Ainda sobre
a lembrança das despensas, havia também uma delas em Jerônimo Monteiro, quando
eu e mamãe moramos no seminário. Depois disso, mamãe entrou num carrossel
diferente, de pouca comida.
segunda-feira, maio 30, 2022
domingo, maio 29, 2022
Voltando à
sola dos meus pés, para onde tenho deslocado o meu centro, e para onde
redistribuo um pouco de força e, isso, faz com que eu pense que centro é força,
minha força-centro a partir da sola dos meus pés e por meu corpo inteiro, sou
centro-força de que?
O dia
inteiro eu vou vendo as coisas que chegam aqui e daí a pouco tanta coisa que
chegou que não me lembro mais. Mas vi algo sobre uma descoberta de massa numa
parte do átomo de que não se suspeitava antes. Essa descoberta, que não alcanço
em meu centro-força, torna meu centro-força menos coisa? Ou essa é uma
descoberta de coisa?
O que lembra
a foto recente de um buraco negro e lembra a despensa da casa de Dona Odaléia
sempre na penumbra. A despensa era um depósito de coisas, um centro-força que
me puxava para si, por ser o lugar onde ficavam os biscoitos e doces, as
rosquinhas amanteigadas e o que eu chamava de negócios, por isso, aos seis anos,
que era a minha idade em 1968, eu estava sempre a dizer para mamãe:
- Eu quero
um negócio!
Mas, agora,
sentado aqui em minha cadeira, ante a mesa do computador, meu centro-força
também está no meu cu.
quinta-feira, maio 26, 2022
quarta-feira, maio 25, 2022
Camuflagem -cifra
Eu e Tive Martinez, meu parceiro em Poema Maldito, temos uma
parceria inédita, Camuflagem, que está para ter outros registros além do que
fiz no festival Florão da América, em que chamei aos amigos para me cantarem e
me cantaram como deuses ou como loucos. Hoje coloquei a cifra dela no meu
canal, para quem queira cantar em casa:
terça-feira, maio 24, 2022
segunda-feira, maio 23, 2022
sábado, maio 21, 2022
quinta-feira, maio 19, 2022
Em outras
palavras, já disse que faz um tempo, comecei a reparar que de quando em quando
acontece um clarão pra mim, na minha vida. O último deles foi o que aconteceu
exatamente no centro do apartamento em que moro e onde a vespa-oleira escolheu
para fazer casulos de barro para gerar seus ovos, dois casulozinhos de barro,
rebocados um no outro, dois ovos, portanto.
Esses
clarões, representados por último no chocador de ovos da vespa-oleira no centro
do apezinho, tiveram, lá no início, outras vezes, sem que eu, contudo, pudesse ter
me dado conta, por exemplo, a vez em que falei um mínimo poema, talvez,
religioso, na escada de entrada do Colégio Estadual Professor Lellis, em Alegre,
ES.
quarta-feira, maio 18, 2022
terça-feira, maio 17, 2022
segunda-feira, maio 16, 2022
domingo, maio 15, 2022
Ainda no remanso do que por fim é a sedimentação de meu centro, eu, que estou em outro lugar, onde se forma a minha pessoa, o que parece me fazer louco e, que pensando bem, não há alternativa mesmo para mim, considerando todos os deslocamentos dele falados em outros postes, o centro, no último, em sua forma para onde constante estou a ir.
sábado, maio 14, 2022
sexta-feira, maio 13, 2022
quinta-feira, maio 12, 2022
Meu centro
tem se deslocado para a minha clavícula direita, onde seu osso se encontra com
a caixa de ossos que desce para o peito e que se abre nas costelas, formando
meu tronco, onde estão braços, pernas e cabeça. Hoje fui ao médico, para que
ele me explique cuidar disso, pois meu centro não deve ser onde não é. E não é
para doer.
quarta-feira, maio 11, 2022
terça-feira, maio 10, 2022
segunda-feira, maio 09, 2022
domingo, maio 08, 2022
sábado, maio 07, 2022
sexta-feira, maio 06, 2022
quinta-feira, maio 05, 2022
Me ponho no
centro e dessa posição é que, sentado na minha cadeira, estou a ouvir o dia de
minha janela. Não consigo estar fixo em mim. Outro centro me desloca constantemente
para si e paro de respirar tentando me manter imóvel no primeiro lugar, no
primeiro momento. Eu acho que o certo é me manter no mesmo tempo, sem me deixar
atrair para essa segunda direção. No ponto em que estou, meu centro está no cu.
quarta-feira, maio 04, 2022
Voltando ao meu centro e ao fato de que há um outro que me puxa para si, ao fato de que há um outro em mim, e de que sou outro e sou eu, portanto, mais de um centro, quantos centros posso ter, quantos posso ter como direção, devo me centrar em qual deles, no que envelhece, devo me centrar no que envelheço, devo partir desse, em acordo com ele, de manhã, fazer meu café.
terça-feira, maio 03, 2022
Quero passar
dos 79, onde a advinha marcou pra eu chegar. Me lembro bem e dentro da
lembrança estamos num lugar descampado, num pasto, era longe da cidade, um
sítio. Foi num encontro de comunidades, uma coisa de bichos-grilos, onde o
esoterismo, a nudez, a comida natural, a política, a música, dança, corpo,
alma, eram centros onde todos gostariam de chegar. Quero ultrapassar meu
centro, os 79.
domingo, maio 01, 2022
De novo e
sempre tentando o meu centro. Sim, estou velho, estou feliz, tenho ondas. Os
graves ao sair, modulam outras curvas, se juntam reverberando pra dentro das
sombras, somem, ficam quietos. Outro dia tinha uma aranha negra, pequena, caída
no chão do quarto. Achei que era de plástico perfeito, assim como pensei na
perfeição, enquanto via a vespa-oleira no filme do celular de Pedro. Era uma
aranha morta. Talvez, que Linda Evangelista a tivesse matado. Isso faz dois
dias. Não sei se pisei. Está assim, agora: