quarta-feira, outubro 31, 2012



Enquanto não tem vizinho na parte de trás de meu condomínio-comunidade, com o calor que começou por aqui, nessa noite, dormi olhando pro céu, na área e espero poder fazer isso por todo o verão, mesmo depois dos vizinhos.
Fazendo figa...

terça-feira, outubro 30, 2012



Calor abafado de dia sem sol.
Dorinha deixou a casa brilhando.
A casa de trás ainda está vazia, mas já foi alugada. Medo dos novos vizinhos...
Sem vizinhos atrás, minha posição em minha comunidade ou condomínio, como Pedro prefere, é muito boa pra mim, porque meu quarto fica no final da casa, aí, não ouço e não me incomodam os barulhos que vêm do Pessoal de Baixo e da Frente. Mas se o pessoal que vier pra casa de trás for barulhento, incivilizado, aí, silencioso leit@r, vai bater em cheio no meu sono, vai invadir e foder tudo.
Medo, medo, medo...
Fui.

segunda-feira, outubro 29, 2012



Dorinha veio.
Instalou o radinho que lhe atiça o ânimo.
Perguntou:
- Tá atrapalhando?
- Não.
Daí, silencioso leit@r, ouvindo as músicas tristes de Dorinha...
Fui.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Quando Isabela Santiago decidiu por publicar o meu Cinema Orly, mostrei-lhe o manuscrito onde eu, entre uma página ou outra, tinha colado uma foto de homem nu recortadas de revistas de naturismo. Então, ela quis que sua edição tivesse essa lembrança.
César Lobo fez as ilustrações.
Era uma coisa meio calendário de barbearia, veja bom leit@r, um original do manuscrito e uma das ilustrações do Lobo:



quinta-feira, outubro 25, 2012

quarta-feira, outubro 24, 2012



Com João como guia, peregrinação pelo éter da net, à procura de site que hospede para download “Luís Capucho Antigo.”
Fui.

terça-feira, outubro 23, 2012



Quase chegando a uma definição do que João e Rafael bolam para a capa do CD virtual “Luís Capucho Antigo”.
Para download em breve!

quinta-feira, outubro 18, 2012



Às voltas com mexer no “Diário da Piscina” e às voltas com fazer uma mostra de minhas músicas para um programa que o Rafael bolou. Também, com a ajuda do João, às voltas com lançar, na internet para download gratuito, as músicas de um velho show e, às voltas com uns textos que tenho lido para um grupo de estudos em AD, para o qual entrei.
Além disso, “Mamãe me adora” e “Cinema Íris”...
Tudo, silencioso leit@r, às voltas e em direção ao centro.
Avante!

quarta-feira, outubro 17, 2012



Dia sem sol e com os barulhos vindos de fora amortecidos pela casa fechada.
Acho estranho que um dia de outubro esteja, assim, fresco.
Já é quase hora de almoçar.
Fui.

segunda-feira, outubro 15, 2012

Humilhante - luís capucho



Já faz algum tempo, e isso eu tenho dito no Blog Azul, comecei a conseguir tocar alguma daquelas músicas feitas há muito tempo. E tenho n’algumas vezes dito que tenho conseguido restaurá-las e tudo. Já ouvi uma conversa de que as músicas estão no tempo como estão no tempo os seres vivos e, por isso, conseguir ressuscitar uma delas é tarefa extraordinária, quando não, impossível.
É verdade que não tenho conseguido trazê-las de volta tal qual eram e que, o que tenho chamado de restauração é, mais exatamente, conseguir fazê-las no meu jeito de agora, assim, com esse meu violão mais rude e com essa minha outra voz.
Junta-se a tornar essas minhas velhas músicas, outra vez, vivas, o fato de elas nunca terem saído do circuito doméstico em que nasceram, mostradas apenas pra os amigos mais de perto, às vezes, mostradas apenas ao amigo que dividiu a parceria comigo e, quando muito, tocada n’algum esporádico show de amigo ou mesmo meu, já que com exceção do parceiro Marcos Sacramento, todos os outros amigos e parceiros fazemos shows esporádicos ou nem fazemos.
Daí que essas minhas velhas músicas, sem público que lhes dessem vida, nunca chegaram a existir, como ganharam existência a “Maluca” com Cássia Eller, o “Peixe” com Cristina Braga, a “Máquina de escrever” com Pedro Luís e a Parede, a “Romena” com Daúde, o “Vai Querer?” com Wado, “O amor é sacanagem” com Clara Sandroni etc...
Então, silencioso leit@r, hoje com a diferença que nos trouxe a internet, a idéia de existência de uma música ficou diferente, porque elas, ocasionalmente, podem ganhar um círculo maior de ouvintes que lhe tragam vida e tal. E estou ressuscitando, hoje, no youtube um velho registro de “Humilhante”.
Ouça, silencioso leit@r:

sexta-feira, outubro 12, 2012

Repete (Kali C. e Suely Mesquita)



