Ainda sobre a gravação de meu disco, “Cinema Íris”, quando estávamos chegando no prédio do Odeon, naquela esquina hiperventilada da Cinelândia, peguei, virei pro Pedro e disse:
- É muito charmoso gravar um disco num prédio tão lindo, né?
- Éeeee... – Pedro concordou naquele seu jeito de falar de homem antigo.
Naquela esquina, ultimamente têm ficado, sempre trabalhando com os arames, alicates, pedrinhas e linhas, diante da toalha onde expõem e vendem suas bijuterias, cabelos ao vento, muitos hippies com suas mulheres.
São pessoas muito sujas, sentadas orgulhosamente pelo chão, descansadas, enquanto atrás delas, num cercado que forma como que uma varanda para a entrada do cinema e no mesmo chão da praça, estão as pessoas mais elegantes e modernas do centro da cidade, sentadas em mesinhas de café, cabelos caídos sobre o crânio, tranqüilos, protegidos do vento.
São tipos intelectuais, que curtem arte, mas que a despeito de estarem quase que num mesmo lugar que os hippies ali, vivem num outro mundo, mais limpo, silencioso leit@r, mais seguro, com mais grana e tão orgulhoso quanto.
Eu e Pedro, que somos de um terceiro mundo, nem de hippies nem de modernos com grana, atravessamos os mundos do chão da Cinelândia ao vento, orgulhosos também e entramos no prédio charmoso do estúdio do Baiano.
Estamos gravando o Cinema Íris!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
sábado, outubro 18, 2008
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Um comentário:
Eu prefiro o seu 3ro mundo,Luis!
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