque quem quisesse ter sua própria versão, que fosse ao país onde Teresa viveu, e escutasse os contadores de lá, pra se inteirar de quem era a moça. É um país lá pros lados da Bahia com Sergipe.
Também tenho pensado nesse lance dos territórios. Com isso de as coisas irem se enrolando e se desenrolando a despeito de mim, surgiu de termos distribuído nove de minhas músicas entre outros compositores, artistas da música, para que cada um produzisse uma delas, das nove. Nem preciso dizer que essa é uma alegria que tenho e que isso tem a ver com amor, que é o que faz a liga entre os meus designios e os do universo...
E, aí, quero dizer que essas nove músicas estarão sob o nome Crocodilo. Cada música é ocupada por um artista diferente e eu fico feliz demais, porque já comecei a receber e ouvir, o Crocodilo sendo aos poucos recolhido os pedaços espalhados do corpo.
As coisas são complicadas demais...

Fora isso, um Diário da Piscina para o Rio Grande Norte! J

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Homens Machucados - lanç. do Diário da Piscina, em SP.

Foi alegria demais pra mim, lançar o Diário da Piscina em
SP.
E as combinações todas que vieram rolando e que culminaram
em a gente se reunir pra mostrar minhas músicas no sotaque paulista dos
instrumentos do Vitor e Tulio, foi um dos lances mais lindos pra mim.
A gente se juntou embaixo da chuva, no loki bicho, e
mostramos as músicas naquele sotaque dos instrumentos deles e que é, ao mesmo
tempo, tão profundo e expansivo, que o meu jeito de capiau do interior do
Espirito Santo, ficou total ali naquela fala, sem estranhar nada.
Eu quero muito conseguir que eles venham mostrar as músicas
no Lançamento do Diário da Piscina que estamos para fazer aqui no Rio de
Janeiro. Estamos mexendo os pauzinhos para isso. Quando tiver hora e lugar, vou
dizer, para o prestígio dos amigos.


- Homens Machucados
    (luís Capucho)   
                                  
Eu era um menino quando homens machucados  
Eram mais bonitos pra mim
Um homem machucado de tudo perfeito
O peito ferido, belezas escorrendo
Do peito dele,  dos olhos dele
No pescoço, pelos flancos, no seu centro
Dentro dele, pernas abaixo
Beleza assim de Cristo na cruz
Os braços abertos, sagrado coração
Cabelos sangrentos, no vento frio
Chagas abertas, coroa de espinhos
Sangue vermelho, no céu azul
Homens machucados eram mais bonitos pra mim
Lindeza de Jesus que veio me salvar
Que vai morrer por mim
Homens machucados eram mais bonitos pra mim
Lindeza de Jesus que veio me salvar
Que vai morrer por mim.




Vejam:

domingo, fevereiro 19, 2017

O Vitor me deu a parceria da Ave Nada, e eu aceitei.
Mas minha participação na música, que ele fez a partir da leitura do Diário da Piscina, foi apenas ajeitá-la em meio violão e jeito de cantar. Porque, ansioso, não consegui dar no braço do violão, os mesmos movimentos e posições que ele originalmente deu. Aí, ele viu minha “adaptação”, como autoria. E aceitei.
Eu achei lindo demais o que ele centrou, como abstração do livro. A começar pelo título: Ave Nada. Um lance entre o militar e o religioso, que tem nos meus livros de um modo geral e que no Diário da Piscina se repete, dessa vez, mais disciplina do que reza.
Os livros que chegaram pra o lançamento mês passado em São Paulo, vieram todos com um erro no caderno 6 de seu miolo. Fizemos o lançamento mesmo assim e fiz manualmente erratas para cada livro que saiu. E Julia, que entende e ama livros, me disse que esses livros do lançamento ficaram especiais. E ficaram. Essa leva do lançamento, ficou com curativos, no caderno 6, ... livros machucados...
Voltamos com eles livros pra gráfica e ajeitamos todos. Mandei alguns ainda feridos para amigos. Mas agora estou com eles todos perfeitos.
Os amigos que estiverem próximos de SP, que tiverem interesse no livro, podem entrar em contato com a É selo de língua – editora É (https://www.facebook.com/pg/seloeditora.selodelingua/about/?ref=page_internal), para adquiri-lo. Quem estiver próximo a mim, também tou vendendo.
É só falar.
Obs: Em breve falo de um lançamento aqui no Rio de Janeiro.


AVE NADA
(vitor wutzki/luís capucho)


Com três anos de idade
Eu desapareci
No terreno vizinho
No final da curva, o Sol
Passageiro ou motorista

Voo dentro
do seu voo
Voo fora
da asa

14 de Agosto
eu não olho pra dentro de ninguém
A gravidade é muito longe
O dia me afoga
Uma piscina não
Faz isso

Peixe voa
Ave nada
O céu reflete
na água

Talvez agora alguém na rodoviária
Espere Werther, Monga
Espere Don Juan
Espere alguém perdido
e com as mesmas intenções que eu.


terça-feira, fevereiro 14, 2017

Sinto que tenho muito pouco espaço onde me mover, então, eu procuro cavucar esses lugares dos livros e das músicas. A gente vai ficando mais velho e o espaço vai aumentando, quer queiramos ou não, o espaço que fica para trás e por onde sabemos melhor nos mover, vai aumentando.
Outro dia, fiquei muito feliz por me lembrar de músicas que fiz com o Marcos Sacramento, quando éramos jovenzinhos. Lembrei-me de “Ela era uma bacana” e lembrei-me de “Bru”. Mas fiquei preocupado, porque não consegui me lembrar de músicas que fiz mais recentes. Hoje acordei com um trecho de uma delas na cabeça:
“Eu sou um cara que vive a pensar. Um cara que vive e o pensamento vai aparecendo e vai fazendo ele ficar pensando.” Mas só me lembrei disso. Vou me esforçar mais.
Ainda sob o efeito de ter lançado o Diário da Piscina em SP, tudo corre devagar.
Tenho prestado atenção às coisas.
Tenho muito pouco espaço onde me mover.
Publicar um livro novo ou ter um disco novo pra mostrar tem no cortejo os outros livros e músicas que fiz.
Estou com meu último quadro parado. Parei, depois de ter visto umas pinturas de santos mexicanos em que suas auréolas me intrigaram. Estou pronto para recomeçá-lo. Achei minhas auréolas.
No cortejo de publicar um novo livro, vêm os outros livros que fiz.
Foi assim que senti a força do meu último disco “Poema Maldito”.
Os outros discos vieram dar sustentação a sua fragilidade, sei lá, à beleza dele.
Meus outros livros dão sustentação ao Diário da Piscina, a sua leveza.

Tudo amor...

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Menos de uma hora para a virada do ano de 2016 para 2017, quando nos preparávamos para ver os fogos na Praia de Icaraí, entrou, vinda da direção em que fica a cidade do Rio de Janeiro, pela praia inteira, veio vindo uma grande placa de vento, um vento inteiro, que veio ocupando tudo, enchendo todos os buracos em sua plenitude de vento, cheio, tão cheio que eu mesmo não poderia existir ali fora e sem ele. Isso aconteceu ao mesmo tempo que sentia que era eu quem o insuflara a soprar daquele jeito, assim, tão total para mim. E minutos antes de quando vieram os fogos da virada, o ar se aquietou. Fiquei mais tranquilo. Meu coração pesou esquecido no meu corpo de homem enchedor de bola de vento.
E me lembro que quando vivia com mamãe aqui na comunidade-condomínio, eu tinha medo de quando chegasse o verão. Porque ela ficava mais claustrofóbica no calor. Batia uma agonia nela, assim, meio fora de hora e foram muitas as vezes em que tivemos de sair de casa para andar na beira da rua, de madrugada, os cachorros latindo...
Nessas duas noites que passaram, tenho me lembrado dela e também tenho me lembrado do vento que chegou na praia no finalzinho de 2016, o vento de que enchi a bola. Deixo as janelas do apezinho abertas e não tenho precisado ventilador. Ele fica até que eu durma mechendo em papéis, fazendo barulhinhos em torno a meu colchão, me esfriando mais os pés já frios...
Afinal, o que é o vento?

