domingo, maio 29, 2022

 

Voltando à sola dos meus pés, para onde tenho deslocado o meu centro, e para onde redistribuo um pouco de força e, isso, faz com que eu pense que centro é força, minha força-centro a partir da sola dos meus pés e por meu corpo inteiro, sou centro-força de que?

O dia inteiro eu vou vendo as coisas que chegam aqui e daí a pouco tanta coisa que chegou que não me lembro mais. Mas vi algo sobre uma descoberta de massa numa parte do átomo de que não se suspeitava antes. Essa descoberta, que não alcanço em meu centro-força, torna meu centro-força menos coisa? Ou essa é uma descoberta de coisa?

O que lembra a foto recente de um buraco negro e lembra a despensa da casa de Dona Odaléia sempre na penumbra. A despensa era um depósito de coisas, um centro-força que me puxava para si, por ser o lugar onde ficavam os biscoitos e doces, as rosquinhas amanteigadas e o que eu chamava de negócios, por isso, aos seis anos, que era a minha idade em 1968, eu estava sempre a dizer para mamãe:

- Eu quero um negócio!

Mas, agora, sentado aqui em minha cadeira, ante a mesa do computador, meu centro-força também está no meu cu.



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