sábado, dezembro 04, 2010

A impressão que eu tinha da moça de ontem, sentado a seu lado, me fazia ficar lembrando de quando eu era um garotinho, dos bairros onde morei, me fez pequeno, e o jeito como ela falava, enturmada, com o trocador e com o outro passageiro que chegou de surpresa no ônibus, o seu vocabulário e timbre de voz (o meu bom leit@r imagine que o vocabulário de uma pessoa está para o seu timbre de voz, assim como o rio está para a sua correnteza), a sua proximidade a meu lado na poltrona, meio inclinada pra trás, a falar com o trocador, tudo isso, fez com que sua presença fosse um troço agressivo, forte e enorme. Some-se a isso o fato de sua inclinação na poltrona ajudar, um pouco mais, para minha diminuição, doido pra saltar e pegar o meu familiar 30.
Mas a moça a meu lado saltou três pontos antes do meu, na entrada da Ponta da Areia, e quando a vi pela janela, dobrando a esquina, era tão frágil e miúda, e o vento chamou a atenção para o vestido que pareceu esfrangalhado e mostrou o shortinho e tudo.
Foi horrível...

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