Pedro veio aqui e fez pra mim certificados de autenticidade
para tod’As Vizinhas de Trás” que tenho em casa, incluindo as do Poema Maldito,
só não fez da que tou acabando, a que fiz com rolinho. Também peço aos que têm
elas em casa, pra me mandar uma foto, que, aí, a gente faz. Descobri isso de
certificado para obras de arte, aqui, na internet. E gostei.
Eu disse pra minha colega de classe, nas aulas de pintura,
que o que faço é artesanato. Aí, bom leit@r, ela que é uma aluna veterana me
disse que eu tou com uma idéia errada de meu trabalho. E perguntou porque acho
que As Vizinhas... seja artesanato. Eu disse que achava isso, porque eu repito
sempre a mesma coisa, o boníssimo leit@r sabe que não tenho problemas com
repetição, não vejo monotonia em repetição, se liga.
Outro dia, estive prestando atenção no tic-tac do relógio
que fica na cozinha. Foi muito incrível, leit@r, porque as vibrações que saíam do
tic, e que iam morrendo no meu ouvido de atenção, ainda existiam sem morrer,
quando as vibrações do tac começavam a ecoar na cozinha, tudo muito baixinho e
eu atento. Então, esse ecoar de vibrações, umas pra dentro dos outras, umas por
sobre as outras, saindo das outras, por baixo das outras, derretendo nas outras
e tudo, deslocaram de tal modo o tic-tac, que não era mais ele que eu ouvia, se
ligou? E comecei a experimentar ouvir vários sons no tic-tac. De novo era a
noite de Van Gogh, ta ligado? Era o relógio derretido de Dali.
Então, não tem monotonia, igual quando todos os dias o sol
nasce. Por isso não vejo problema em repetir.
Voltando à minha colega veterana de classe, ela voltou a dizer
que eu estava com uma idéia errada de meu trabalho. Mas não me explicou também
nada. Ninguém sabe o que é arte.
Fui.
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