Sinto que tenho muito pouco espaço onde me mover, então, eu
procuro cavucar esses lugares dos livros e das músicas. A gente vai ficando
mais velho e o espaço vai aumentando, quer queiramos ou não, o espaço que fica
para trás e por onde sabemos melhor nos mover, vai aumentando.
Outro dia, fiquei muito feliz por me lembrar de músicas que
fiz com o Marcos Sacramento, quando éramos jovenzinhos. Lembrei-me de “Ela era
uma bacana” e lembrei-me de “Bru”. Mas fiquei preocupado, porque não consegui
me lembrar de músicas que fiz mais recentes. Hoje acordei com um trecho de uma
delas na cabeça:
“Eu sou um cara que vive a pensar. Um cara que vive e o
pensamento vai aparecendo e vai fazendo ele ficar pensando.” Mas só me lembrei
disso. Vou me esforçar mais.
Ainda sob o efeito de ter lançado o Diário da Piscina em SP,
tudo corre devagar.
Tenho prestado atenção às coisas.
Tenho muito pouco espaço onde me mover.
Publicar um livro novo ou ter um disco novo pra mostrar tem
no cortejo os outros livros e músicas que fiz.
Estou com meu último quadro parado. Parei, depois de ter
visto umas pinturas de santos mexicanos em que suas auréolas me intrigaram.
Estou pronto para recomeçá-lo. Achei minhas auréolas.
No cortejo de publicar um novo livro, vêm os outros livros
que fiz.
Foi assim que senti a força do meu último disco “Poema
Maldito”.
Os outros discos vieram dar sustentação a sua fragilidade,
sei lá, à beleza dele.
Meus outros livros dão sustentação ao Diário da Piscina, a
sua leveza.
Tudo amor...
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