Ontem fui assistir, na Casa de Leitura de Laranjeiras, a uma
peça em que foram encenados trechos escritos de Clarice Lispector.
Gostei intensamente dos textos que eram encenados em lugares
diferentes.
Foi daquelas peças em que os expectadores, pelo casarão que
é a Casa de Leitura, vão trocando de cenário juntos aos atores.
Em uma das salas em que entramos, uma atriz sentada no alto
de uma escada, datilografava, enquanto recitava o texto.
Falou do seu destino de escrever.
Enquanto isso, me lembrava do dia em que ao cantar “Máquina
de Escrever”, minha música com letra de Mathilda Kóvak, uma moça me explicou
que “meu coração é uma máquina de
escrever” é de Clarice Lispector.
Fiquei esperando que isso fosse recitado, mas não rolou.
Também pensei no mundo dos mortos, porque os textos me
faziam pensar nisso. Não sei, não era apenas porque era Clarice Lispector, além
dela, de maneira geral, os objetos artísticos me levam a pensar nos mortos.
Quer dizer, bom leit@r, o cenário da peça e também a encenação
dos atores me lembravam esse mundo hipotético e maravilhoso da morte.
Eu estava com Ruth.
E como dois quatis encoleirados, seguíamos os atores pela
guia.
Em passeio.
Fui.
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