Sacramento estréia na sexta-feira um novo musical, no Sesc
Ginástico.
Veja, bom leit@r:
PALCO DO TEATRO SESC GINÁSTICO SERÁ LUGAR PARA "FORROBODÓ"
Ministério da Cultura e Sarau Agência
apresentam
SERVIÇO
Espetáculo: Forrobodó – Um Choro na Cidade Nova
Temporada: de 13 de julho a 08 de setembro Local: Teatro Sesc Ginástico (Rua Graça Aranha, 187 – Centro. Tel.: 2279-4027) Bilheteria: de terça a domingo, das 13h às 20h Ingresso: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia) e R$5,00 (comerciário) Horário: de quinta a domingo, às 19h Duração: 120 minutos Classificação: 12 anos Capacidade: 513 lugares Gênero: comédia musical |
Diante do enorme sucesso de Forrobodó – Um Choro na Cidade Nova,
que estreou em 1912 para uma temporada de 1.500 apresentações, um
crítico escreveu que aquela era uma peça para durar três séculos. Pelo
menos um século já durou. A comédia musical com músicas de Chiquinha Gonzaga ganha nova montagem a partir de 13 de julho, no Sesc Ginástico. A direção é do mesmo André Paes Leme que foi responsável por sua última encenação, em 1995.
Não é mera coincidência. André e a produtora Andréa Alves, da Sarau, resolveram retomar a parceria de 18 anos atrás para realizar um novo Forrobodó.
Enquanto a versão que foi apresentada em 1995 procurava reconstituir o
estilo ingênuo e pitoresco de uma época do teatro carioca, a que chega
ao palco do Sesc Ginástico nem usa figurinos antigos, apostando na
inteligência do espectador, que verá os atores partirem de uma roda de
samba para encarnar seus personagens.
“É uma roda-espetáculo. Ou como se a roda contasse o Forrobodó”, diz André, diretor de vários musicais, entre eles Grande Otelo – Êta moleque bamba! e É samba na veia, é Candeia.
No elenco há um remanescente da versão de 1995: o gaúcho Flavio Bauraqui,
então fazendo sua primeira peça profissional no Rio. Ele trabalhava
como porteiro num condomínio da Barra da Tijuca, onde também dava aulas
de teatro. O ator e mestre de capoeira Beto Simas o indicou para um
teste, pois sabia que André precisava de atores negros para Forrobodó. Ganhou vaga no elenco e decolou para uma carreira brilhante.
“A
montagem de 95 tinha uma característica de ser graciosa. Mas se
passaram 18 anos, já somos maiores de idade, podemos falar desse Brasil
que mudou, inclusive na postura dos negros, diferente da que aparece em
momentos da peça. Para mim, é muita sorte poder jogar outro olhar sobre a
mesma coisa”, comemora Flavio, que tem como colegas de elenco o baiano Érico Brás (de Tarja Preta e do seriado Tapas e beijos, da TV Globo), Juliana Alves
(íntima do samba - rainha de bateria da Unidos da Tijuca, e comemorando
10 anos de carreira em sua primeira experiência no teatro), os cantores
Marcos Sacramento e Pedro Miranda, e também Alan Rocha, Edna Malta, Joana Pena, Sara Hana e Sérgio Loureiro.
O libreto de Forrobodó é de Carlos Bettencourt e Luiz Peixoto,
jovens autores que começariam a se consagrar com o sucesso de 1912. Na
época, os textos eram escritos contando com a colaboração dos atores, no
caso os da Companhia de Mágicas e Revistas do Teatro São José. Um
processo que tem sua semelhança com o trabalho colaborativo entre André e
o elenco da montagem de 2013.
Érico Brás, Pedro Miranda, Juliana Alves, Marcos Sacramento e Flavio Bauraqui
foto: Silvana Marques
Forrobodó
tem uma trama simples, que gira em torno de um triângulo amoroso e se
passa, em parte, num clube. O pioneirismo da peça estava em levar ao
teatro tipos populares, como o capoeira, o guarda-noturno, o ladrão de
galinhas. E vários personagens são negros, algo ainda incomum naquele
momento. E o maxixe, gênero musical em voga nos bailes populares, domina
as composições de Chiquinha. André avançou um pouco para as rodas de
samba, que começavam então a se formar.