Tempo no momento em
Niterói – RJ
Segunda-feira, 13/02/2017

Sensação: 26°
Umidade: 74%
Pressão: 1014 hPa
Vento: 15 km/h



sábado, fevereiro 11, 2017

Cidadão Instigado - Escolher pra quê

Sempre fico indeciso na hora de ter as escolhas.
Fico achando que nunca tomei decisão, como se eu nunca tivesse mesmo tido opção a ter. Durante a vida que tive com mamãe, não pensei que houvesse dois caminhos, em que pudéssemos escolher o que mais tivesse em acordo com alguma paz. Eu achava que aquele caminho estreito, claustrofóbico, que a gente fazia, era, assim, um caminho obrigatório e tudo.
Outro dia, olhando esses lances espirituais de internet, para o que eu sempre me atraio ou para o que sou sempre atraído, vi que para a religião dos hindus, nada poderia ter acontecido de forma diferente do que aconteceu. E também para nós aqui, quando eu era pequeno, se dizia que tudo é mesmo assim, porque Deus quer.
No final das contas, embora fazer textos e escrever músicas pareça ter sido uma escolha entre muitas opções, fico caído outra vez na indecisão de saber sobre isso. Eu não consigo saber. Ninguém consegue saber o que aconteceu pra que a gente tenha tomado esse rumo que a gente tomou. Porque se pensamos ter algum controle do
que rola dentro e com a gente, não temos nenhum do que vai vindo chegando por fora e com o que a gente tem de lidar.
Eu tou dizendo isso, porque tenho me sentido absolutamente idiota, por não conseguir voar no pensamento. Tipo, eu não me distraio, não devaneio, não vagabundeio o pensamento pelos lugares onde eu passo e vou. Não tenho tido essa escolha.
É assim o que tenho pensado, sabe.
Mesmo quando eu acho no youtube o Cidadão Instigado e fico ouvindo, é assim.



quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Quando há pouco tempo, a empresa de ônibus do 30, que faz ponto final aqui perto do prediozinho, foi vendida, o serviço modificou muito, ficou pior, muitos detalhes que deixaram os passageiros reclamando nos pontos de ônibus e dentro deles também. Então, aos poucos a nova empresa, vai se acertando, eu ficava pensando comigo mesmo. Só que não. Porque agora também os trabalhadores dela estão reclamando junto aos passageiros. Ontem, na minha viagem de volta pra casa, os motoristas que voltavam da hora de almoço, entraram falando em organização, para reinvidicar as melhorias da antiga empresa e tudo. Um deles disse:
- Cadê o Sindicato, que anda sumido da garagem? Antes, eles estavam sempre aí...
Também sobre a desordem em Vitória, eu vinha pensando comigo mesmo: antigamente, a reação que havia à condução das ações do Estado, era uma reação meio intelectual, de classe média culta e tudo. E, agora, quem mais reage é o pessoal mais fodido. Aí, no ônibus, teve um cara que falou:
- São uns bandidos! Eles não pensam que os donos de super-mercado têm filhos pra criar, têm família e mulher pra alimentar, não!
Moral da estória: a gente vai pensando as coisas com nossos botões e o que se desabotoa, na real, é outra!


terça-feira, fevereiro 07, 2017

Faz pouco tempo, quando amanhece, mas o sol ainda não tendo subido o morro que desce para o nosso vale, um bando de maritacas têm vindo gritar nas árvores entorno ao prediozinho, especialmente na castanheira da frente, que é um pedaço de Marapé ou de Paquetá, aqui, em Niterói.
Um dia, me levantei para olhá-las voar e me surpreendi, porque elas são azuis sob as asas. E voam rápido, com força no corpo, gritando.
Se demoram pouco aqui. Quando o sol enfim sobe o morro e desponta sobre o vale, elas já foram de partida para outro lugar.

Um Diário da Piscina para Icaraí:


segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Luís Capucho/Cássia Eller - Maluca (Lucas Brenelli cover)

Já nem sei mais o que tem meu olho. Dessa vez a médica disse
que a toxoplasmose voltou. Eu que sempre sou mais abobado nem pra perguntar:
mas não era uveíte?
E voltei pra casa cheio de remédios e ela me disse que tenho
alguma “chance” de voltar enxergar como era depois da uveíte.
Aí, tinha um recado pra mim do Lucas Brenelli, um artista de
Campinas, dizendo ter feito um cover da Maluca, e que estaria garto se eu
compartilhasse a sua beleza.
Grato fico eu, Lucas!


Vejam:

domingo, fevereiro 05, 2017

Tem um tempo que não pego o violão.
Tem muito mais tempo que não pego As Vizinhas de Trás que comecei.
É uma santa.
Os Vizinhos de Trás falam alto e gargalham na sala deles.
É um domingo de verão lindo, com um vento que refresca o corpo e nuvens brancas recortadas muitas vezes no céu.
Troquei um Cinema Orly por um livro chamado Janela Destravada, de Carlos Meijueiro. Foi ele quem me sugeriu a troca, quando eu, Bruno Cosentino e Pedro Carneiro fizemos o show Três Vocês, no coletivo Norte Comum. Foi a Isabela Bosi quem produziu esse show.
No início do Janela Destravada, tem o Hotel da Loucura no meio do assunto. Uma coincidência grande, eu achei. Por que conheci o pesssoal do Hotel, em minha viagem para apresentar as músicas no 1º Festival Amálgama Brasis, em Franca.
Estou para falar com o Barrucho, se podemos combinar o show Três Vocês lá na 57, casa aberta.
No show do Norte Comum, a Isabela tirou essa foto de minha camisa de fazer shows que, por causa do calor, usei como um estandarte e não me vesti com ela.

