Então, entonce, vosmicê, você, eu, tudo, meu corpo tentando
posição pra sempre sem fim, meu corpo eterna abstração sentado diante da tela
quadrada e pequena, como se chama isso, ecran, como se chama, tubo, se chama,
aqui, chama, visor, espelho.
Meu wi-fy chama-se auréola, como são auréolas as palavras,
como todas as coisas delicadas são um halo, são um falo, e bulem, sutilmente e
muito no fundo dentro de mim quanta aurora amarela e verde. Se são cobras os
meus cabelos, é preciso que homens acreditem e acreditando não tenham medo,
porque sem o medo dos homens, meus cabelos podem existir e ser minhas serpentes.
Com o medo deles, não posso existir tótem. Nessa semana irei ao Saara, quero
comprar minhas cobras.
Bom dia!
sábado, setembro 28, 2019
Tou fazendo ess “As Vizinhas de
Trás – Girafa”.
Girafa é uma música que fiz sobre
o fato de eu e mamãe ficarmos, os dois, vendo TV em nossa sala. Então a música
salta dessa estória que tenho com mamãe e entra noutra, que é a estória do
disco Crocodilo, que estou perto de lançar na rede.
O disco Crocodilo é um disco-lado
b das músicas que escolhemos para um outro disco chamado Homens Machucados.
Todas essas estórias desdobram-se em outras novas estórias, mais simples ou
mais enoveladas, mais finas ou volumosas, mais fáceis ou não. Mas fiquemos ou
voltemos à estória de As Vizinhas de Trás – Girafa.
Ela será entregue à Claudia Castelo Branco, que foi quem
produziu a música Girafa, do disco Crocodilo, desdobrado do disco Homens
Machucados, em breve lançados, enredados no éter da internet.
Às Vizinhas que faltam fundo,
darei fundos rosa e verde. A última delas, que não aparece na foto, tem cabelos
vermelhos. E Claudia foi quem produziu essa faixa, Girafa, do disco, Crocodilo,
onde colocou um piano inacreditável, vocês ouvirão, logo.
Nós tínhamos feito um show no loki bicho em São Paulo, sem
P.A. Então, surgiu de eu oferecer aos amigos tocar nas suas salas. Chamei Vitor
Wutzki, se poderia estar comigo, porque tendo outro instrumento que não eu
mesmo com meu violão, isso daria mais corpo nas músicas e, em consequência,
mais prumo na gente para apresentá-las.
Isso de me sentir mais aprumado, começou mesmo, depois que
fiz o Poema Maldito com o Felipe Castro e depois de ele ter topado apresentar
as músicas do disco comigo.
Então, tomar prumo ou tomar rumo, tem a ver pra mim com
ficar com mais volume e, por isso, vibrar maior, ter mais pujança, uma coisa
assim plena, cheia, inchada, soberba, que é também chegar junto, quer dizer,
isso só começa a funcionar comigo, se não estou sozinho. Daí, que gosto de
apresentar as músicas com mais pessoas além de mim mesmo.
Também, esse lance de mostrar as músicas foi se desdobrando,
crescendo e diminuindo, aumentando e baixando, subindo e descendo, de modo que
os De Casa em Casa tiveram vários formatos, eu e vitor, eu e felipe abou, eu e
paulo barbeto, um e outro e todos ao mesmo tempo incluindo o lucas.
A verdade é que o pulsar das coisas, mesmo que tenha virado
purpurina e, principalmente, por isso, não pára a vibração cada vez mais sutil,
pra sempre mais, mesmo que jogada pra baixo do tapete, na escuridão, no
esquecimento.
Foi tudo muito lindo. Tocamos na claudia, marcio, eraldo, liza,
paulo, leo, marcela, gabriel, eduardo, suzana, vini, alguns bares e centro
culturais autônomos, na casa do alexandre, do bruno, da kailane, SP, BH e
Vitória.
Eu tou falando isso, porque achei bonito esse registro de A
Vida é Livre, que fizemos no nosso primeiro De Casa em Casa, em janeiro do ano
passado, na casa do meu amigo, Ciro, em Nova Friburgo, registrado no celular do
Pedro:
A minha estória com os discos e livros é um tanto surpreendente. Eu só lancei o meu primeiro disco, depois que me verti num homem sequelado. Minhas sequelas motoras decidiram o diapasão em que eu seria ouvido, lido, exposto. Eu tava falando com o Maurício do medo que eu tenho com os livros, de minha exposição, que é um medo com a música também e, aí, ele foi à medida que o assunto ía indo, me mostrando o lugar da pessoa que lê ou da pessoa que escuta e mostrando que a exposição, o medo, tá aí, como ele disse, no livro, na música e não em mim e tal.
É um lance confuso, porque ta em mim também.
