sexta-feira, novembro 29, 2019

O Rogério Skylab tinha feito um elogio à Eu Quero Ser Sua Mãe, música do Cinema Ìris e, na minha cabeça, foi por isso que a Jôsy veio no meu in box e elogiou o disco ou a música e ficamos conversando, é muito legal poder conversar com quem gosta da gente, e ficamos amigos de internet e depois, o Douglas, que era seu namorado na época entrou na conversa e ficamos todos amigos virtuais. É uma coisa delicada, cheia de dedos e também de perder a mão, a gente resolver contar assim a estória de uma música, porque tem muita emoção dentro, vocês sabem. Mas o fato é que um dia o Douglas, que era namorado da Jôsy, me disse que era aniversário de namoro com a Jôsy e que tinha feito um poema pra ela, se eu musicaria.
Eu disse que, sim.
O disco Crocodilo é um disco que tem cada uma de suas faixas produzida por um artista da música especial e diferente entre a cidade do Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo. Então, cada música tem uma estória particular que se mistura com a estória de sua produção, e cada música tem uma longa estória. O Bruno Cosentino é quem tinha dado a ideia de distribuir as músicas pelos artistas do Rio e SP e foi ele quem ficou de produzir o poema do Douglas pra Jôsy, Acalanto do Amor. A música foi das músicas do disco, a última a ficar pronta. O osso dela é o meu voz e violão, que o Pedro Fonte cercou com uma bateria osso e que definiu todo o restante dela. Eu adorei demais a bateria dele, porque ela cercou com o máximo de amplitude, enlargueceu total a estrada por onde passou a melodia, circulou a melodia toda numa circunferência grande, essas coisas que a gente não sabe dizer, e que ficou depois com os vocais-maravilha e outros intrumentos andantes do Vovô Bebê dentro!
Além disso, escolhi essa música pra fazer um video e fomos à praia semana passada, eu e Rafael Saar, porque a praia serve de pretexto pra muita coisa, inclusive para fazer um video do Acalanto do Amor. Fizemos uma primeira parte e a outra vai ser aqui no apezinho, com Will.

quinta-feira, novembro 28, 2019


Faz um tempo estivemos aqui no facebook fazendo campanha para a derrubada do veto presidencial à lei Renato da Matta, que é uma lei que desobriga aos HIVs aposentados de novas perícias, já que é sabido dos efeitos colaterais dos antirretrovirais e da qualidade de doença degenerativa, que é a AIDS. Os amigos arrasaram na ajuda, enviando e-mails para o congresso pedindo a derrubada do veto. Ajudaram muito. O veto foi derrubado e a lei ta valendo.
Só que a lei não retroage e quem teve a sua aposentadoria cassada está às voltas com a justiça pra fazer a lei valer, fazer com que a lei seja pra todos. Isso é de uma incompreensão grande, criar uma lei que não abrange a todos que teoricamente são abrangidos por ela. A página Sobreviventes da AIDS - https://www.facebook.com/SobreviventesdaAIDS/ - é que mantém a denúncia do descalabro, porque tudo isso é como um tiro na cabeça de uma população já frágil. Não podemos deixar isso quieto!

quarta-feira, novembro 27, 2019


Então, continuando sobre os muitos dedos, há também o seu contrário, que é perder a mão. Então, eu fico sempre na sombra disso, no leque que se abre entre esses opostos, que são lugares onde estou, mas onde em algum sentido não quero estar e noutro sentido, sim.
Então, eu estava aqui olhando a vida e nas vezes em que fico aqui – nós até estávamos falando disso, eu e Pedro – chega um momento em que a gente quer sair de tudo, não quer ir, quer parar. Isso é uma coisa que acontece com todos, de querer sair, se sumir e tal. Mas isso não é uma coisa triste, não, porque é normal, ne. Então, eu fico aqui embalado pela internet, pelo devaneio, mas sei que existe a possibilidade de sumir também, quer dizer, de não ir em nenhuma direção, de escapulir, de transcender o movimento das coisas, o tempo dos enredos e tal. É uma coisa que tenho comigo e que a melhor tradução disso foi a Iracema quem falou um dia, em SP, ela disse: Não sou abrigada!
O papo é que tou seduzido na idéia de lançar o meu disco novo, um disco virtual, o Crocodilo, eu tou na boca disso. Então fico no leque entre o cheio de dedos e o perder a mão. Ao mesmo tempo que com um “não sou obrigada!” aureolando a coisa, o Crocodilo de boca aberta, cheia de dentes e tudo.
Nisso, no meio e durante essas coisas, eu e Pedro fizemos uma foto:


terça-feira, novembro 26, 2019


Esse lance de fazer um disco, um livro, fazer um quadro, é coisa de gente cheia de dedos, porque essas coisas são muito ricas e muito juntas, muito ligadas dentro da gente, então, eu fico no esforço de voltar pra mim, de voltar pra os dedos de minha mão que, depois, vão aparecendo outros e fico cheio outra vez. Quer dizer, eu sempre acho que não farei mais música, que não farei mais livro. As Vizinhas de Trás, não, porque elas são sempre a repetição delas mesmas, mas as músicas e os livros, que acho que não aparecerão mais, acabam aparecendo de novo e estou na boca de abrir a boca do Crocodilo, sua boca cheia de dentes, as mãos cheia de dedos e, depois, volto de novo a ficar desdentado, e volto a ter dentes e dedos. Assim, rico outra vez!

quinta-feira, novembro 21, 2019

Ontem, à noite, estive olhando pra minha sala, pras caixinhas de som que eram do João - irmão do Pedro - e que temos usado nas apresentações das músicas. Eu estava olhando pra elas e esse negócio de ter uma casa em ordem, é uma questão pra mim, esse lance de ter um lugar que é fora de mim, mas não é, porque tenho sido um cara que fica muito em casa e tal. Quer dizer, eu me movimento muito aqui dentro, no apezinho, ao mesmo tempo que o apezinho é motivo de meus pensamentos se moverem, o meu âmago se mover, meus sentimentos se moverem também.
Por exemplo, minha Vizinha de Baixo deu-me de presente uma cortina azul de plástico. É o presente mais lindo que ganhei nos últimos tempos, talvez, no tempo de toda a minha vida. Parece exagero, mas não é, não. Então, eu pensei em ter todo o resto do apezinho em função dessa minha cortina de plástico azul, uma coisa parecida como o modo com que fui completando minha Camisa de Apresentação, quer dizer, tudo em função de um breve que mamãe me deixou e que é o seu centro.
Daí, que se eu quiser que o meu apezinho seja um complemento de minha cortina azul de plástico, tenho que conseguir outro lugar pra ter guardadas as caixinhas de amplificacão, ta ligado? As caixinhas de amplificação que são um dos presentes mais lindos também que ganhei do João:


quarta-feira, novembro 20, 2019


Durante as vezes em que andamos apresentando as músicas pelas casas dos amigos e a que demos o nome “De Casa em Casa”, o Edil, quando iríamos apresentar as músicas no Marcio, disse que tinha uma surpresa. Eu disse a ele que nos surpreendesse na abertura das músicas e a surpresa foi a leitura de cartas que lhe mandara nos anos 80, 90. Suas leituras, que eram muito teatrais, fez, depois, parte de alguns outros De Casa em Casa, no Eduardo, no Bruno, por exemplo. Depois, seis dessas cartas foram publicadas no meio do ano, na Revista Amarelo, numa edição cujo tema era “arquivo”.
Quando estivemos em Vitória para o show no Centro Flutuante e para a conversa no Thelema CT, surgiu uma conversa de publicar essas cartas, que são um registro mais perto do meu corpo, daquilo que auto-ficcionei em meus livros Cinema Orly, Rato, Mamãe me adora... daí, que tou digitando as cartas e entrando nesse mundo que hoje é ficção pura, porque só existe ali naquelas cartas, saindo daquelas letras.
Fora isso, tenho estado às voltas com os preparativos para lançar, tornar público, um disco que preparamos. É um disco com uma história muito do bem, um disco coletivo, em que participa uma cambada de outros artistas da música da cidade do Rio de Janeiro e da cidade de São Paulo. Como os outros discos que tenho, esse é um presente. Me desejem sorte, plis. Chama-se Crocodilo! Quero conseguir ainda esse mês que ele fique na internet pro povo ouvir.  Queria a ajuda de vocês pra que o máximo de pessoas saibam que ele existe. O Felipe Castro, que fez o Poema Maldito comigo, está preparando a capa.Tou ansioso aqui, nos últimos preparativos, alinhavando tudo, não quero perder nada e ninguém!

sexta-feira, novembro 08, 2019

fala pra ele que eu mandei um abraço - língua bifurcada

O Língua Bifurcada (Tulio e Felipe) uma dupla pós-punk,
pós-pornô, queer, pós-maldito que tocou no Centro Flutuante – Vitória, comigo.
Estou nomeando-os dessas palavras modernas e ainda os nomearia de outras palavras
e tudo. Mas sem palvras também é bom.
Vejam no sentido:
https://www.youtube.com/watch?v=AhNL1pcJO4I&feature=youtu.be

quinta-feira, novembro 07, 2019

Fonemas

Eu tinha pedido a meus parceiros que me dessem letras muito
simples, pra que eu pudesse traduzir num acorde só, que eu tinha conseguido
reaprender no violão. Pedi letras que não tivessem emoção nem pensamento com
curvas ou altura, pra que eu pudesse traduzir na minha voz reta, causada pela
incoordenação motora de minha língua, sequela de um coma por neurotoxoplasmose,
por HIV.
Aí, quando eu consegui fazer dois acordes, Marcos Sacramento
me deu a Fonemas.


Vejam:

quarta-feira, novembro 06, 2019

A música do sábado

A Música do Sábado (Kali C Conchinha/luís capucho) foi de onde brotou a Mais uma Canção do Sábado ( luís capucho/Alexandre Magno), a primeira do Cinema Íris(2012) e a segunda do Poema Maldito(2014). Esse é o último registro dela, no celular do Pedro, em nossa apresentação de Finados no Centro Flutuante, Vitória – ES.

terça-feira, novembro 05, 2019

As duas apresentações que fizemos em Vitória no fim de semana – sexta, no Thelema ct e sábado, no Centro Flutuante, tiveram um grande sentido pra gente e Vitória, além desse nome lindo é uma cidade com uns recantos que são uma maravilha, quer dizer, Vitória não deve em nada às cidades de sonho, uma coisa que tenho comigo, alucinação e amor.
Agradecido demais ao Thelema CT e ao Centro Flutuante - Felipe Abou Mourad, Tulio (Língua Bifurcada), David Rocha, Ruth-Léa Souza Rangel e Fabricio Fernandez pelo papo sempre cada um na sua e juntos!