Para o dia das crianças, às vésperas de lançar seu segundo CD “Você é muito lindo”, minha parceira Kali C. colocou pra gente no youtube o “Repete”, com Suely Mesquita.
Veja bom leit@r:
Repete, repete, repete, repete...

quarta-feira, outubro 10, 2012

Garbo - Bovary



                          “Discurso romântico com finalidade erótica"
 
Conheci o Garbo, quando ele estava na editora do Ronaldo Bastos, a Dubas, onde eu tinha minhas músicas editadas. Era uma época em que, com as sequelas bem acirradas, eu achava que não fosse mais conseguir compor, pois estava com minha motricidade detonada, por conta de meu coma mais ou menos recente. E não conseguia tocar e cantar para fazer músicas. Por isso, como alternativa, eu escrevia o meu primeiro livro, o Cinema Orly.
Naquela época, eu não conseguia andar direito e não saía de casa sozinho.
Tinha uma voz lenta de débil mental e, quando falava com o Garbo no telefone, sem nunca tê-lo visto pessoalmente, eu berrava com ele cheio de birra, porque além de meu estado lastimável de ficar em casa, as coisas, talvez por isso, com relação às músicas, não me parecessem andar, assim, às maravilhas.
Mas andavam, as coisas andam. Nós é que, às vezes, ficamos parados em nosso ponto de vista.
E se as coisas andam, como num caleidoscópio, de nosso ponto de vista vamos descobrindo outras perspectivas, como se víssemos de outro lugar e já não fôssemos mais os mesmos.
Assim, foi que dessa vez, o Garbo vem com seu CD “Discurso romântico com finalidade erótica” e diz:
- Você foi uma pessoa influente na minha maneira de compor. Depois que voltei pra BH, quis fazer uma coisa que me remetesse as minhas origens musicais mais antigas, e fui encontrar isso nas bandas de música/praça de minas.
Bem, o título do CD de Garbo pode ter algo a ver com o meu “Cinema Orly”, mas a música da qual ele o tirou remete-nos a escritor e livro mais estabelecidos, Madame Bovary, de Gustave Flaubert. O que um disco assim, com esse mote, quer ao buscar, como bases ritmicas e melódicas, as bandas de música/praça de Minas?
Essa pode ser a meu ver uma das pistas para audição do CD de Garbo.
Além dessa, muitas outras pistas podemos nos deixar tomar, pois que em letras e músicas e canto, os sentidos são infinitos.
Por exemplo, apenas deixar o disco tocar ao sabor do nosso momento de agora.
Sem previsão.
Fui.

terça-feira, outubro 09, 2012



Sempre votei no centro da cidade, no Liceu Nilo Peçanha, mas depois do assalto e que tive de refazer os documentos, atualizaram meu título de eleitor para meu novo endereço. Então, votamos, eu e Pedro, no mesmo lugar: no Salesiano.
Tanto o Liceu, quanto o Salesiano são escolas tradicionais na cidade. A diferença é que o Liceu é público e o Salesiano particular.
Então, bom leit@r, entrar num e noutro, tem efeitos dentro da gente bem diferentes.
A igreja do Salesiano vista de dentro da escola é para mim o que Niterói tem de mais bonito.
Fui.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Diário da piscina



....

         Comecei.
Anjo harmonioso voando.
Domicila, seguindo a mesma tática de Marcelina, deixa-me evoluir na piscina sem interferir, para que a prática burile meus movimentos.
Arrumei uma forma de puxar mais água com a mão esquerda, o que, se não aumenta muito, dá-me a sensação de muito maior impulso n’água, anjo terrível.
Fiz 40 chegadas em 40 minutos.
Vim embora.

sexta-feira, outubro 05, 2012



Assim como fui ao terreno onde estão as coisas que morrem e trouxe de volta, postando no youtube, a esse nosso mundo de agora, viva da silva, a “Você é o trono”, é preciso coragem para voltar onde fui e trazer outras coisas. Não necessariamente coisas das quais eu já tenha conhecimento, como “Imaginei”- com Sacramento, “Ella”- com Mário Newman, “Reis e Rainhas”- com Suely e tal, mas também coisas que nunca vi, porque o bom leit@r me perdoe a viagem, mas coisas novas e desconhecidas podem também estar lá, onde estão as que morrem.
Há um tempo, andei fazendo o que chamei de “restauração” de minhas músicas velhas, adaptando-as a meu novo violão e voz. É um esforço grande revisitar essas músicas, porque foram feitas em condições que não mais existem.
Mas também é um grande prazer chegar outra vez perto delas.
No “Cinema Íris”, o disco recente, fizemos um pouco isso. Troxemos de volta “Para Pegar”, “Parado Aqui” e “Romena” esta última com Suely Mesquita cantando.
Eu poderia falar mais, mas acho que está bom.
Só quero ainda dizer que mesmo recorrendo a esse expediente de ir ao fundo do baú, o lance é não olhar pra trás, porque o rio já é outro.
Fui.

