E, ontem, fomos andando, entre a multidão de blocos, da
Cinelândia até ao Catumbi, do outro lado de onde desfilam as Escolas, olhar o
que restou daquele pedaço da antiga cidade do Rio de Janeiro, com a construção
do Sambódromo.
No caminho encontramos Bia, de passagem.
Então, chegando lá, paramos na calçada em frente a um dos
muitos cortiços, que hoje são os antigos casarões, para comer um PF delicioso. “Pensão
da Mary”.
Enquanto comíamos, íam passando ao nosso lado, na estreiteza
dali, as limusines, os carrões de gente rica, as vãs dos camarotes, os ônibus e
tal.
Pedro ía dando tiau pros chiques, escondidos nos automóveis
com vidros fumê.
Disse:
- Quem sabe uma madame louca, resolve nos levar... – mas
ninguém nos viu.
- É provável que elas nos vejam - disse Marcos Sacramento e
foi nos foi explicando tudo, era nosso guia.
Então, ele disse:
- Eu entendo tudo sobre Escolas de Samba! - e, aí,
silencioso leit@r, ía contando sobre os carros alegóricos que tínhamos visto
parados antes da Marquês de Sapucaí.
– Os carnavalescos têm uma linguagem, vocês entendem? Eles
não fogem dela, por isso, sempre têm as gárgulas, quimeras, golfinhos, sereias,
cavalos, cavalos- marinhos, anjos, é tudo assim meio rococó, entendem? Às
vezes, surgem carnavalescos que tentam inovar a linguagem das escolas, mas
nunca vingam, sempre voltam à arquitetura tradicional delas. Eu entendo tudo –
ele dizia – mas acho que os turistas não devem entender nada. Devem achar tudo
uma confusão maluca de cores e movimento.
E, então, bom leit@r, quis que nós descobríssemos o enredo
das escolas somente a partir dos carros alegóricos na concentração. E como não
conseguíamos, disse:
- Tá vendo? É uma loucura! Não se entende!
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