Pegamos uma barca, ontem, de volta pra casa, era quase meia-noite e, na fileira de cadeiras vazias à nossa frente sentou-se uma moça. Eu reparei nos cabelos, que eram muito pretos e brilhantes, puxados para o alto da cabeça, meio frouxos e, depois, caíam armando-se, bem ao estilo da noite de sexta-feira do carnaval. Aí, eu reparei que sentou um cara a dois bancos dela. Tudo isso eu reparei, reparei nela e nele.
Então, passado uns minutos, sem que eu reparasse como se deu, tinha um cara conversando com a moça e eu via, sentado na fileira de trás, que o cara invadia com o corpo dele avançado sobre a moça, o espaço dela ficar sozinha sentada na cadeira à nossa frente. Eu ía comentar isso com o Pedro, que o cara tava se jogando em cima da moça, mas fiquei quieto, porque achei que ele fosse seu namorado e apenas pensei “se fosse eu a moça, empurrava o cara para o lado dele e tirava ele de tão em cima de mim”. Aí, a moça falava e o cara falava, ambos ouviam um ao outro, e ele estava tão em cima dela, que eu empurraria ele, tipo, sai pra lá, ô.
Aí, quando a barca tava chegando, ele sumiu da cadeira.
Pedro disse baixinho:
- Ela ta chorando, você viu?
E, olhando ela de costas, a gente via as convulsões dos soluços. Ela chorava copiosamente, bom leit@r, e enxugava as lágrimas com as costas das mãos. Sem abaixar o rosto...
Eis o carnaval.
Viemos embora...
sábado, fevereiro 18, 2012
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