quinta-feira, outubro 04, 2012

Você é o trono - luís capucho/marcos sacramento



No final dos anos 80, fazia muita música com as poesias-letras de Marcos Sacramento. Ele me mostrava os seus manuscritos e o meu afã era completar as frases melódicas que já me apareciam de primeira na cabeça. Às vezes, a melodia que me aparecia era pra uma frase que estava no meio da letra. Então, eu ía pro violão e descobria e alinhavava o restante da melodia a partir dali. Muita coisa dessa época se perdeu, e muita coisa que eu gravava nas fitas cassetes, digitalizei depois.
E estão aqui comigo, na gaveta.
Veja:

quarta-feira, outubro 03, 2012



Dos objetos artísticos que eu tenha tentado fazer até hoje e que partindo de uma idéia inicial, aos poucos, eu vá me envolvendo na sua emoção e construindo o corpo de uma música, construindo o corpo de um livro, muita coisa não vinga, silencioso leit@r, muita música chega a se construir até o fim, mas não é atraída para um disco, fica uma coisa chocha, sem força, eu não toco na roda de amigos e não chama a atenção de ninguém e tal e, aí, vai, vai, vai e desaparece no éter do tempo.
Ou no éter de uma gaveta aqui em casa, quer dizer, bom e silencioso leit@r, cada gaveta tem o seu cosmos, com o seu caos e a sua ordem de coisas feitas.
Outras são atraídas para algum disco meu ou de outra pessoa por pura conjunção do acaso e, por pura conjunção do acaso, fico muito feliz em vê-las a orbitar por aí.
O mesmo se dá com os livros...
E pela conjunção do acaso do país em que estou, sobre o que penso que bem pouco eu entenda, esses meus últimos trabalhos – Cinema ìris e Mamãe me adora – que são disco e livro que conseguiram chegar a um final, a uma conclusão, foram os que, infelizmente, mais me angustiaram, por causa do desastre que está sendo suas entradas na engrenagem do mercado. E me deixam angustiado e desanimado, deprimido.
É possível que eu não tenha percebido os emperramentos e desastres por que passaram o Cinema Orly e Rato e Lua Singela e que, por isso, não me angustiasse.
É possível que para eles também a entrada tenha sido um troço difícil.
É possível que nem tenham entrado e que orbitem por aí ao leo e que minha ilusão é a de que entraram e façam parte de um contexto qualquer. E que, por isso, dessa forma, eu saiba que eles existam, porque estão por aí...
Quer dizer, bom leit@r, existem...
Minha angústia é que Cinema Íris e Mamãe me Adora, por uma série de escolhas mal feitas, entraram no mercado e não entraram. Onde encontrá-los? Em minha gaveta?
O que fazer, eu não sei
È tanta coisa, demais pra mim... la lá lá lá lá lá lá.
Marcos Sacramento que, vi na internet, fará uma série de shows pela Inglaterra e França, agora, em outubro, de fora, vê melhor a organização das coisas e fez um texto indignado.
Veja bom leit@r:

