segunda-feira, março 18, 2024
sexta-feira, março 01, 2024
terça-feira, fevereiro 27, 2024
Cinema Orly, de Luís Capucho, nova edição no Brasil
A editora carambaia, abriu, com a segunda
edição do Cinema Orly, uma coleção de clássicos eróticos, chamada Sete Chaves.
Também abre a coleção o livro Rosa Mística, de marosa di giorgio. Eu fiquei
agradecido demais que a editora mandou um livro pra o Tive Martinez, tradutor
do Cinema Orly para o espanhol, com o selo editorial la abaporu.
Também feliz demais como Tive apresenta o livro pra os
brasileiros:
sexta-feira, fevereiro 02, 2024
Sempre que mexo n’alguma coisa na casa, no meu ciscar delas
que nunca é uma, se eu fosse um frango, se eu fosse uma galinha no quintal, não
haveria de nos meus movimentos ter nada que abalasse o funcionamento do quintal.
Ele continuaria recebendo o sol, os dias e as noites, e na manhã seguinte, eu
estaria de novo ciscando, no passar comum e rotineiro dele. E pronto.
Só, que em casa, à medida que vou desencavando as coisas na
estante, nas caixinhas e gavetas, outras vão aparecendo e vão aos montes se
acumulando em torno à minha busca, de modo que eu passaria o dia todo em função
de ordenar tudo outra vez, as coisas que reapareceram num novo conjunto e, aí,
ficaria para sempre rearranjando tudo, porque seus novos arranjos são sempre
sugestivos de outros arranjos e outros e outros.
Uma galinha sem ciscar não é uma galinha e o quintal é o
mesmo, com ou sem ela. Por exemplo, Dona Linda está sempre, fica no entorno das
coisas, se mexo, porque pode ser que apareçam baratinhas.
É isso.
sexta-feira, janeiro 26, 2024
quarta-feira, janeiro 24, 2024
segunda-feira, janeiro 22, 2024
quinta-feira, janeiro 18, 2024
terça-feira, janeiro 16, 2024
segunda-feira, janeiro 15, 2024
Cinema Íris - cifra
Pendurado,
presa no tempo feito roupa no varal, a Cinema Íris é irmã-hit da Cinema Orly. Cria
play list de cifras, cria de toca, no violão, de Sta Rosa em casa. Repetir para
comentar, inscrito no canal, popular e hit, cria, recebem novidades:
domingo, janeiro 14, 2024
https://screamyell.com.br/site/2024/01/13/literatura-cinema-orly-reconta-as-andancas-de-luis-capucho-pelos-corredores-de-um-cinema-pornografico-carioca/
sábado, janeiro 13, 2024
O Cartas
para o Edil, publicado pela É selo de Língua, por onde também publicamos o
Diário da Piscina, é o meu quinto livro e nele tem escritos de muito antes, de
quando eu já imaginava mesmo fazer livros, mas que eu não tinha esse caminho.
Agora, o
primeiro deles, Cinema Orly, foi reeditado muito belamente - emoldurado numa
coleção de clássicos eróticos pela Carambaia, uma coleção que chama Sete
Chaves, com curadoria da Eliane Robert de Moraes - e penso que esse caminho até
aqui, sem que tivesse ainda pavimento, começa a ser no Cartas para o Edil.
Eu acho
bonito ser um autor não profissional, que quis lançar um livro que não foi
escrito pra ser livro, mas que é um. São cartas, mas livro. E pedi ao Edil que
me autorizasse publicar, porque o exponho como destinatário. Ele me disse que ser
exposto dessa maneira, tudo bem! Então, com seu assentimento, está exposto...
Voltando ao
assunto do escritor não profissional, que é tido como artista underground, como
artista maldito, obscuro, de novo, sem pavimento, tenho pensado que esses
adjetivos todos e outros da mesma floresta, tipo quando dizem que sou selvagem,
é na verdade, um desejo social para que eu fique sem chão, quer dizer, não
estou fazendo queixa nenhuma, se liga, porque assim, sem chão, sou um artista
voador, um passarinho do Seu Mário, não tenho que precisar mesmo um chão.
