Desde que os meninos se foram e
que fizemos aquela manada de shows no estouro da entrega da medalha José
Cândido de Carvalho, que não pego no meu violão. Eu fico pensativo sobre isso,
na verdade, estou sempre pensativo, assim, porque é o que me acontece, como
quem não quer nada, me pego pensando...
Não é que eu fique pensando no
fluxo das coisas. A verdade é que o meu pensamento é todo cortado, é cheio de
resistências, de bloqueios, de falhas. Ou, como me disse uma vez o Pecador
Confesso, é cheio de reticências.
Há muito tempo que me pego assim,
talvez, desde sempre. E há alguns anos, fiz uma música sobre isso. Uma música
que não sei mais tocar, mas que tenho uma gravação em algum lugar e penso um
dia outra vez encontrá-la, porque não quero perdê-la.
Não é que eu tenha pensamentos
grandiosos, não é isso. Fico pensando comigo mesmo, em mim mesmo, coisas
desinteressantes, que não, interessantes pra mim mesmo, apenas, e tudo.
Mas que me fazem lembrar uma das poucas frases de mamãe que ouvi durante a infância
e que ficaram gravadas incólumes. Essa, especialmente, era assim. E ela disse
na cozinha, fazendo comida:
- Se eu ficar pensando na minha
vida, fico louca!
Daí, eu acho que sou louco e acho
também que não quero e não digo tudo. Há os que acham que digo tudo aqui no
Blog Azul, que não tenho segredos pra ele, no silêncio das entrelinhas. Não
sei. Mas não fico tentando dizer o que não quero. Fico quieto. Por isso é que
tenho vindo mais espaçado aqui. Embora queira voltar com assiduidade.
Voltando ao assunto, nós tínhamos
uma amiga, que acabou se perdendo nas revoadas da direção da vida de cada um,
que gostava de dizer que o meu caso era um caso oriental - ela dizia isso
referindo-se ao jeito das religiões do oriente - e, fico pensando que, talvez,
ela tivesse razão, porque eu me pego aqui no apezinho desejando muito que tudo
se apague na minha cabeça.
Ontem, por exemplo, aproveitando o
frio, fui me deitar às sete da noite. Como tinha remédio pra tomar às 11 horas,
Pedro me telefonou, tomei o remédio e dormi outra vez, quer dizer, acordei
agora há pouco, às sete da manhã, quando Pedro me telefonou para o próximo
remédio.
Então, eu fico querendo que tudo
se apague. E como não sou um eremita, no Himalaia, durmo.
Também não é, eu sei, que tudo vá
se apagar com o inverno e com a minha facilidade de dormir. Por exemplo: quando
tudo começou, a ideia era também fazer, além do lançamento do Diário da Piscina(É
selo de língua – editora É/2017) aqui em Niterói, feito na Câmara Municipal,
como os amigos viram, a ideia era fazer um lançamento do livro na cidade do Rio
de Janeiro. Mas, aí, não rolou brecha que não as entrelinhas. Mas, agora em
julho, como o Prática de Montação vai, outra vez, encenar a Cabeça de Porco, a
gente vai aproveitar pra lançar o livro na cidade, na estreia.
Ficaremos muito felizes que você
venha!
Nenhum comentário:
Postar um comentário