quinta-feira, março 09, 2017

3 Deixa

Quando o Rogério Skylab disse no facebook dele que estava em
amor com a minha “Eu quero ser sua mãe”, do disco Cinema Íris, alguns dos fãs
de seu rock e poesia cavaram músicas minhas na internet, foram em meus shows,
gostaram do que ando fazendo, falaram comigo e tudo. Depois, o Rogério me
chamou pra participar do seu disco “Desterro e Carnaval” e cantei com ele a
música “Deixa”, que é uma música que em duas estrofes e um refrão de poesia,
pede calma, entre o foda-se e o vai no fluxo, que ta tudo certo.
Então, é bonito isso, de outros artistas nos verem e parar
pra olhar. E, aí, eu paro junto, fico olhando, no vislumbre da fresta que abre,
de um artista ver o outro e acho que sou um cara meio bobo, porque ao invés de
continuar fazendo as minhas coisas aqui no apezinho, enlevado de descoberta, eu
paro e fico olhando...
Como com o Rogério, há outras paradas de reconhecimento com
outros artistas em que a gente vai se entrocando e se bifurcando, porque tudo a
mesma árvore, a mesma esfinge, a mesma árvore com olhos, que parada, fica
olhando...
Eu tou dizendo isso por dois motivos entroncados, dois
motivos de árvore: que no disco que estamos aprontando, o Crocodilo, há esse
entroncamento de artistas pra que eu fique olhando, porque cada uma das faixas,
ficou na responsabilidade de um deles ( Claudia Castelo Branco, Marcos
Campello, Pedro Carneiro, Bruno cosentino, Gustavo Galo, Lucas de Paiva,
Everaldo).
A outra coisa que se entroncada é que a Jôsy, música do
Crocodilo que Bruno Cosentino arranjou com o Exécito de Bebês e que gravaremos
hoje no estúdio do Pedro Carneiro, também é a Jôsy, de Alagoas, que veio falar
comigo, depois de o Rogerio disse sobre “Eu quero ser sua mãe”.
Ela veio no in box dizer de sua admiração pelo Cinema Íris e
nossa conversa entrou por seu namorado que fez essa poesia pra ela e que
musiquei:

       Jôsy
(luis capucho/ Douglas Oliveira)


Deixe-me jogar teu jogo
Deixe-me amar tua alma
Andarilhos pelas ruas imundas e
com cheiro de vômito
Seu corpo boca nuca ventre alma
Eu preciso, necessidade vital de
um espírito vulgar
Espírito vulgar
Espírito vulgar
Gosto do goso, do pelo no pelo,
no malabarismo erótico
Fim de noite é o fim, eu vejo a
noite em seus olhos cansados
Rezo vinte paraísos me vem aos
olhos, inferno pessoal é saudade
Tristeza nos versos tristes do
Pessoa lembram-me a ti
Sensualismo na pela negra cor do
cacau
Do gosto do caju, tua boca
Ode aos seus olhos castanhos e a
seu cabelo encaracolado
      Da mistura
regionalista com o pop
Da leveza do coco de roda às
nauseas do noise

Da primeira grandeza, estranho
divertido amor
Deixa eu abraçar seu corpo num
fim de tarde
Olharemos a chuva o cachorro late
ciumes
Momentos felizes o ceu ta laranja
agradável nostalgico.
Obs: essa poesia é parte do primeiro livro de poemas do
Douglas “Noise, prosas de alegria e tristeza” e está sob o título de “Acalando
ao amor”.

  



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