“Pode
ser uma roda de qualquer época, inclusive dos dias de hoje. O
espetáculo poderia se passar num sobrado da Lapa ou no Trapiche Gamboa”,
afirma o diretor, lembrando que a revitalização do samba e das rodas,
ocorrida no Rio nestes últimos 18 anos, facilita essa nova proposta de
montagem.
Os
musicais também ganharam enorme impulso de 1995 para cá, tornando muito
mais acessível para a plateia um espetáculo não linear, no qual os
atores assumem que estão contando uma história em vez de representá-la
de modo realista.
“Temos
descoberto um pouco mais o nosso jeito de fazer musical, a nossa cara”,
diz o diretor, ressaltando que estão intocáveis no novo Forrobodó
a simplicidade, o despojamento, o humor. “A peça mostra uma sociedade
que tenta parecer outra, elegante, francesa, mas não sabe como.”
André, o arranjador Leandro Braga e a diretora musical Maria Teresa Madeira se sentiram livres também para ampliar o repertório, pois a trilha original de Forrobodó
não é grande. Outras oito músicas estão no espetáculo, de compositores
como Pixinguinha, Sinhô e Caninha. Se em 1995 apenas a pianista Maria
Teresa ficava no palco, agora há mais quatro músicos, sendo três sopros:
clarinete/sax, trombone e tuba.
“Fizemos
novos arranjos, mas sem perder o apelo urbano muito forte que as
músicas têm. É uma sonoridade característica do início do século
passado”, diz Maria Teresa.
Encenar Forrobodó
neste momento tem significados especiais. Um deles é a peça se passar
na zona portuária, exatamente a menina dos olhos da reforma urbana em
curso no Rio em função das Olimpíadas de 2016 – e, por isso, uma região
que está envolta em contrastes sociais, também presentes na trama. Outro
significado é um espetáculo tão bem-sucedido de Chiquinha Gonzaga
voltar quando a Sbat (Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais),
entidade que ela fundou, vive uma terrível crise financeira, correndo
até o risco de acabar.
Para André e Andréa, o que aconteceu com Forrobodó em 1912 se repetiu, de certa forma, em 1995. A
peça em que o empresário Paschoal Segreto não acreditava e que não
teria existido sem a insistência de Chiquinha foi refeita no Centro
Cultural Banco do Brasil para apenas duas apresentações. O resultado foi
tão bom que o centro cultural programou uma temporada e, depois, uma
turnê por outras cidades. A montagem ganhou o Prêmio Mambembe como uma
das melhores peças daquele ano.
Marcos Sacramento, Érico Brás, Juliana Alves, Pedro Miranda e Flavio Bauraqui
foto: Silvana Marques
FICHA TÉCNICA
Músicas: Chiquinha Gonzaga
Direção: André Paes Leme
Direção Musical: Maria Teresa Madeira
Arranjos: Leandro Braga
Direção de Movimento: Duda Maia
Direção de Produção e projeto: Andréa Alves
Elenco: Flavio
Bauraqui, Érico Brás, Juliana Alves, Marcos Sacramento, Pedro Miranda,
Alan Rocha, Edna Malta, Joana Penna, Sara Hana e Sérgio Ricardo LoureiroMúsicos:
Maria Teresa Madeira (Piano)
Joana Queiroz (Clarinete e Sax)
João Luís Areias (Trombone)
Fernando Zanetti (Tuba)
Oscar Bolão (Percussão)
Figurino: Espetacular Produções e Artes
Cenografia: Carlos Alberto Nunes
Iluminação: Renato Machado
Engenheiro de Som: Fernando Fortes
Assistente de Direção: Anderson Aragón
Assistente de Direção Musical: Daniel Sanches
Assessoria Histórica e Dramaturgia: Angela Reis
Fotografia: Silvana Marques
Programação Visual: Gabi Rocha
Assessoria de Imprensa: Daniella Cavalcanti – Assessoria de Imprensa
Promoção: TV Globo, MPB FM e Elemidia
Apoio: Sesc e Costa Porto Logística
Patrocínio: Eletrobrás, Grupo Seres, Lei do ISS, Prefeitura Rio Cultura
Realização: Sarau, Ministério da Cultura e Governo Federal
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