quarta-feira, dezembro 17, 2014



Pedro veio aqui e fez pra mim certificados de autenticidade para tod’As Vizinhas de Trás” que tenho em casa, incluindo as do Poema Maldito, só não fez da que tou acabando, a que fiz com rolinho. Também peço aos que têm elas em casa, pra me mandar uma foto, que, aí, a gente faz. Descobri isso de certificado para obras de arte, aqui, na internet. E gostei.
Eu disse pra minha colega de classe, nas aulas de pintura, que o que faço é artesanato. Aí, bom leit@r, ela que é uma aluna veterana me disse que eu tou com uma idéia errada de meu trabalho. E perguntou porque acho que As Vizinhas... seja artesanato. Eu disse que achava isso, porque eu repito sempre a mesma coisa, o boníssimo leit@r sabe que não tenho problemas com repetição, não vejo monotonia em repetição, se liga.
Outro dia, estive prestando atenção no tic-tac do relógio que fica na cozinha. Foi muito incrível, leit@r, porque as vibrações que saíam do tic, e que iam morrendo no meu ouvido de atenção, ainda existiam sem morrer, quando as vibrações do tac começavam a ecoar na cozinha, tudo muito baixinho e eu atento. Então, esse ecoar de vibrações, umas pra dentro dos outras, umas por sobre as outras, saindo das outras, por baixo das outras, derretendo nas outras e tudo, deslocaram de tal modo o tic-tac, que não era mais ele que eu ouvia, se ligou? E comecei a experimentar ouvir vários sons no tic-tac. De novo era a noite de Van Gogh, ta ligado? Era o relógio derretido de Dali.
Então, não tem monotonia, igual quando todos os dias o sol nasce. Por isso não vejo problema em repetir.
Voltando à minha colega veterana de classe, ela voltou a dizer que eu estava com uma idéia errada de meu trabalho. Mas não me explicou também nada. Ninguém sabe o que é arte.
Fui.

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