Eu e a É
Selo de Língua temos o Cartas para o Edil. Quem se interessar, entra em contato
com a gente, plis!
- Aêêêh,
quem vai querer?!!
sábado, janeiro 06, 2024
O meu
maracujá-pimenta, que tem uma história e nem mesmo meu é, está subindo pro
telhado do prédio. Com a vassoura tentei empurrá-lo pra minha área e a ponta
dele quebrou.
E eu, que me
distraio com as relações de uma coisa com as outras, vi que as histórias que a
gente vai consertar, se quebram e quebrou o maracujá com suas histórias fortes
demais no corpo inteiro dele, subindo pro telhado e eu tentando trazê-lo pra
minha área.
Vejam:
sábado, dezembro 30, 2023
Já faz um tempo que Niterói divulga ter qualidade de vida incomum nas outras cidades do Rio, acho que no Brasil e, de verdade, o postinho de saúde da minha rua tem funcionado pra mim. E vi outro dia que o STF colocou pra funcionar uma série de novas normas para o cuidado dos municípios com a população de rua.
Então, a qualidade
de vida em Niterói tem endereço e os moradores das ruas, não têm tido
orientação nenhuma a não ser o entorno de restaurantes e mercados, de modo que
pra andar, você tem de estar armado de trocados, porque a prefeitura tem, há
muito, deixado as pessoas tipo zumbis em torno a esses lugares e à gente
também.
Depois de
ter passado pelas pessoas pedindo, quando eu estava esperando o 30 pra vir
embora, na 5 de Julho, apareceu-me um rapaz segurando um pão enorme, metade
exposto no papel de embrulho, e tinha umas crostas de carne e queijo, e o rapaz
disse que ele tinha de dividir aquele pão com mais cinco pessoas e precisava de
mais – essas situações tensas, me fazem esquecer – não sei se ele queria
comprar refrigerante, não lembro se queria outro pão. Eu disse que não tinha
dinheiro e, aí, ele começou a insistir cheio de marra de vítima, ficou
agressivo, cresceu pra cima de mim – ele era maior que eu, mais macho, mais
vítima – e foi me encurralando entre o poste e a árvore e disse que poderia ser
pix. Eu disse que não tinha, mas ele não acreditou e foi me encurralando eu fui
ficando com medo e raiva, disse que ele não estava acreditando em mim e que não
fazia sentido ele não acreditar. Eu não sou uma mulher e ele não queria sexo
comigo, mas Não é Não, pow. Eu, no fim, teria de sopapar o escroto.
A situação
foi ficando de um jeito, no ponto do 30, que, ou eu ganhava mais altura e peso
e ficava mais macho pra esterilizar a marra dele ou ele iria me socar a cara,
por eu não ter como salvar a ceia que ele precisava fazer com as outras cinco
pessoas.
Aí, eu
torcia para o 30 aparecer e não apareceu, a sorte foi que veio o caminhão
recolhendo lixo e uma enxurrada de garis juntos. Parou um gari, depois outro,
pra saber o que estava acontecendo. O rapaz do pão enorme recheado começou a
criar caso com o gari, disse que eles não tinham nada de ficar escutando nossa
conversa. Para ele, nós estávamos tendo uma conversa... he he... ele tinha
realmente crescido na sua marra. Parou um transeunte também. Um gari disse: eu
tou trabalhando.
Aproveitei e
fui embora, pegar o 30 no ponto seguinte.
domingo, dezembro 24, 2023
Balada da Paloma - cifra
Continuo
montando, no meu canal do youtube, uma playlist de cifras das minhas músicas
para o que quiserem tocá-las. Ontem, acrescentei umas cinco à lista.
É um
trabalho que gosto de fazer, e, às vezes, ontem, troquei um verso de música, me
perdi num tempo, um compasso, mas deixei assim mesmo como fiz, porque o de que
eu gostaria é que vissem os acordes. Nem a batida eu filmei, só os acordes
mesmo.
