Ainda sobre o meu olho, quando era estudante... eu não me
lembro direito... mas fiz um trabalho escolar sobre a força que ele tem,
relacionando isso à lenda indígena do guaraná, ao olho furado do Édipo, e fiz
outras relações, embora na época não soubese ainda do olho grego para que
também pudesse viajar nele e tudo.
Então, faz pouco tempo, durante as filmagens do Peixe,
quando filmávamos aqui em casa uma de suas cenas com a incrível Teuda Bara –
que fazia o papel de mamãe – eu comentei sobre isso, de me sentir fraco diante
das coisas e que eu estava pensando que o meu olho era um sinal de minha
debilidade, de fraqueza.
Então, a Teuda, que era mamãe, falou:
- Não, luís, fique tranquilo! Você não tem esse Édipo, não!
Então, agora, no contexto do lançamento do Diário da
Piscina, literalmente, o olho furado voltou: a médica me disse que a infecção
fez com que ele vazasse por dentro, por isso é que não paro de ver as sombras
se movendo nas imagens que eu foco.
E fico imaginando as coisas que isso quer me dizer, os
sentidos que isso faz pra mim... um lance dramático que me faz, parado aqui no
apezinho, me centrar em mim mesmo e tentar gerar força, inventar, criar a força
pra ir vivendo tudo no ritmo mais pesado que os dias têm, com um olho furado...
he he he!
Moral da estória: febre a noite toda, gripe.
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