Vejam:

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

A Renata, no dia do lançamento do Diário da Piscina, um dia que foi lindo pra mim e não serei modesto, pois foi lindo mais que pra mim, daí que o leitor de meu Blog Azul não vai achar que sou o centro das coisas e do mundo, tudo concentrado no meu mínimo corpo de homem que escreve, afinal de contas, foi lindo pra gente, né, embaixo daquela chuva enorme, aconchegados no loki, com tanta coisa acontecendo junta, na festa, e tal. E a Renata, quando eu estava a assinar o seu livro, me perguntou de uma dica dele, do Diário da Piscina no processo de meus outros livros. Eu disse a ela que a dica estava na capa. E senti que ficou assim meio um enigma a ser desvendado, um segredo que estaria na capa do Diário e do que dependesse a compreensão de tudo o que viesse depois dentro, em seu miolo.
De qualquer modo, mesmo que a Renata descubra que a dica está em outro lugar, eu curti dizer que ela estaria nas letras manuscritas da capa, gostei de dizer que o ponto de partida está na capa que a Rocha Júlia idealizou. E, ontem, dia de Iemanjá, Rafael me disse que gostaria de fazer mais uma cena do filme que ele está fazendo sobre minha obra, Peixe. Então, ele tinha umas ideias e me disse que se eu tivesse alguma ideia pra falar e, daí, juntamos nossas ideias e fomos para a Festa de Iemanjá, na praia
E voltando à dica que existe nas capas das coisas, na superfície delas, nos flyers, nas fotos, nas caras da gente e tudo, o Diêgo, quando estava divulgando a sua peça Cabeça de Porco – também sobre os livros e músicas - tinha, num dos flyers, o desenho de uma santa, de uma mulher nua, e baratas e caralhos e asas...
O que quero dizer é que na foto que Rafael fez das filmagens de ontem, o céu está muito pesado. E quero dizer também que está para chover.
E a gente respeita demais essas maravilhas!
Vejam:

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Sarabanda - luís capucho

O Profeta Gentileza foi sobrevivente do incêndio de um
circo, aqui em Niterói, nos anos 60. Dizem que depois de ter perdido sua
família inteira queimada, tornou-se andarilho pregador da Gentileza. Quando
passamos sob a subida da ponte Rio- Niterói, à altura da rodoviária Novo Rio, a
gente vê suas bandeiras desenhadas nos pilares da ponte.
Outro dia, passando por lá de ônibus, fiz a letra.
Passado um tempo, em casa, coloquei música.
Tocamos no lançamento do Diário da Piscina, eu, vitor wutzki
e tulio freitas.
Flora Nakazone registrou no cel.


Vejam:
https://youtu.be/n-ycABChrQM

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

A vida é livre - luís capucho.

Eu tinha tido um sonho muito importante com o Alan, uns dois
ou três dias antes do show de lançamento do Diário da Piscina. No vídeo que o
pedro fez em seu celular de nossa apresentação, ele chega a pegar grande parte
do sonho, que contei antes da música, o sonho, motivo pelo qual, comecei o show
cantando ela.
O sonho também tinha se tornado mais importante, porque a
Hayge Mercúrio que dormira com o Alan naquela mesma noite em que sonhei, tinha
sonhado comigo. Estávamos eu e ela brincando na água da praia. E meu sonho com
Alan também era na praia.
E, ainda, A vida é livre foi feita nos anos 2000, no meu
caminho de ida para a piscina, e essa música está no Lua Singela. Quer dizer,
todas as coisas vão se fechando, para se compor num sentido. Nesse vídeo vocês
irão ver os movimentos da posição da Flora Nakazone, que filmou a gente em seu
celular.
Estamos eu, vitor wutzki e tulio freitas.


Vejam:

Marcela Biasi - Você é muito lindo (Kali C/luís capucho)

Marcela Biasi me deixou muito feliz quando aceitou cantar a
Você é muito lindo (Kali C/luís capucho) com a gente, na apresentação que
fizemos de minhas músicas no lançamento do Diário da Piscina (É selo de língua
– Editora É – 2017). E foi incrível ela ter escolhido para cantar essa música,
que foi feita nos anos 2000, em torno ao que eu vivia em minhas idas à piscina.
Kali, naquele época, dividiu comigo a piscina e a melodia dessa música. Daí,
que ela ambienta demais o clima que havia em torno da água onde nadávamos e,
por isso, ambienta demais o Diário...


Vejam, no celular da Flora: