Então, continuando sobre os muitos dedos, há também o seu
contrário, que é perder a mão. Então, eu fico sempre na sombra disso, no leque
que se abre entre esses opostos, que são lugares onde estou, mas onde em algum
sentido não quero estar e noutro sentido, sim.
Então, eu estava aqui olhando a vida e nas vezes em que fico
aqui – nós até estávamos falando disso, eu e Pedro – chega um momento em que a
gente quer sair de tudo, não quer ir, quer parar. Isso é uma coisa que acontece
com todos, de querer sair, se sumir e tal. Mas isso não é uma coisa triste,
não, porque é normal, ne. Então, eu fico aqui embalado pela internet, pelo
devaneio, mas sei que existe a possibilidade de sumir também, quer dizer, de
não ir em nenhuma direção, de escapulir, de transcender o movimento das coisas,
o tempo dos enredos e tal. É uma coisa que tenho comigo e que a melhor tradução
disso foi a Iracema quem falou um dia, em SP, ela disse: Não sou abrigada!
O papo é que tou seduzido na idéia de lançar o meu disco
novo, um disco virtual, o Crocodilo, eu tou na boca disso. Então fico no leque
entre o cheio de dedos e o perder a mão. Ao mesmo tempo que com um “não sou
obrigada!” aureolando a coisa, o Crocodilo de boca aberta, cheia de dentes e
tudo.
Nisso, no meio e durante essas coisas, eu e Pedro fizemos
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