Li "Cinema Orly" e fiquei com aquela impressão de sujeira do Capucho, algo como um pensamento contraditório "Como pode um cara tão quietinho e baixinho ser tão pervertido assim?" e lógico, quando se conhece a pessoa, quando se tem um bem querer por ela, você tende a desconfiar que estas pessoas sejam assim tão largadas ao prazer do submundo. Mas amigo é amigo e fui lá e comprei "Rato", e ficou durante muito tempo na estante por puro medo de ser algo bem mais sujo que "Cinema Orly". Mas na última semana decidi encarar o rato de frente e o que me pareceu foi que Capucho tem sim seu lado doce. A desconstrução da atração segundo todos os conceitos psicológicos é devastadora. Você aprende desde cedo que o tesão nasce da admiração e conhecimento e vem Capucho e diz que não, que quando se conhece alguém, o tesão morre. É desconcertante ler que um homem assuma dar o cu, que adora ser mulherzinha para outros, que acha dignidade em dar a bunda, tudo assim, com todas as letras e escancarado. Por isso Rato não é um livro de fácil leitura, mas é de fácil compreensão. Me senti como um dos garotos do prédio da esquina, olhando tudo de cima, com ar de superioridade, porque ao passo que se lê e relê a afirmação de que o rapaz da narrativa é um rato, não sobra ao leitor outra alternativa a não ser tratá-lo como tal, e olhar com certo nojo, desprezo e distância, do alto, bem do alto. Isto é, mesmo em sua doçura, Capucho é radical.
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Li "Cinema Orly" e fiquei com aquela impressão de sujeira do Capucho, algo como um pensamento contraditório "Como pode um cara tão quietinho e baixinho ser tão pervertido assim?" e lógico, quando se conhece a pessoa, quando se tem um bem querer por ela, você tende a desconfiar que estas pessoas sejam assim tão largadas ao prazer do submundo. Mas amigo é amigo e fui lá e comprei "Rato", e ficou durante muito tempo na estante por puro medo de ser algo bem mais sujo que "Cinema Orly". Mas na última semana decidi encarar o rato de frente e o que me pareceu foi que Capucho tem sim seu lado doce. A desconstrução da atração segundo todos os conceitos psicológicos é devastadora. Você aprende desde cedo que o tesão nasce da admiração e conhecimento e vem Capucho e diz que não, que quando se conhece alguém, o tesão morre. É desconcertante ler que um homem assuma dar o cu, que adora ser mulherzinha para outros, que acha dignidade em dar a bunda, tudo assim, com todas as letras e escancarado. Por isso Rato não é um livro de fácil leitura, mas é de fácil compreensão. Me senti como um dos garotos do prédio da esquina, olhando tudo de cima, com ar de superioridade, porque ao passo que se lê e relê a afirmação de que o rapaz da narrativa é um rato, não sobra ao leitor outra alternativa a não ser tratá-lo como tal, e olhar com certo nojo, desprezo e distância, do alto, bem do alto. Isto é, mesmo em sua doçura, Capucho é radical.
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