Voltando à
sola dos meus pés, para onde tenho deslocado o meu centro, e para onde
redistribuo um pouco de força e, isso, faz com que eu pense que centro é força,
minha força-centro a partir da sola dos meus pés e por meu corpo inteiro, sou
centro-força de que?
O dia
inteiro eu vou vendo as coisas que chegam aqui e daí a pouco tanta coisa que
chegou que não me lembro mais. Mas vi algo sobre uma descoberta de massa numa
parte do átomo de que não se suspeitava antes. Essa descoberta, que não alcanço
em meu centro-força, torna meu centro-força menos coisa? Ou essa é uma
descoberta de coisa?
O que lembra
a foto recente de um buraco negro e lembra a despensa da casa de Dona Odaléia
sempre na penumbra. A despensa era um depósito de coisas, um centro-força que
me puxava para si, por ser o lugar onde ficavam os biscoitos e doces, as
rosquinhas amanteigadas e o que eu chamava de negócios, por isso, aos seis anos,
que era a minha idade em 1968, eu estava sempre a dizer para mamãe:
- Eu quero
um negócio!
Mas, agora,
sentado aqui em minha cadeira, ante a mesa do computador, meu centro-força
também está no meu cu.
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