Eu morei um tempo, quando era um menino, numa cidade que
tinha o nome de Marapé, uma cidade pertinho de Cachoeiro do Itapemirim e que,
hoje, tem o nome de Atílio Viváqua, um antigo político parente da Luz Del
Fuego.
Marapé ficou pra mim como um lugar mítico meu, porque Marapé
não está mais onde está Atílio Viváqua e uma vez, Marapé esteve em Paquetá,
quando estivemos lá, eu e Pedro. Já encontrei Marapé também na minha rua, que,
às vezes, Marapé vem e a amendoeira que tem em frente ao apezinho, se cobre,
envolve-se de Marapé e fica castanheira, porque em Marapé as amendoeiras são
castanheiras. Mas lá, em Atílio Viváqua, não existe mais Marapé. Da vez em que
estive lá, não tinha. Só na frente de nossos apezinhos e em Paquetá, é que
ainda existe um pouco. Mas Marapé mesmo, o muito de Marapé, não sei mais onde
está. Talvez, tenha ido parar em Belém. Quando estive lá, para o Arte da
Palavra, esse projeto do Sesc que me levará semana que vem a Santa Catarina, vi
Marapé, que estava lá, um sonho, uma cidade que vai voando, flutuante, uma
nuvem.
Havia cobras verdes no cafezal e, ontem, tirei essa foto.
Chama-se cobra cipó: