terça-feira, agosto 31, 2010

Sinto-me um tanto lento, mas pensando bem, estou num tempo bom.
Já consegui trancrever uma das músicas que encontrei na fita que gravamos em Campinas, na casa do Cabeto.
Consegui recuperar letra e música inteiras.
A melodia ficará como está, não há o que mexer: é a emoção daquele tempo. Já a letra modifiquei uma palavra, na intenção de fazê-la um pouco melhor. Letras são mais difíceis pra mim…acho que pensamentos erram mais…
Quando Pedro se ajeitar no seu novo computer vou registrá-la na nova versão.
Há coisas que escrevemos que não devemos mexer, por exemplo, o meu Cinema Orly, que é uma narrativa de mergulho, que registra um sentimento naquele lugar e naquela hora. Então, não devo mexer.

Veja a letra, bom leit@r:

Formigueiro
(luís capucho)

Como todos sabem, palavras existem não somente para iluminar as coisas, mas também pra dar movimento na cabeça, pra dar passagem pro pensamento, que vai a torto e a direito, que desce ou sobe, caminha, nada, pula, pulsa, cintila, brilha, enovela-se e sai. Pois saibam que sem nome o tempo não existe, as horas não voam nem se arrastam. Por isso, porque tenho nome é que no fundo eu não sou como uma árvore seca, por dentro. Por isso é que eu não sou um troço morto, parado, preso e, ao contrário, tenho como pássaros dentro. No fundo eu sou arejado e quase não termino. Para o formigueiro de palavras, assim, arder em mim e me alegrar. No fundo para me trazer espírito e pra me dar sentido…la la la la la la la la la la la la la la la la la…

Assim que transcrever a outra, mostrarei.

Um comentário:

Lu Caruso disse...

gostei do formigueiro. Li uma coisa sobre as palavras esses dias num jornal que falava sobre os 80 anos do Ferreira Gullar. Eu concordo.
Se não tem nome, é difícil existir. Mas tem outras coisas, palavras que vão além do nome. Por exemplo, Jacarandá. Eu não sei identificar qual é no meio das outras madeiras, e pra mim virou um nome que tem cheiro doce, e traz alguma lembrança que eu nunca sei qual é.