“Um dos principais objetivos de um ser humano (e se ele for um artista, aí, isso fica mais sério e incisivo) é o deixar rastros. Não necessariamente para que sejam seguidos, mas simplesmente para engendrar algum sentido físico à existência passageira e cheia de insistentes significados metafísicos. E assim seguimos como felinos encantados levantando nossas perninhas e deixando nossas marcas nos canteiros da vida.
Mas e quando somos impedidos de fazê-lo?
O que acontece?
Luis Capucho tem prontos um novo livro, Mamãe me adora, e um novo CD, Cinema Iris.
Mas o processo rocambolesco em que se transformou a tentativa de lançá-los para o público beira o patético.
Não é assim que se deve tratar um artista da estatura de Capucho.
O rastro que ele tem para deixar para a humanidade é de vital importância mas parece que as editoras e gravadoras que ocupam o segmento no qual a obra de Capucho estaria inserida, insistem em não enxergar tal importância. Porque, sim, temos que nos sujeitar a enquadramentos insólitos nos segmentos ditos alternativos, não comerciais, undergrounds, GLBTs, essas bobagens todas. Mas se nem nesses nichos conseguimos espaço, o que fazer?
Luis Capucho é um artista maior. Concentrado.
Conseguiu, depois de passado mais de um ano, “negociar” com duas pequenas casas (gravadora e editora de livros) o lançamento de suas duas novas obras, mas o que se viu foi desrespeito e negligência por parte dessas duas pequenas empresas.
Estamos falando de arte e consequentemente de cultura.
Mamãe me adora é uma obra-prima da literatura brasileira contemporânea e o CD Cinema Iris tem a marca da ousadia dos grandes artistas destemidos que se lançam no escuro do abismo da alucinação de quem perdeu quase tudo de voz e de controle motor no momento do auge da vida dos trinta e poucos anos.
É difícil não se emocionar com os textos e as sensações enganosamente naifs e enigmáticas dos dois trabalhos de Luís, bem traduzidas nas capas do CD e livro.
É difícil tentar mesmo entender o porquê de tanta negligência e falta de respeito com um artista tão singular e especial.
Luis conseguiu com sua perseverança, determinação e atitudes vencer todas as dificuldades impostas pelas seqüelas do coma provocado por doenças que o atacaram por conta de sua baixa imunidade pelo HIV. Mas não consegue vencer a mesquinharia, hipocrisia e pequenês de uma organização de mercado que insiste em virar a cara para seus trabalhos e impede sua propagação e movimento para o público entrar em contato com esse seu universo único, o universo de sua arte.
É tudo muito estranho.
É estranha essa lambança toda provocada pela falta absoluta de empenho em fazer o mínimo necessário para que tudo acontecesse dentro da normalidade. Mas a editora preferiu rescindir o contrato e a gravadora não divulga ou distribue os CDs.
As tentativas de diálogo tornaram-se vãs e hostis, nada de diálogo, nada.
O que diriam Bukowski, Vinicius, Glauber Rocha, Quentin Crisp, Sergio Sampaio, Lima Barreto, Cazuza, Cassia Eller, Jean Genet, Renato Russo, Itamar Assunção, João do Rio?
Ouvi alguns artistas da mídia dizerem que Glauber e Vinicius morreram cedo porque não teriam lugar no mundo como ele é hoje.
Será que é isso?
Ney Matogrosso bem identificado com a movimentada cena cultural e artística do início dos anos 70 e considerado um importante representante da ousadia em romper e desafiar tabus comportamentais no Brasil, disse ter receio de gravar uma canção de Capucho porque sua letra diz em um de seus versos “enquanto homens masturbam-se na neblina do cinema”, pois para ele, isso tornaria seu possível disco proibitivo.
Entretanto, mantém a dúvida.
Se um intérprete considerado um iconoclasta da nossa música popular comporta-se dessa maneira, por achar que hoje o público é mais careta, o que esperar de quem está por detrás de um balcão de uma pequena editora de livros querendo se dar bem e ganhar alguma grana?
Enquanto isso, quanto ao trabalho de Luís Capucho, não se pode pensar nada, se ele não vem a público.
E esse é o fato senhores:
Luís Capucho teve que comprar os livros da tal editora e parece que vai ter que comprar os CDs da tal gravadora. Agora tem que vendê-los.
Onde vamos armar o barraco?
E quem se importa?”
                                                                                       Marcos Sacramento.

terça-feira, outubro 02, 2012



Estava assistindo a um roqueiro no youtube absolutamente imerso no seu som, na sua guitarra mal tocada, punk, fazendo aqueles trejeitos todos de roqueiro, levando às últimas consequências os seus esgares vocais etc e a platéia embevecida, imbuída daquele som e palavras muito sinceros e tudo, e mesmo no inglês que eu apenas ouvia, eu via que havia sinceridade e tal, mas bom e silencioso leit@r, eu aqui de meu quarto, sentadinho aqui frente a meu computer, estou tão distante, tão distante, que vejo o ridículo da coisa, eu aqui, na minha rua, no caixote de minha casa, ajudado por entender apenas o português, sem pretensão alguma de minha parte é muito ridículo, aquilo não me pega e não deixei de ter juventude. Pra mim, na distância que tomei é caricato!
Fui.

segunda-feira, outubro 01, 2012

No sábado veio de São Paulo, em minha casa, a Alek com seus amigos estudantes de cinema, para uma entrevista sobre o meu Cinema Orly. Para mim, é emocionante que meu romance mantenha sua aura de interesse tanto tempo depois de lançado e emocionante também foi assistir a um depoimento de Ney Matogrosso sobre ele, que trouxeram e eu quis ver.
Falei-lhes sobre o Cinema Orly, de como foi escrito, o prêmio que ganhou, de ser um livro tão querido, o que penso ele significar para mim, mostrei o manuscrito etc... e eles armaram a máquina de filmar em minha lage, onde me sentei, e filmaram tudo, quer dizer, deixei que usassem e abusassem de minha pessoa no contexto do Orly, quer dizer, foi um grande prazer pra mim.
No domingo, fiquei doente, mas hoje estou ficando melhor.
Eis o manuscrito: