“Voz de voo rasteiro sobrevoa a floresta onde o tempo tem
cabeças ou perninhas decepadas.” - foi essa frase que o Vítor escreveu num
texto, quando me viu pela primeira vez numa apresentação de minhas músicas em
Campinas, em 2014. Esse é um lance na minha música que os músicos gostam de
implicar, porque acham que não quero dividir as músicas com eles, usando esse
tempo sem padrão, em que a minha voz sobrevoa a floresta de tempo sem pernas
nem cabeça.
Mas eu tava dizendo pra o Bruno Cosentino, no mesmo dia em
que rolou o papo que falei aqui no Blog, aquele papo de os artistas se
vislumbrarem por uma fresta e tal, eu falava com o Bruno, porque ele tava
analisando o tempo da Jôsy (luís capucho/Douglas Oliveira) para passar para o
Exército de Bebês e tudo.
Eu dizia pra o Bruno, que tem uma lógica no meu tempo. Tanto
tem, que se você não analisar ela, você não vai perceber a falta de pé e
cabeça. Se você não analisar a minha música, ela vai sobrevoar fluidamente a
floresta e, sem análise, vai parecer que ela tem pé e cabeça. Por que ela tem,
se liga.
Aí, os meninos do Exército de Bebês, quando estávamos
fazendo o primeiro experimento de gravar a Jôsy no estúdio do Pedro Carneiro, eles
viram isso. Teve uma hora que o Iuri, embatuscado no fluxo da Jôsy falou:
- Que música maluca, mas não parece!
Então, não é que eu queira fazer música sem fluxo, que
ninguém entra no fluxo dela. Elas têm fluxo, sim. E a falta de perninhas e
cabeças não é proposital, você sabe. É a música que vai pedindo, que vai
fluindo nesse Encaixotando Helena.
O Naldo Miranda, que está comigo no “Antigo” desencaixotava
Helena comigo de primeira. O Vitor também, faz isso. E o Tulio! Quando tocamos
em SP, juntos, os três, na Para Pegar, desencaixotou um fluxo em sua viola
caipira que parecia não ir cabendo na música, mas ao mesmo tempo estava cabendo
nela.
E vai ser bom outra vez, porque estamos armando de tocar
juntos no lançamento do Diário da Piscina aqui em Niterói, quando minha
literatura, por iniciativa do vereador Leonardo Giordano, irá receber a medalha José Cândido de Carvalho, em maio!
Como tenho ouvido o pessoal dizer, agora: total!
Fora isso, o gatinho do Luiz Ribeiro com o diário:
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