quarta-feira, outubro 03, 2007

Ontem, tivemos um ensaio. Nosso show, finalmente, alçou vôo.
Há um tempo, pensei, sobre coisas que escrevo, que é necessário assumir os defeitos, para que eles fiquem assimilados, por exemplo, na totalidade de um parágrafo e, dessa forma, amalgamados na estrutura do texto, meio que fiquem despercebidos.

Ou mesmo, que fiquem gritando...
Pensei em dizer sobre esses troços criados assim, que têm a estética do defeito. Pensei numa estética, assim, do defeito, e, depois, pensei, que já existem tantas coisas pelo mundo que, é possível, que essa estética, na qual pensei, já faça parte de algum movimento artístico, desses movimentos que sempre surgem de tempos em tempos, assim, sem ninguém programar, surgem, como mato no quintal abandonado.
E o nosso show, finalmente, ontem, decolou.
Sobre minha música, e sobre a forma de cantar a bichana, é mais difícil que eu pense nessa estética, porque música é mais coletivo que parágrafos e exige harmonia, que ele não exige tanto assim, em sua solidão.
Mas, certamente, que me sinto melhor, se não exijo tanto e assumo os defeitos dela. Com os defeitos ela sobrevoa melhor o mato do quintal abandonado e seu vôo é mais perfeito. Plana mais... perigosamente, sacou?
É isso...

2 comentários:

Fábio Shiraga disse...

Eu acho que saquei. Nunca ouvi falar nesta estética do defeito, mas curti seu relato sobre.

violetaventura disse...

planar, ser perigoso... quer algo mais irresistível??? ... quintais abandonados... essa é a sua estética, meu caro, onde o lirismo fartamente se alimenta.
e nós fartamente gostamos! rá rá!!!

beijo sem lua, de um farto céu marinho amendoado...

bia