Esse é um assunto, na verdade, pra falar de um disco que eu e Bruno Cosentino estamos maturando fazer. A gente já começou a fazer as músicas. E dizem que hoje, com a modernidade da tecnologia é facílimo fazer disco, mas não é bem isso. Então, de meu primeiro disco pra o segundo se passou dez anos. E, agora, tou com dois discos engatilhados o Crocodilo e o Homens Machucados. Vão sair, espero!
Mais esse que tou fazendo as músicas com o Bruno.
Eu tava aqui em casa, um pouco longe da luz. Aí, gravei a Serpente. E coloquei no youtube.
O Ave Nada é um alongamento do que o Prática de Montação
começou na peça Cabeça de Porco, o resultado de meus livros e músicas juntado a
elas, eles. Isso é uma coisa que me honra muito, poder dialogar de igual pra
igual com essa geração depois/antes/depois da minha, uma maravilha, uma
anarquia, uma perdição?
Pra quem não viu, um trecho, no celular de Pedro, no final
de semana que passou:
Um Diário da Piscina para Jacarepaguá - Rio.
domingo, setembro 15, 2019
O Eduardo tirou essa foto do Ave Nada, ontem, na Casa Vini, do
Paulo pelado diante do altar que ajuda a fazer o ambiente onde estão colocados
os registros do Diário da Piscina, na leitura Prática de des – Montação:
sábado, setembro 14, 2019
Hoje armamos nossa tenda Ave Nada.
Venham!
AVE NADA
(vitor wutzki/luís capucho)
Com três anos de idade
Eu desapareci
No terreno vizinho
No final da curva, o Sol
Passageiro ou motorista
Voo dentro
do seu voo
Voo fora
da asa
14 de Agosto
eu não olho pra dentro de ninguém
A gravidade é muito longe
O dia me afoga
Uma piscina não
Faz isso
Peixe voa
Ave nada
O céu reflete
na água
Talvez agora alguém na rodoviária
Espere Werther, Monga
Espere Don Juan
Espere alguém perdido
e com as mesmas intenções que eu
Peixe voa
Peixe voa
Peixe voa
quinta-feira, setembro 12, 2019
Quatro horas da manhã e tinha esse lua do outro lado do apezinho. Nesse horário de agora, ela sobe à minha direita, à frente da cidade. Falar assim das posições da lua e das minhas, da cidade, me causa grande confusão, no apezinho, já que não houve nenhuma decisão sobre pra qual lado devo me voltar para considerá-las. Então, às quatro da manhã, ela descia do outro lado. Nesse momento ela desponta e sobe no céu sobre o apezinho. Vejam:
quarta-feira, setembro 11, 2019
O que me junta ao Prática de Montação é que tanto eu como ele, dramatizamos coisas pelas quais passamos. Isso de reviver a vida nas coisas que fazemos é uma libertação, porque é a vida pela segunda vez, baseada nela mesma, agora, filtrada ali no livro, na música, na cena, ali, suspensa, no Ave Nada, nas minúcias que o Paulo vai contando sobre aulas de natação, sobre o que é nadar. O Ave Nada é muito mais que a junção de minha música com o Diário da Piscina. Porque construir esse mundo, formar isso com o Paulo, faz com que os textos do livro e das músicas fiquem outro. Assim, talvez, agora, alguém na rodoviária espere Werther, Monga, espere Don Juan. Espere alguém perdido, com as mesmas intenções que eu... peixe voa.
domingo, setembro 08, 2019
Sábado que vem, apresentaremos um Ave Nada bem cruzinho, na
Casa Navi, em Vila Isabel e depois é o níver dele. O Pedro nos auxilia na
produção e vai haver também outras atrações, estão todos convidados. Vejam
plis, no evento: https://www.facebook.com/events/380641526187903/
O Ave Nada é uma segunda tentativa de juntar meus rocks. A
primeira vez, foi quando entremeei a narrativa do Cinema Orly das letras de
minhas músicas. O Ave Nada é o reverso disso, estamos colocando a escrita do
Diário da Piscina, nas músicas. Então, o Paulo encena o Claudio, narrador do
Diário da Piscina, enquanto entremeio sua encenação com a Inferno, a Parado
Aqui, a A Masculinidade, a A Vida é livre...
Venham, plis.
sexta-feira, setembro 06, 2019
A primeira vez em que vi minha rua, eu devia ter 10 anos de
idade. Cheguei em sua boca, olhei e pensei, ela não tem fim. Quarenta anos
depois, moro no fim de minha rua e ela tem fim.
Porque hoje está um dia triste de chuva aqui em Nikity, faz
sentido que eu blogue, agora a minha música Maluca. È um registro de fevereiro
desse ano, quando estivemos na Casa Torta, em Campinas, SP. Nós havíamos
combinado um show na capital, no Cemitério de Automóveis e esticamos até Campinas,
onde dividimos o show com a Gabriel Edé e o Gustavo Galo.
Quem fez o registro foi Fabio Shiraga, do Limeira Colorida.
Éramos eu, Vitor Wutzki, Felipe Abou e Lucas Parente.