sexta-feira, agosto 26, 2022

10 Quatrilhóes (luis capucho/ abou mourad) - 1ª tomada

Hoje é um dia feliz. O Rodrigo veio aqui para pegar uma música que fiz com o Felipe que é pra ele ajeitar ela pra mim. Eu coloquei o celular pra me gravar enquanto a passava para ele, que tocou um pouco comigo também:

terça-feira, agosto 23, 2022

 

Hoje, 23 de agosto de 2022, faz vinte a seis anos do dia em que entrei em coma por neurotoxoplasmose, e, aí, desde então, isso decidiu a minha vida, a direção que pude tomar. É uma espécie de aniversário, porque, de lá para cá, estou noutra versão de mim mesmo, o que definiu também a minha produção de música, os livros e minh’AS Vizinhas de Trás”.

Tudo, apenas, amor.

Fora isso, fora o estrupício asqueroso, fora!

sexta-feira, agosto 19, 2022

 

Ainda falando sobre músicas, às vezes, me chegam ideias para elas, mas que não vêm a cabo. Houve aquela ideia em que comparei-as às moscas e que cheguei mesmo a plaina-la com uma melodia, mas não sei, acho que preciso da aprovação de um ouvinte, para ter a música como já pronta.

Certa vez, alguém que queria cantar uma das que fiz, me pediu que eu lhe mostrasse a que eu achasse um nada, que ninguém fosse gostar, que não tivesse valor pra mim. Mas não tinha. Todas têm valor. As que não mostrei à ninguém, e que por isso, ninguém pode gostar, esqueci.

Isso não tem um tom de queixa, porque é uma constatação. Porque para eu gostar, preciso da aprovação de alguém, pra música ganhar beleza pra mim. Vou parar com isso? Não.

quinta-feira, agosto 18, 2022

A primeira vez que eu vi um japonês-luis capucho

Eu vi um menino japonês pela primeira vez na vida eu era também um menino, tinha, talvez, já 11 anos. E ainda morava no Espírito santo, em Cachoeiro. As calçadas na rua principal da cidade são bem espremidas e ele veio vindo muito perto e foi algo inexplicável que tentei traduzir como coisa comestível, só um canibal poderia se aproximar de meu gosto por vê-lo.

Não tem nada de delícia sexual nisso e o sabor por vê-lo, claro, nem foi de comê-lo, como sentia apetite por doces, na época.

Era mais uma maravilha que eu tentei dizer como comida:


 A Primeira vez que eu vi um Japonês

(luís capucho)

A primeira vez que eu vi um japonês senti um alvoroço por dentro e pensei

Deve ser o alvoroço de quem pela primeira viu um pudim

O alvoroço de quando ele apareceu, de quando brotou na face da terra e foi visto por alguém

também de quando surgiram os manjares, as tortas, os quindins

eu pensei

devem querer imitar morangos, pitangas, mangas

Porque tudo é tão misterioso e louco

 

A primeira vez que eu vi um japonês senti um alvoroço como o das panelas sobre o fogão na hora do almoço

Um alvoroço assim de jardim de casa, de quinta, de jardim, de hortaliças, de legumes

Também o de quando um peixe sai rabanando dentro do rio e depois plana dentro dele feito uma folha

Que também é algo assim como se tivesse aparecido o primeiro tomate na vida

Um susto, uma maravilha vermelha, uma alegria

Eu pensei

Devem querer imitar barrigas, cabeças, peitos

Porque tudo é tão misterioso e louco

 

 

quarta-feira, agosto 17, 2022

Madonna - La Isla Bonita (Vídeo oficial)

Eu sinto que eu tenho de me construir nos sessenta anos. É, talvez, meio um se virar nos trinta. Mas também, ontem, depois que vi um vídeo-clipe antigo da Madonna, vi que estar no tempo é como estar num sonho e o modo como o desejo é sempre o mesmo, me fez querer saber mais dela. Eu não conhecia esses clipes velhos que ela fez. Eu devia estar andando sozinho pelas ruas naquela época e não os vi. Walter acha que San Pedro é em Porto Rico, porque os porto-riquenhos se referem a Porto Rico como la isla bonita:

sexta-feira, agosto 12, 2022

Avançando com As Vizinhas de Trás – balada da paloma. Enquanto isso observo minha coluna, os efeitos de minha respiração sobre sua ereção, minha respiração e seus efeitos no meu umbigo.


 

quarta-feira, agosto 10, 2022

Eu me lembro de termos coisas guardadas em caixinhas de sapato, desde sempre. Nós não tínhamos casa, mas mamãe conseguia manter esses guardados especiais para onde quer que fôssemos. Então, essa é a minha forma de guardar ainda hoje.
Da época de mamãe, não tenho quase nada mais. Tenho uma vaga lembrança da mudança específica em que tudo se perdeu. E que fiquei bem triste. Hoje, tenho casa e é difícil fazer um filtro do que guardar. Por exemplo, me dá vontade de guardar coisas assim:


 

domingo, agosto 07, 2022

Cavalos - Vitor Wutzki

Sou fã do Vitor!

Ontem, eu e Pedro, fomos assistir ao lançamento do primeiro disco do Antônio Sobral, Marulhos, e ver também o Vitor Wutzki cantar músicas dele, do disco Espaço em Branco. Vitor cantou a minha Cavalos, estava com o Gabriel Edé no baixo e o baterista, de onde eu estava, eu não conseguia ver. Pedro filmou pra mim:

sexta-feira, agosto 05, 2022

Fazendo "As Vizinhas de Trás - Balada da Paloma", música que fizemos juntos, eu e Rafael Julião. A música, um funk e não uma balada, narra uma visita a um hospital psiquiátrico. mas na verdade é a maior tiração de onda, porque funks são assim, tipo, balada.

 

 

segunda-feira, agosto 01, 2022

 

Remexendo os guardados cheguei no batistério de mamãe e vendo com a Cassio Capucho, quem eram aqueles nomes completados como padrinhos de mamãe, com a ajuda dele, cheguei na minha linha genealógica:



sábado, julho 16, 2022

Sara Hana e Bruno Cosentino - Quando é noite no Audio Rebel

Eu tava contando pro Bruno que a Quando é Noite tem uma lembrança muito forte pra mim que é a de quando no fim dos anos 70, quando criança, eu morava na casa de minha tia e que havia momentos de desespero dela, que ela começava, soltava do fundo de sua garganta, uns gemidos, uns lamentos, que vinham em forma de oi, não vinham em ai nem ui, vinha do fundo dela e ela desesperava a casa toda em forma de oi.

Está no disco Crocodilo e foi um prazer grande pra mim ouvir Bruno e Sara cantarem isso tão cru, só no osso, e a Sara, na hora dos ois, tem um sorriso no fundo, que deixa o desespero belo, belo demais:

https://www.youtube.com/watch?v=aowJ41sFv_U

quarta-feira, julho 13, 2022

 

Eu tinha um modo de escrever pra o Edil, que era sempre o mesmo mundo em todas as cartas e que também é o mundo de hoje, cartas alienadas, mundo visto apenas nas firulas mais altas da membrana dos dias, aquilo que pululava no seu limite, nas abstrações da membrana, nas suas transparências, não sei mais escrever daquele jeito. O Fabrício leu aquela minha verdade tênue tão sincero que que entrei na prática novamente.

Colocou no spotify.

Uma maravilha:



domingo, julho 03, 2022

 

Tem um lugar mágico no final de minha rua. A primeira vez que reparei nele, tinha estado lá com o Vitor e fomos recebidos por um coro de sapos. Se eu fosse o prefeito da cidade, tombaria o final de minha rua como patrimônio imaterial, porque hoje fomos recebidos lá, eu e Pedro, por libélulas roxas que esvoaçavam sobre um colchão de mato muito verde.



domingo, junho 19, 2022

 

Andei vendo sobre o centro em frases de internet. Não que fossem desimportantes e incríveis, mas não consigo lembrar-me do que diziam. Talvez, que o centro fosse... não me lembro. Que o centro muda de lugar, se move. Talvez, que o cu tenha se deslocado.

sexta-feira, junho 17, 2022

 

Estive pensando se meu centro existe ou se meu centro existe em outro lugar. Se estou no centro, quando me encontro no meu fundo, no seu meio. E também, estive pensando, se qualquer outro lugar pode ser o centro de tudo. Então, eu sou livre para desloca-lo ou se ele é apenas um para onde me atraio e se desloca à força, que não é minha. Então, cu.

segunda-feira, junho 13, 2022

 

Sempre às voltas e à volta do centro, meu mundo é pequeno e sonha. Há uma força que me puxa para fora, à volta dele, mas eu quero estar no seu meio, inteiro no seu meio.