quarta-feira, setembro 01, 2010

Fiquei filosofando metalinguísticamente sobre o jacarandá de Lu Caruso.
Faz muitos anos, eu estava voltando do Ceará, de ônibus, e sentou-se uma menina de Curitiba, a meu lado. Não me lembro do percurso, exatamente, não sei se a menina viajou a meu lado por toda a viagem, mas lembro dessa menina de Curitiba falar-me das palavras absolutas. E que isso me impressionou muito. Achei, por isso, que as meninas de Curitiba eram muito mais inteligentes que as meninas de Niterói.
Sei que a menina de Curitiba me explicou que deus era uma palavra absoluta, pelo fato de nunca ninguém tê-lo visto e, por isso, não se saber quem ele seja, daí a palavra deus não ter ao que se referir e, por isso, valia por ela própria, ta se ligando, bom leit@r?
E fiquei pensando se a Lu não teria transformado jacarandá numa palavra absoluta, sem referente a que ela possa se encaixar e, aí, quando ela ouve jacarandá, já é a coisa.
Fui.

Um comentário:

Lu Caruso disse...

Acho que é sim. Porque quando penso na palavra é uma coisa macia, e tem cheiro mas nunca me lembro que é uma madeira.
Gostei muito desse absolutismo. E pensei no deus, que só pode ser ele mesmo, ao contrário por sinal do diabo que tem muitas outras explicações.Fiquei até com medo do tamanho dele e pensei numa frase do Alvaro de Campos: "Vou atirar uma bomba ao destino". Que coisa.