Quando eu era pequeno e ia na
biblioteca do polivalente, em Cachoeiro, pegar livro, eu os pegava pelo título.
E por isso, tinha vezes em que me dava mal, porque pegava livros secos. Foi
assim, quando achei que iria ter muita fantasia no Menino de Engenho, do José
Lins do Rego. De verdade, tinha
fantasia, mas era seco, diferente dos outros livros do Monteiro Lobato, que eu
tava acostumado.
Se naquela época, eu tivesse me
deparado na biblioteca da escola com O Coronel e o Lobisomem, do José Cândido
de Carvalho, eu teria levado pra casa pra ler e teria me dado mal. Porque
quando minha obra literária ganhou a Medalha José Cândido de Carvalho, ganhei
também O Coronel e o Lobisomem, do Pedro.
E, aí, não é um livro seco, os
parágrafos têm uma melodia de pura fantasia, mas sou capaz de ler um deles
inteiro sem entender absolutamente nada do dialeto de um coronel. Isso me
lembrou uma vez em que o Baiano – que produziu maravilhoso os meus disco Lua
Singela e Cinema Íris - disse muito sem importância, no meio de um assunto, que
a gente pegava dos livros só o que a gente conseguia entender, e que muita
coisa era apenas para passar os olhos, não para pegar.
E nunca me esqueci.
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