terça-feira, novembro 28, 2017

Quando eu era pequeno e ia na biblioteca do polivalente, em Cachoeiro, pegar livro, eu os pegava pelo título. E por isso, tinha vezes em que me dava mal, porque pegava livros secos. Foi assim, quando achei que iria ter muita fantasia no Menino de Engenho, do José Lins do Rego.  De verdade, tinha fantasia, mas era seco, diferente dos outros livros do Monteiro Lobato, que eu tava acostumado.
Se naquela época, eu tivesse me deparado na biblioteca da escola com O Coronel e o Lobisomem, do José Cândido de Carvalho, eu teria levado pra casa pra ler e teria me dado mal. Porque quando minha obra literária ganhou a Medalha José Cândido de Carvalho, ganhei também O Coronel e o Lobisomem, do Pedro.
E, aí, não é um livro seco, os parágrafos têm uma melodia de pura fantasia, mas sou capaz de ler um deles inteiro sem entender absolutamente nada do dialeto de um coronel. Isso me lembrou uma vez em que o Baiano – que produziu maravilhoso os meus disco Lua Singela e Cinema Íris - disse muito sem importância, no meio de um assunto, que a gente pegava dos livros só o que a gente conseguia entender, e que muita coisa era apenas para passar os olhos, não para pegar.
E nunca me esqueci.


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