Não gosto de frio!
Minha campainha escangalhou e fui acordado por um rapazinho batendo à minha porta querendo que eu comprasse um jornalzinho, panfletagem do comunismo. Insistiu para que eu comprasse seu jornal, simpatissíssimo, mas com aquela fisionomia de et, que têm os evangélicos. Não comprei. Não compartilho de coisas as quais não entendo.
Mamãe não era assim, mesmo para não ler, compraria.
Mamãe, quando recebia telefonemas de instituições duvidosas, que pediam dinheiro para crianças com câncer, crianças abandonadas, com Aids e tudo, dizia pra passarem aqui que ela daria o dinheiro.
Não faço isso, mas desenvolvi uma culpa, supondo que mamãe possa ter razão em confiar nos que batem à nossa porta ou tocam o telefone com um pedido pronto, de memória.
Ela dizia:
- Se baterem à nossa porta, temos de abrir...
Um comentário:
Dona Luzia era de uma inocência e uma ética, típica dos grandes corações, cada vez mais rara nos dias de hoje. Deixa saudades...
beijos,
kAliC
Postar um comentário