quinta-feira, janeiro 31, 2019
Acho que só fizemos uma vez show nessa formação, com nós quatro. E foi também em SP. Estamos felizes em poder repetir. Na julia, com quem publicamos o Diário da Piscina, na marcela, com quem vamos tocar juntos a Você é muito lindo (Kali C/luís capucho) e a Clea (kali c/luís capucho). E, no domingo, em Campinas, onde dividiremos com Gustavo Galo. Maravilha pura, tudo no chapéu!
sexta-feira, janeiro 25, 2019
Meus livros, desde o Cinema Orly
ao Diário da Piscina, são sobre mim mesmo. Mas eu vejo que ficam falseados pelo
que têm de literatura e porque - como outro dia vi, ao olhar o Mamãe Me Adora
que estava na minha frente e li - não sou mais eu quem está ali, nem na forma
de escrever, nem na ilusão, nem na realidade da vida, nada. É apenas um livro o
Mamãe me Adora. E os meus outros livros também são apenas eles. E tudo o que
contam são a partir deles, não voltam pra mim, não dependem de mim, que posso
desaparecer como o garoto assassinado a facadas, hoje, em MG, pelo motorista do
ônibus em que o menino deu um balão.
O Diário da Piscina conta a
estória de minha recuperação das sequelas motoras deixadas por um coma de
neurotoxoplasmose, decorrentes de minha soropositividade por HIV. Mas pode não
ter nada a ver comigo. Um romano antigo poderia saber como funciona uma piscina
daqui, no início do século XXI. E um cara de um futuro distante também poderia
ver o seu funcionamento. Tudo muito frio e natural, sem drama na forma de
mostrar. Pode haver drama, mas nada a ver comigo. Tou fora.
A editora É disponibilizou o livro pra quem quer. Quem quer o livro
de papel, eu e ela também temos.
Vejam:
terça-feira, janeiro 22, 2019
Na espera do médico tinha uma senhora com uma árvore dentro
da bolsa. Eu não converso em bancos de espera, sou burro, não sei fazer isso,
ficar ali conversando com uma pessoa que nunca vi antes. Eu sei que a gente
pode ser natural e conversar de brincadeirinha, fingindo conhecer, só pra o
tempo da espera voar. E, aí, saber sobre a árvore dentro da bolsa. Depois, numa
conversa dela com uma outra paciente esperando, soube que era uma oiti, dentro
da bolsa. E que ela iria levar pra plantar em seu quintal, em Campo Grande.
Também soube de outra coisa: que ela dorava demais feijão preto. Sou um bom
ouvinte.
sexta-feira, janeiro 18, 2019
Esse lance de terem tirado a
aposentadoria por invalidez das pessoas que estão se tratando do HIV é uma
coisa que me atingiu em cheio. Não se aposenta mais as pessoas por estarem com
HIV. Mas há trinta anos atrás, elas eram aposentadas pra se tratar. E se a
doença estava sob controle, os remédios eram tão bomba, que a pessoa que os tomasse,
não podia ir cumprir as horas de trabalho. Eu mesmo tomava uma droga que
chamavam de Crixivan, hoje, já proibida por conta dos efeitos adversos. O
Crixivan era surreal, depois de vomitar violentamente, me deixava prostrado
pelo resto do dia e, aí, vinha a dose noturna, que não me fazia vomitar, mas já
era a hora de me prostrar pra dormir mesmo.
Então, imagina tirar a
aposentadoria das pessoas que vêm sofrendo há 30 anos com com os remédios, com
a discriminação, com o vírus, e que pela quantidade de tempo, hoje, estão com
mais de cinquenta anos, que estão zeradas, porque tomaram os remédios
direitinho, que começam a fazer os planos de velhice, e, aí, depois de tanto
tempo, retiram o que lhes é de direito, porque isso é do direito do trabalho,
ter uma aposentadoria. É uma crueldade sem tamanho. E é isso, esse tipo de
covardia, que os brasileiros que estão se dizendo do bem, apoiaram e estão
apoiando como política pública de saúde do governo eleito.
Tudo bem que não se aposente mais
as pessoas por isso, porque muita coisa mudou na história do vírus. Mas
sacanear assim quem já tava aposentado é demais, uma violação de direito. Virou
bagunça do mal. Vilania pura.
São bandidos dirigindo o país.
quarta-feira, janeiro 16, 2019
Um Diário da Piscina para Icaraí
Tenho tido a impressão que meus livros, depois do Cinema
Orly, são mais lentos. Todos eles foram manuscritos e o Cinema Orly foi o que
escrevi mais lentamente, por conta da minha motricidade alterada pelas sequelas
da neurotoxoplasmose. Mas, na hora de ler, é o mais rápido. O Diário da
Piscina, que foi o último, um livro lançado pela editora É, não sei, eu tava
dizendo agora pra Kali, que ele caiu menos no gosto das pessoas, mas que o
considero bom livro, assim, naturalista, autoficção, mas com um ponto de vista
de agora, atual mesmo, século XXI. E, nos Ave Nada que temos feito, com Paulo
Barbeto, tenho visto que o texto do livro é muito resistente, que ele se
aguenta por si. E que uma sociedade que elege Bolsonaro, vai mesmo deixar ele
pra trás. Um Diário da Piscina para Icaraí!
terça-feira, janeiro 15, 2019
Estamos alugando um quarto no ap do Pedro. Quem alugar, ficará sozinho nesse tempo,
mas será meu vizinho de frente. Então, podemos nos cumprimentar nas
coincidentes entradas e saídas de casa. Ou o que se desenvolver disso. É em Sta
Rosa – Niterói, numa rua suburbana e sem saída, mas por ser longuíssima, não é
uma travessa. Há caminhos Lá Vai Um que sobem os morros e nos conectam com
outros bairros. Dá pra ir pra UFF – Farmácia à pé. De 30, vai até ao Campus. Os
amigos que souberem de alguém, compartilhem o informe, plis.
Internet e água incluídos no preço!
Internet e água incluídos no preço!
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