2 de outubro de 2000
Dia lindo de sol. Melhorei minha pernada de peito. Quando cheguei, ainda na arquibancada, conversei um pouco com a filha do senhor da cadeira de rodas. Ele estava n’água com Lucio. Na piscina coberta, de luz artificial, sente-se o dia pela temperatura da atmosfera e pelo jeito dos nadadores.
Entrei na água e Lucio falou comigo, cumprimentando-me.
Nadei.
Soraia estava animada e chegou a senhora gorda de maiô preto para a fisioterapia. O senhor da cadeira de rodas tinha acabado e ido embora com sua filha. A senhora de maiô preto e Lucio começaram a andar de um canto a outro da piscina conversando baixinho, no tom dos namorados.
Noutro canto da piscina, a senhora de cadeira de rodas era atendida por sua fisioterapeuta.
Nadávamos apenas eu e Lino, que nada muito mais rápido que eu. É jovem e grande com pernada e braçada que valem mais que as minhas.
Fui o último a sair. Sem saber quanto nadei.
Ao sair do banheiro, habituei-me a beber um pouco d’água no bebedouro da academia, lugar onde, assim como no banheiro, é comum que eu me encontre com os deuses tranquilos. Eles vêm como animais saídos da floresta, cuidadosamente, matar a sede à luz da lagoa. O bebedouro, nos fundos da academia e à cabeceira da piscina, fica num vão mais abaixo, de modo que desço três degraus para alcançá-lo.
A nova zeladora, substituta do zelador casca-grossa, estava bebendo água. Sentindo-me descer os degraus da escadinha, torcendo-se, olhou e sorriu pra mim. Bebi água pensando em como ela era melhor que o zelador casca-grossa.
Não tinha o assombro de quando me deparo ali com um deus tranquilo.
Vim embora.
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