Quando eu vinha no ônibus embora para casa, ontem de noite, vinha pensando num texto que foi lido em sala de aula, cuja teoria era a de que ler não é um ato individual e solitário, mas, sim, uma produção social, porque nessa hora em que estou sozinho, por exemplo, aqui no meu quarto, diante do computer lendo o blog dos amigos, está rolando uma interação social entre a gente e tal.
Só que, de início, eu tinha ficado implicado, porque, para mim, estou sozinho, como se estivesse aqui pensando comigo mesmo o pensamento do outro blogueiro, ta se ligando, bom leit@r?
E teve outra idéia que começou a se insinuar em sala de aula com que impliquei também: a idéia de que o autor, ao produzir o texto, também não produz individualmente, porque as palavras não têm dono, elas voam tempo afora, bom leit@r, desde o primeiro século ao último, como voam os passarinhos sem dono no espaço do céu e, quando um homem escreve um livro ou faz uma música, o livro e a música também não são dele, mas de todo mundo, ta se ligando?
E, aí, me lembrei de uma história que o Sacramento me contou.
A história de um compositor carioca antigo, famoso por roubar sambas dos outros. Ele dizia que os sambas não tinham dono, que eles eram de quem pegasse primeiro, quer dizer, esse compositor participava da idéia de que não existe autoria, a idéia de que tudo é uma produção social, porque para ele as músicas, certamente, eram como os passarinhos soltos no céu.
Então, se eu ao escrever os meus queridos “Cinema Orly”, “Rato” e “Mamãe Me Adora”, e se ao fazer, por exemplo, as músicas “Maluca”, “O Amor é Sacanagem” e “Peixe”, prendi passarinhos na gaiola , esses passarinhos são meus, se liga.
Ninguém tasca, eu vi primeiro.
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
sexta-feira, maio 28, 2010
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2 comentários:
pois é. os meus também ninguém tasca!
bom fim de semana.
abs
sim, claro. para tudo pra um brinde com capucho e sua turma! - rsrs
grande abraço.
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