quinta-feira, fevereiro 28, 2019


Eu ouço muito dizer que gravar um disco hoje em dia é uma coisa facílima, doméstica e tudo. Não sou um artista fértil, dos que compõe dia-a-dia e no fim tem uma porrada de músicas pra mostrar. Eu até, quando me levanto pela manhã, apareço com umas coisas na cabeça, que se eu pegasse no violão para tirar, se desenvolveriam em boas músicas, talvez. Mas deixo perderem-se esses motores de músicas que me aparecem e entro na minha rotina sem experimentá-los, sem deixar que eles evoluam até ficarem inteiros, se liga. Mas a verdade é que mesmo assim, com esse meu modo baiano, tenho muita música inédita que vai se engavetando aqui e não registro.
Tenho usado esse tempo pra mostrar, ao vivo. E isso é uma coisa que comecei a fazer mais, depois do último disco, que foi um deslo-u-cado voz e violão. Também tenho curtido demais mostrar as músicas com uma formação maior, que entram Vitor, Felipe e Lucas, o que nos deixam, assim, meio roqueiros bregas, não sei.
Do meu Lua Singela para o Cinema Íris, acho que se passaram dez anos. E do Poema Maldito pra cá, já são quatro. Então, o tempo vai fazendo uma pressão e tem uma hora que um quantum saltará no pano e mesmo sendo eu o autor ou o personagem, como diz o Eduardo, eu mesmo me surpreenderei com a sua aparição.
Eu tou dizendo isso, porque hoje me encontrarei com Vovô Bebê, pra ver uns registros de músicas minhas que estamos fazendo (devagar) no seu estúdio. Maravilha Pura!

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