Vou mostrar
uma:
(aproveita
para inscrever-se no canal e receber as novas, aperte o sininho, comente,
compartilhe, faz-me popular!)
terça-feira, dezembro 19, 2023
Às vezes,
aparecia, juntos, aqui na minha cozinha, um monte de mosquitos bem miudinhos,
que se fossem passarinhos seria uma alvorada, um bando, uma enxurrada? Seria
uma alcatéia se fosse de lobos, com cor de ferrugem escura, porque eles são
avermelhados.
Se
aglomeravam n’algum resto de coisa para comer que eu deixasse, uma fruta que eu
esquecesse, uma panela suja...
Então, uma
outra coisa: não me dei bem com a tampa da nova lata de lixo e a joguei fora. Daí, por isso, com a lata do lixo aberta, com os restos expostos, pensei que a lufada deles fosse voltar, fiquei preocupado. Não gosto deles e
nem de baratas.
Eis que entre a lata de lixo aberta e a pedra de minha pia, que fez uma teia, veio morar uma aranha. Não me dei conta no início, mas ela, como uma fadinha com sua vara, é que fez desaparecer a manada deles.
Amor.
Veja:
quarta-feira, dezembro 13, 2023
Nesse final
de 2023, por conta de meu trabalho de música, fui apresentado a outros dois artistas
desconhecidos pra mim e dos quais fiquei muito feliz por conhecer. Me
apresentaram, porque viram, por alguma via, semelhanças entre mim e o uruguaio
Gustavo Pena e também entre mim e o britânico Nick Drake.
Modesta ou,
verdadeiramente, não senti que estivesse à altura, mas adorei demais ouvir. E
vi que têm alguma coisa da nossa MPB, talvez, daí, tivessem feito a relação.
Ou, nada disso.
Eles são
incríveis:
segunda-feira, novembro 27, 2023
AULA (luis capucho/Cazuza)
Fiz uma
parceria póstuma com Cazuza, chama-se Aula. Foi o Rafael Julião, estudioso de
letras de música, quem me mandou ela. Disse que estava sem melodia e que se
parecia comigo. Não se parece, não sou poeta, mas fiz. E estamos colocando-a no
nosso disco juntos, “A questão é”, eu e Bruno Cosentino.
Eu passei um
tempo com a letra, fazendo de coração a música, e meu coração não viu mal
nenhum nela. É um menino contando como um homem mais velho, supostamente, seu
pai, lhe ensinava sobre a natureza e de como era a natureza da mulher para aquele
homem que lhe dava a lição.
É o modo
como todos sabemos – desde quando? –
era a visão dos homens sobre as mulheres. As
estrofes começam sempre com um eloquente “Era assim...”, quase como um “Era uma
vez...”, quer dizer, não é mais, era.
As pessoas
podem modificar a visão que elas têm das mulheres, mas elas não podem modificar
o modo como essa visão era, então, porque estão criando questão com o poema, com
se contar uma lembrança?
Pelo amor!
Era assim
O homem que
me ensinava a natureza
Eu ia em
suas costas menino
Sentia o
suor quente em suas costas
E uma
alegria sem sentido
Depois veia
a mata grossa
Onde a morte
brincava de perigo
Éramos nós
dois e uma trilha no mato
E a tal
floresta que não era Me ensinou o nome dos pássaros
E o
impossível do vôo
Depois veio
a praia sem segredos
E um poema
que veio na hora
Era assim: O
homem me ensinava a natureza
Da mulher e
do que ela espera:
Um homem que
a proteja E pague seu amor
Um homem que
a maltrate
E viva do
seu amor
Um homem
simplesmente Que lhe inche a barriga
E que a
mulher é o demônio Disfarçado de anjo
E que é
preciso tomar muito cuidado
Porque são
belas dissimuladas
Falou dos
homens com são ingênuos
Com suas
brincadeiras de guerra
De como são
a massa crua
E a mulher a
folheada
Era assim: O homem me ensinava a natureza
E eu ia em
suas costas menino