É um mundo escuro esse em que se
entra pra escrever. A gente vai clareando o caminho à medida que as frases vêm
aparecendo, mas o resto tá no escuro, que é justo onde a gente vai e quer
entrar. Daí, que eu mantenho o blog por quinze anos sem ter o que dizer, apenas
por que gosto de ficar nesse lugar limite entre a escuridão e a claridade,
nessa estação, onde uma vem e a outra vai e onde o que eu sinto se filtra um
pouco e, aí, me sinto um pouco melhor, aqui, no apezinho, meio de eremita se
socializando um pouco.
Agora, apenas mais um parágrafo
para a clareira se alargar:
Mês que vem será 2018 e
oficialmente me deram como alfabetizado em 1969. Não consigo ter a lembrança
toda, mas a impressão é a de que no fim de 69, fui chamado ao gabinete para um
teste: ler o ato de contrição, assinar meu nome? Não sei, a memória comeu essa
parte. Não sei mesmo se foi nessa parte da estória, quando fui chamado ao
gabinete. Estou num limite em que as frases vêm mais escuras do que luminosas,
em que elas estão na sombra, quase não se vê o que elas dizem. Uma clareira na
sombra escura, dentro do breu enorme.
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